Turvo-Grande tem a maior área irrigada do Noroeste Paulista, mas Baixo-Tietê tem o maior número de pivôs centrais

"A  produção de alimentos irrigados tem, em geral, sido vista com grande preconceito pelo cidadão urbano. Em um pensamento basicamente semelhante à visão de Monteiro Lobato, ele imagina o rural como atrasado, o que não deu certo, e o urbano como o avançado, o bem-sucedido.
Só quem quer ouvir pode largar este preconceito, por isso peço: ouçam o produtor rural! Deixe-o falar sobre o quão a água é importante para a existência de qualquer propriedade rural, ouse ouvir aquele que já cruzou os limites das urbes.
As crises hídricas estão batendo à porta cada vez mais amiúde, mas qual a solução? Cortar a irrigação! É claro! Este setor atrasado, dispendioso no uso da água, poluidor, degradante. Assim o pensamento leigo do cidadão urbano aponta. Vamos acabar com esta visão, essa sim atrasada, de que crises se resolvem de véspera. Não! Crises se resolvem com planejamento, com antecipação, com o uso dos instrumentos constantes na Política Nacional de Recursos Hídricos desde 1997." (Bento de Godoy Neto, em "O cidadão urbano e a água", 2 de janeiro de 2018).


[Pod irrigar] - UNESP conclui levantamento da área irrigada no Noroeste Paulista
Os números da área irrigada por pivô central no Noroeste Paulista já são conhecidos desde 4 de janeiro de 2018 com a defesa do Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Agronômica por Mariele Squizato com o título "Evolução e identificação da agricultura irrigada por pivô central no Noroeste Paulista". Como Bolsista de Iniciação Científica da FAPESP entre 1 de dezembro de 2016 a 31 de julho de 2017 no projeto "Evapotranspiração e agricultura irrigada por pivô central no Noroeste Paulista" (Processo: 16/19209-5) Mariele realizou um importante trabalho constituindo o banco de dados relacional, base para novos desafios em pesquisa, principalmente os relativos à evapotranspiração incremental em nível de microbacia, município, bacia hidrográfica ou região e recebe os nossos parabéns pelo aprendizado e trabalho realizado. A ANA - Agência Nacional de Águas publicou o levantamento das áreas irrigadas por pivô central em 2014 e recentemente publicou o Atlas da Irrigação no Brasil e este trabalho traz o refinamento das áreas irrigadas na região Noroeste Paulista que apresenta o maior déficit hídrico do Estado.


Com a conclusão deste trabalho agora sabemos mais sobre a irrigação por pivô central no Noroeste Paulista, como por exemplo:
-  Entre julho de 2015 e dezembro de 2016, 22 novos sistemas pivô central foram instalados com um acréscimo de 764 hectares irrigados na região Noroeste Paulista, sendo que a UGRHI do Baixo Tietê teve o maior crescimento em área irrigada e em número de equipamentos, com 509 hectares e 11 equipamentos novos instalados.
- Neste período constatou-se também, que houveram perdas de 3 equipamentos e 57 hectares irrigados na UGRHI Turvo Grande.
- Equipamentos: 47% na Bacia do Baixo Tietê (BT), 8% no São José dos Dourados (SJD) e 45% no Turvo Grande (TG)
- Área irrigada: 28% no BT, 5% no SJD e 67% no TG;
- Pereira Barreto, Sud Mennucci e Riolândia são os municípios com as maiores áreas irrigadas.
Assim, conclui-se que a área irrigada total e de equipamentos  no final de 2016 foi de 16.501 hectares e 344 pivôs centrais instalados em 1.349 microbacias que compõem a região Noroeste Paulista, sendo que apenas 134 possuem área irrigada por sistema pivô central e que 48% são classificadas pela ANA (2013) como “Excelente” com relação ao balanço entre a vazão e a demanda de água, portanto há muito o que se trabalhar pelo incremento da área irrigada na região e aproveitar os efeitos multiplicadores da agricultura irrigada. 
Parabéns Mariele Squizato por este trabalho e agradecemos os Doutorandos Gustavo Gerlach e Regiane Bispo por participarem da Banca Examinadora e pela contribuição para o aprimoramento do trabalho!
Este também foi o tema da edição de 11 de janeiro de 2018 do [Pod Irrigar] - o Podcast da Agricultura Irrigada -, mas o Internauta também pode ouvir as outras dicas que estão disponíveis semanalmente a partir de http://podcast.unesp.br/podirrigar.


