O sucesso no combate à fome depende de melhor utilização da água




A produção de alimentos suficientes para alimentar a crescente população mundial exigirá que comunidade internacional assegure o uso sustentável do “recurso finito mais importante” do mundo, a água.

“A menos que melhoremos a nossa capacidade de usar a água na agricultura, praticando-a com sensatez, não conseguiremos acabar com a fome e vamos abrir a porta a uma série de outros problemas, incluindo a seca, a fome e a instabilidade política” (Ban Ki-moon, Secretário-Geral da ONU).

O motivo é claro: regando, os agricultores podem produzir mais alimentos. A agricultura de irrigação é responsável por apenas 20% da área terrestre cultivada do planeta, mas produz 40% dos alimentos.

O Dia Mundial da Água é celebrado anualmente no dia 22 de março, e a cada ano a Organização das Nações Unidas (ONU), define um tema para abordar os problemas relacionados aos recursos hídricos. Em 2012 o tema é “Água e segurança alimentar”, que traz à tona reflexões e discussões em torno do tema. A data tem como objetivo principal criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para a conservação dos recursos hídricos. Definido anual e mundialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), a proposta para 2012 é ousada e esperam-se profundas discussões e ações concretas dos países para melhoria da qualidade de vida em todo o planeta.

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 (Eco-92) recomendou a criação de um dia internacional para celebrar a água. No ano seguinte, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), através da resolução A/RES/47/193 de 22 de Fevereiro de 1993, declarou que o 22 de março de cada ano marcaria a data. Sendo assim, desde o dia 22 de março de 1993 é celebrado o Dia Mundial da Água. Um dia destinado à discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural. Cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo).

Com a instituição do Dia Mundial da Água, os países foram convidados a aderir às recomendações da ONU relativas aos recursos hídricos e a concretizar atividades apropriadas ao contexto de cada país. No Brasil, a adesão partiu do Congresso Nacional. A Lei nº 10.670, de 14 de maio de 2003, instituiu o Dia Nacional da Água, que também passou a ser comemorado no dia 22 de março de cada ano.

A ONU divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”. Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.

A Agência Nacional de Águas (ANA) apoia e promove eventos seguindo a temática para trazer ao debate a ligação que há entre água e segurança alimentar, como a exposição "Água na Medida Certa: a Hidrometria no Brasil", aberta ao público de 22 a 30 de março, no Museu Nacional, em Brasília, mostrando a evolução da rede hidrometeorológica ao longo dos anos e como suas informações são de relevância para o gerenciamento dos recursos hídricos brasileiros.

E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. O Dia Mundial da Água tem como objetivo principal criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

Há sete bilhões de pessoas para alimentar no mundo hoje. Estatísticas dizem que cada um de nós bebe de 2 a 4 litros de água todos os dias, além da água utilizada para produzir o que comemos: produzir 1 kg de carne, por exemplo, consume 15,5 mil litros de água, enquanto 1 kg de trigo consome 1.500 litros. Quando um bilhão de pessoas no mundo já vivem em condições de fome crônica e os recursos hídricos estão sob pressão, não podemos fingir que o problema não está conectado.

Lidar com o crescimento da população e assegurar o acesso a alimentos nutritivos para todos requer uma série de medidas. Todos podemos contribuir:

- Consumir produtos que fazem uso menos intensivo de água;
- Reduzir o desperdício escandaloso de alimentos, nunca consome 30% dos alimentos produzidos no mundo inteiro e da água usada para produzi-los é definitivamente perdida;
- Produzir mais alimentos, de melhor qualidade com menos água;
- Ter uma dieta saudável.

Você sabe quantos litros de água são necessários para fazer uma tradicional xícara de café, bebida consumida por nove entre dez brasileiros? E quanto é gasto para 1 kg de carne chegar nas geladeiras dos açougues? O consumo de água ao longo do ciclo de produtos comuns do dia-a-dia, como o habitual café da manhã ou o bife do almoço, pode ser expresso através da Pegada Hídrica, ou Water Footprint, na sigla em inglês. 

