Matéria para a TV Tem sobre conservação de solo e água e os impactos na qualidade e disponibilidade
Nesta última quarta-feira (dia 16 de junho de 2010) estivemos no Córrego do Coqueiro em Palmeira d´Oeste para fazer a gravação de uma matéria para a TV Tem / TV Globo sobre a falta de conservação do solo, das matas ciliares, erosão, assoreamento e os problemas decorrentes, como a diminuição da qualidade da água e da sua disponibilidade (menor vazão) na estação seca.
O Córrego do Coqueiro é monitorado pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira desde o ano de 2006 devido a sua importância sócio-econômica, onde irrigantes e população urbana de Palmeira d´Oeste e Marinópolis tem que dividir o uso da água.
Com menos de 2% de mata remanescente e com frequente falta de conservação do solo, o Córrego sofre cada dia mais com cheias intensas no período chuvoso devido ao escoamento superficial cada vez maior e a baixa vazão na estação seca, exatamente quando será maior a demanda pela água pelos irrigantes - quando se registra as maiores taxas de evapotranspiração - e pela população,devido à baixa umidade relativa e altas temperaturas.
Exemplo desta situação está na variação entre a vazão mínima de 425 m3/hora e a máxima que chega a 1.989% (8.460 m3/hora). A média é de 2.060 m3/hora no monitoramento no meio do percurso total do Córrego do Coqueiro (na Estação de Captação de Água da SABESP).
Conosco estava o nosso Orientado de Doutorado Renato Alberto Momesso Franco, que defendeu sua Dissertação de Mestrado na microbacia e atualmente entra na fase final da Tese de Doutorado, apoiada financeiramente pelo CNPq.
Após a constituição de um banco de dados de qualidade da água e vazão, o levantamento do solo e ocupação do solo, o objetivo agora é reconhecer e registrar as fragilidades da microbacia para elaborar cenários e modelar ações que possam contribuir para a melhoria dos recursos hídricos.
Pela TV Tem, afiliadada da TV Globo estavam a Jornalista Daniela Godoy e o cinegrafista Antonio Braga de Votuporanga que mostraram grande disposição para andar no meio das pastagens e dentro das voçorocas e banco de areia formado nas margens do Córrego do Coqueiro.
No final do ano passado publicamos na revista AGRIAMBI o artigo "Qualidade da água para irrigação na microbacia do Coqueiro, Estado de São Paulo" (Renato Alberto Momesso Franco & Fernando Braz Tangerino Hernandez) que traz os resultados dos dois primeiros anos de monitoramento do córrego. Outros trabalhos também podem ser acessados e o monitoramento sistemático pode ser visualizado na forma gráfica também.
O trabalho de conscientização dos diferentes usuários da água para usarem este bem de forma responsável sem desperdício deve correr junto ao trabalho de conscientização dos produtores para que possam valorizam e implantar mecanismo de conservação do solo e água que vai do terraceamento à recomposição das matas ciliares e em áreas de elevada declividade.
O início do monitoramento da bacia hidrográfica do Córrego do Coqueiro se deu em outubro de 2006 e a sua importância no fato da água ter que ser compartilhada entre irrigantes e abastecimento humano. Suas fragilidades atuais estão na erosão e no intenso assoreamento, inclusive com a mudança do canal principal do córrego, aqui já ilustrada.
Com apoio inicialmente do FEHIDRO, depois CNPq e agora FAPESP trabalhos de pesquisa se integram para realizar diagnósticos, tanto das fontes e qualidade da água, como a identificação dos irrigantes (localização) e avaliação dos sistemas de irrigação para proporcionar o planejamento e uso racional da água.
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