Artigo - Agricultura irrigada
Bento de Godoy Neto - Mestrando no ProfÁgua na UNESP Ilha Solteira - publica mais este artigo esclarecedor sobre o uso da água. Em "O cidadão urbano e a água" Bento lembra que é necessário acabar com visão atrasada, de que crises se resolvem de véspera. "Crises se resolvem com planejamento, com antecipação", e conclui Bento "... É tempo de encontrarmos razões no efetivo planejamento e na efetiva gestão dos recursos naturais, não só de forma cartorária, em forma de licenciamento ambiental ou outorgas de uso da água. Queremos gestão compartilhada e participativa, queremos todos um meio ambiente equilibrado e sadio para as atuais e futuras gerações..." Parabéns!

Aproveitamos para relembra seu outro artigo "Irrigar não é crime" que começa assim "Ser agricultor em Goiás não está fácil! A produção agrícola goiana é uma das mais expressivas de nosso País, com grande expertise na condução das lavouras já estamos entre os maiores estados em produção de soja (3º), sorgo (1º), milho (3º), feijão (3º), cana-de-açúcar (3º) e algodão (3º). Muito se deve à agricultura irrigada, Goiás conta hoje com mais de 250 mil hectares de área irrigada e muito ainda se tem para crescer em seus mais de 2,6 milhões de áreas plantadas, o potencial é enorme!" e termina assim "... Basta! Não deve ser crime produzir em Goiás, a regularização ambiental deve ser possibilitada pelo Estado através da desburocratização e padronização de prazos e procedimentos e não do caminho largo e fácil das multas e embargos."

Chuva na mídia
Seca e chuva em excesso: conviver com os extremos climáticos é o grande desafio da atualidade, tanto para os Profissionais como para a sociedade como um todo. Chamamos isso de desenvolver a resiliência. E é fundamental informar a sociedade de forma clara e objetiva. E a Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira tem como um dos seus fundamentos democratizar o conhecimento e a informação praticando transparência de ações. Em 2017, foram em média 92 dias sem chuvas no Noroeste Paulista e um volume de chuvas médio de 23% acima do esperado. Recorde de seca ficou com Populina com 132 dias sem chuvas e paradoxalmente, foi o segundo município em volume de chuva anual e quatro meses com recorde de chuva para os meses e foi tema da entrevista em 9 de janeiro de 2018 para a TV Tem, com os Jornalistas Eduardo Monteiro e Eduardo Andreu.



E excesso de chuva foi destaque na imprensa local, como o HojeMais e o Ilha de Noticias.

Um dos grandes erros que ao invés de diminuir a frequência com que acontecem, aumentam, é sub-estimar as vazões máximas e a sua capacidade de produzir danos e transtornos. Aqui, em Goiânia um exemplo. Daí, a necessidade não somente ter uma boa capacitação técnica em recursos hídricos, mas também um grande trabalho de conscientização.  Situações como esta, não tem soluções baratas e nem de curto prazo, pois exigem muito investimento, então, planejamento, e antecipação de processos são absolutamente necessários. Veja aqui o vídeo postado pelo Professor Fernando Coutinho de Oliveira da onda cheia que aconteceu em Goiânia este ano.

Evento - Capacitação

Cana
Mesmo variedades de cana campeãs da Ridesa ainda têm potencial de melhoramento por até 10 gerações. Cada geração de cana dura entre 12-15 anos. De 15 a 20 variedades novas da rede interuniversitária chegarão ao mercado em 2018 e o desafio atual, são as variedades cada vez melhores para solos fracos e um desafio quase impossível, é a cana resistente à geada é o que aponta a entrevista dp Coordenador de Melhoramento Genético da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), Hermann Hoffmann, ao Notícias Agrícolas.

Dicas de alimentos saudáveis

Entretenimento - Curiosidade - Música
Você sabia que Joe Satriani (no Programa do Jô) já foi Professor de guitarra de hoje de Steve Vai e Kirk Hammett (Metallica)? Se gosta de música que tal saber com foi isso?

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