Música de qualidade: NEIL YOUNG

Neste domingo amanheci com o "Leão no meu cangote" e para deixar mais ameno o árduo trabalho do Imposto de Renda escolhi Neil Young para me acompanhar. Meu Irmão, afilhado e amigo de sempre nas baladas desde a juventude ligou de Presidente Prudente e eu disse que estava escutando Neil Young. O silêncio do outro lado da linha denunciou que este canadense era para ele, um mero desconhecido, apesar da altíssima qualidade da sua música.

Dessa maneira, como provavelmente muitos dos que visitam este Blog também não conhecem Neil Young, é ele que vai embalar o nosso entretenimento desta semana. Apreciem!

Neil Percival Kenneth Robert Ragland Young nasceu em Toronto, Canadá em 12 de novembro de 1945, é um músico e compositor de origem canadense, que fez sua carreira nos Estados Unidos. Conhecido por sua voz anasalada e suas letras pungentes, Young é uma lenda do rock americano, mas seu estilo musical transita entre o folk e o country rock, alternando com álbuns mais "pesados" em que algumas músicas se aproximam do hard rock, com guitarras "sujas" e longos solos improvisados com muita distorção. Seus shows são verdadeiras celebrações de rock usualmente acompanhado da banda Crazy Horse, que o acompanha desde o início da carreira.

Em 1966 em Toronto, se junta a banda The Mynah Birds, gravando alguns compactos. Após isso, mudou-se para Los Angeles e juntamente com Stephen Stills formou o Buffalo Springfield, uma banda de folk-rock inovadora, mas que na época teve apenas uma relativa repercussão (seu trabalho só foi de fato reconhecido mais tarde). Quando o grupo acabou em 1968, Young partiu para a carreira solo.

De seus álbuns iniciais, Everybody Knows this is nowhere (1969) e o essencial After the Gold Rush (1970) foram aclamados pela crítica, ao mesmo tempo em que aceitou participar do Crosby, Stills & Nash, como membro efetivo. Acrescido de Young no nome, o quarteto fez muito sucesso nos anos 1969/70, principalmente o álbum Deja Vu. Após uma turnê pelos EUA, separaram-se amigavelmente e Neil Young voltaria ocasionalmente a gravar com os ex-companheiros.

O espetacular sucesso comercial de Harvest (1972), torna Young um "superstar" do folk-rock, mas a morte de dois amigos seus neste mesmo ano, o guitarrista Danny Whytten e o roadie Bruce Berry o colocam numa longa fase depressiva, em que envolve-se com drogas e álcool, acabando por influenciar seu trabalho. Heart of Gold (aqui em HD no Hyde Park em 27 de junho de 2009) é uma das mais escutadas até hoje. Confira! Zuma (1975 com Crazy Horse) é um disco onde as guitarras falam alto, para alguns, o melhor dos discos!





Os álbuns gravados neste período são marcados por temas como a morte, a solidão, a loucura, as drogas, trazendo um som mais áspero, cru e pesado, que o afastam do grande público e descontentam a crítica. Entre 1973 e 1975, lança o que é considerada a sua "trilogia suja" (ditch trilogy), bem representativa de sua fase emocional na época: Time Fades Away, On The Beach e Tonight's The Night; à época bastante criticados, hoje são considerados grandes clássicos dos anos 70 e de sua discografia. Esta fase em parte é rompida com "Zuma"(75) e um retorno ao folk e ao country-rock, principalmente em Comes a time (1978), um celebrado álbum embasado no country.

Influenciado pelo impacto cultural do punk, Neil Young lança Rust Never Sleeps (1979), uma elegia ao espírito do rock'roll, seguido de Rust live, talvez seu melhor álbum ao vivo.

Nos anos 80, Neil Young desenvolveu uma carreira errática, gravando álbuns de rockabilly, clássicos do country (Old Ways, de 1984) e blues, não se fixando numa linha de atuação. O álbum Freedom (1989) o recoloca em evidência, depois de um período de obscuridade e marca uma retomada bem-sucedida da carreira, que se mantém até hoje, ora lançando discos aclamados ora lançando discos controversos, como é bem típico de sua personalidade.

Conveniente lembrar que o espírito e a atitude do rock and roll sempre estiveram ligados ao protesto e a contestação. Através de sua música, artistas e bandas destilaram sua revolta e bradaram reinvidicações. Músicos como Neil Young, Bob Dylan, Joan Baez, Patti Smith, Donovan, entre outros, engajaran-se em movimentos e shows anti-guerras, essencialmente nos anos 1960. Na época, milhares de jovens eram enviados ao Vietnã.


A seguir "Hey Hey My My" (1) no Phoenix Festival em 1996 com solos incríveis:



Comentários

  1. Cortez the Killer e Danger birds do disco Zuma foram incluídas depois como sugestão do mestre das guitarras Mimi Rocha, de Fortaleza (http://www.agr.feis.unesp.br/imagens/winotec_2008/mimi_rocha_blues_12062008.avi ou http://www.youtube.com/watch?v=TkRE4dHbZ-E) que entrou em contato conosco agora a noite. Mimi, que proporcionou ao meu filho a primeira palheta servindo de estímulo, é um dos que acredita que Zuma é o melhor dos discos do Neil Young.

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