Abaixo, um esquema para mostrar quanta água é usada para produzir alguns itens de consumo geral:

1 Maçã = 70 litros de água
1 kg de carne = 15.500 litros de água
1 copo de cerveja (250 ml) = 75 litros de água
1 fatia de pão de forma = 40 litros de água
1 kg de queijo = 5.000 litros de água
1 kg de carne de frango = 3.900 litros de água
1 camisa de algodão = 2.700 litros de água
1 xícara de café = 140 litros de água
1 ovo = 200 litros de água
1 taça de vinho = 120 litros de água
1 litro de leite = 1.000 litros de água
1 folha de papel A4 = 10 litros de água
1 par de sapatos de couro = 8.000 litros de água
1 kg de açúcar refinado = 1.500 litros de água
100 gramas de chocolate = 2.400 litros de água
1 hambúrguer = 2.400 litros de água


O conceito de Pegada Hídrica pode ser uma poderosa ferramenta de educação ambiental, e incentiva o uso responsável da água. O objetivo é avançar nas estratégias de conservação e gestão da água doce.

A Pegada Hídrica é uma ferramenta de gestão de recursos hídricos que indica o consumo de água doce com base em seus usos direto e indireto. O método permite que as iniciativas públicas e privadas, assim como a população em geral, entendam o quanto de água é necessário para a fabricação de produtos ao longo de toda a cadeia produtiva. Desta forma, os segmentos da sociedade podem quantificar a sua contribuição para os conflitos de uso da água e degradação ambiental nas bacias hidrográficas em todo o mundo.

O criador do conceito de Pegada Hídrica foi o Professor Dr. Arjen Y. Hoekstra (University of Twente, Faculty of Engineering Technology, Department of Water Engineering & Management, Netherlands), onde o mesmo transmite o conhecimento técnico a representantes de instituições-chave que possam unir esforços para atrair o engajamento de governos, empresas, universidades, institutos de pesquisa, ONGs, entre outros, no sentido de implementar a metodologia de gestão eficiente e sustentável da água em vários países.

E VOCÊ?

A ONU, com o tema Água e Segurança Alimentar, convida você a reduzir o desperdício de água e alimentos. O “Águas de Março” convida você a participar dos eventos brasileiros no mês em que é comemorado o Dia Mundial da Água.

Nas próximas décadas, alimentar uma população global crescente e garantir a segurança alimentar e nutricional para todos dependerá do aumento da produção de alimentos. Esta, por sua vez, significa assegurar o uso sustentável do nosso recurso finito mais crítico – a água.

O tema deste ano do Dia Mundial da Água é a água e a segurança alimentar. A agricultura é de longe a maior usuária de água potável. Se não formos capazes de usar a água com sabedoria na agricultura, falharemos em acabar com a fome e vamos abrir a porta para uma série de outros males, incluindo a seca, a fome e a instabilidade política.

Em muitas partes do mundo, a escassez de água está aumentando e as taxas de crescimento da produção agrícola têm diminuído. Ao mesmo tempo, a mudança climática está agravando o risco e imprevisibilidade para os agricultores, especialmente para os agricultores pobres em países de baixa renda, que são os mais vulneráveis e os menos capazes de se adaptar.

Estes desafios interligados estão aumentando a concorrência entre as comunidades e países de escassos recursos hídricos, agravando antigos problemas de segurança, criando novas e dificultando a realização dos direitos humanos fundamentais de comida, água e saneamento. Com cerca de um bilhão de pessoas com fome e cerca de 800 milhões com falta de fornecimento seguro de água potável, há muito o que se fazer para fortalecer os alicerces da estabilidade local, nacional e global.

Garantir a alimentação sustentável e a segurança da água para todos exigirá o empenho total de todos os setores e atores. Implicará a transferência de tecnologias de apropriação de água, capacitando pequenos produtores de alimentos e conservando os serviços ambientais essenciais. Isso exigirá políticas que promovam os direitos da água para todos, uma maior capacidade reguladora e a igualdade de gênero. Os investimentos em infraestrutura de água, desenvolvimento rural e gestão de recursos da água serão essenciais.

Devemos todos nos incentivar pelo interesse político renovado em segurança alimentar, como evidenciado pela alta prioridade dada a esta questão pelas agendas do G8 e G20, com ênfase na relação dos alimentos, água e energia no relatório global Painel de Sustentabilidade Global, e o número crescente de países que se comprometeram na Escalada Nutricional.

Neste Dia Mundial da Água, insto todos os parceiros a utilizarem plenamente a oportunidade proporcionada pela Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). No Rio, temos que ligar os pontos entre a segurança da água e segurança alimentar e nutricional no contexto de uma economia verde. A água vai desempenhar um papel central na criação do futuro que queremos.

Fonte: ONU, ANA, Google.

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