PodIrrigar - Sem as águas de março, de abril e de maio e sem planejamento e investimentos fica complicado produzir alimentos
No começo de abril uma edição do PodIrrigar e também em artigo assinado intitulado "Sem as águas de março, só com planejamento e investimentos" mostramos os números das chuvas em 2020 e em 2021 até março e as consequências para aqueles que se dedicam à produzir alimentos. Chamamos a atenção para refletirem não somente para os ganhos de produtividade com os investimentos em sistemas de irrigação, mas também sobtre o custo da "não irrigação", ou seja, em quanto se perde por acreditar que a chuva virá na hora e quantidade adequada e não vindo, o quanto perdemos em frustação da safra.
Vamos aos números do Noroeste Paulista e depois ampliamos! Fechando maio, deveríamos ter registrado em média histórica até o momento 654 mm, porém, a Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista operada pela UNESP registrou a média de 367 mm (menos 44% do esperado) e em nenhuma mês, o volume de chuva foi superior ao previsto históricamente.
Esta situação não comprometeu apenas a segunda safra de milho, mas também a recomposição do lençól freático e dos reservatórios para os diferentes usos, incluindo o abastecimento dos sistemas de irrigação, tanto que já há registros de falta d´água em maio, situação que deve se agravar nos meses de agosto e setembro quando a demanda por evapotranspiração atinge taxas mais altas. Por enquanto, em abril e maio as chuvas medias no Noroeste Paulista ficaram em 34 mm e a evapotranspiração em 170 mm, resultando num brutal déficit hídrico desde janeiro com frustações até total de lavouras de milho, quando SILVA JÚNIOR et al (2018) e OLIVEIRA et al (2019) apontam como abril o início do déficit na região, porém em 2018, antecipado para março, 
Em outros Estados a situação não é diferente, a AgRural reduziu em 2,4 milhões de toneladas em comparação com março), a produção do Centro-Sul é estimada agora em 65,1 milhões de toneladas de milho, a Assosoja (Associação dos Cerealistas do Norte do Paraná) concluiu que a produtividade não passará de 30 sacas por hectare em média, não havendo tempo fenologicamente para a recuperação destas lavouras, logo em uma região - icluindo o Oeste - que tem dificuldades em aceitar os benefícios dos investimentos em sistemas de irrigação, por terem um bom regime de chuvas histórico. Desta vez alegam que em quase 30 anos nunca tinham visto uma situação semelhante. 
Esta situação de déficit hídrico antecipado exige investimentos em sistemas de irrigação como meio de garantir a sustentabilidade do negócio de produzir alimentos e energia e também de planejamento mais recorrente em estruturas de armazenamento e conservação da água na bacia hidrográfica.
É incrível que, mesmo diante desta situação recorrente de instabilidade das chuvas e perdas, ao invés de se beneficiar dos bons preços das commodities, haja ainda aqueles que confundem investimentos com custeio e sobre os sistemas de irrigação insistem em dizer "mas é caro né..." 


Notícias


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por que a água evapora sem estar a 100° C ?

A Importância da DBO

Pivô central: história e características