Saída de Campo: Monitoramento da Qualidade e Disponibilidade de Água nos Córregos do Coqueiro , Três Barras e Boi no Noroeste Paulista

Córrego do Coqueiro

No dia 17 de maio, a equipe do Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira realizou mais uma saída de campo nos mananciais da região noroeste paulista. O córrego do Coqueiro localizado entre os municípios de Jales, São Francisco, Dirce Reis, Urânia e Palmeira d'Oeste foi o primeiro manancial a ser visitado pela equipe.

Figura 1. Coleta de água no ponto 5 do córrego do Coqueiro.

No ponto 5 do córrego do Coqueiro (Figura 2), próximo ao Rio São José dos Dourados constatamos no mês de abril a mudança no leito do córrego, devido a deposição de sedimentos que ocorreu no período chuvoso e a dinâmica do sistema fluvial permanece no trecho novo e o antigo permanece com sedimentos e saturado de água.


Figura 2. Ponto 5 do córrego do Coqueiro, trecho com mudanças no canal devido a deposição de sedimentos no período chuvoso.

No ponto 4, localizado próximo a estrada de acesso ao município de Dirce Reis observa-se a deposição de sedimentos nas margens do manacial, indicativo do processo de assoreamento.


Figura 3. Ponto 4, presença de sedimentos depoistados nas margens do córrego.

Figura 4. Estrada de acesso ao município de Dirce Reis e próximo ao ponto 4 de coleta de água e medição de vazão.

No ponto 3, observa-se a presença de mata ciliar, entretanto não corresponde aos trinta metros conforme a legislação ambiental.

Figura 5. Ponto 3, localizado no município de Palmeira d'Oeste e próximo a Estação de Tratameto de Água da SABESP.

Figura 6. Ponto 2, neste trecho a ausência de mata ciliar é evidente.

Figura 7. Ponto 1, observa-se a deposição de sedimentos nas margens.

Para mais infromações técnicas sobre os córregos monitorados pela Área de hidráulica e Irrigação, acesse: http://www.agr.feis.unesp.br/rel_fehidro09.php

Uma outra referência é o artigo sobre qualidade de água para a irrigação que avalia os parâmetros fisico-químico da água para a irrigação no noroeste paulista, em especial na Microbacia do Córrego do Coqueiro.

Córrego Três Barras
O córrego Três Barras, com o maior tempo de monitoramento, localizado no município de Marinópolis na região noroeste do Estado de São Paulo que é dependente deste manancial e considerado fonte de água para os pequenos proprietário rurais que utilizam a água para a irrigação de frutíferas, principalmente uva e citrus.

O córrego apresenta diversos impactos ambientais, ocorridos no passado e persistem no presente. Como a utilização inadequada do solo, com ausência de terraceamento e curvas de níveis que não foram adotados, praticamente são poucas as propriedades que utilizam práticas adequadas na conservação do solo.

O reflexo é percebido em toda a microbacia, pricipalmente o córrego e os seus afluentes. Um dos exemplos evidente em campo é o processo de assoreamento do córrego, fácil de ser detectado e alerta para os gestores desta microbacia.

Figura 8. Estrada degradada e medidas de recuperação devem ser prioridade neste trechos, além de dificultar o acesso as propriedades rurais.

O córrego precisa de mais atenção, práticas de conservação do solo devem ser adotas e intensifica em todas as propriedades rurais, além da manutenção de estradas rurais e manejo com adoção de técnicas que visem a melhoria no traçado.

Figura 9. Ponto 1: nascentes do córrego Três Barras, neste trecho o córrego é barrado com a formação de um açude.


Figura 10. Lançamento de efluente, próximo ao ponto 3 de coleta de água.


Um outro impacto no córrego Três Barras é o lançamento de efluente de esgoto da Estação de Tratamento de Esgoto da cidade de Marinópolis, operada pela SABESP. Entretanto, o tratamento de esgoto é essencial para reduzir a carga orgânica de esgoto lançado no manancial, o pior seria se não existisse o tratamento.

Figura 11. Lagoa de Tratamento de Esgoto (ETE) da cidade de Marinópolis -SP.


A microbacia é foco de estudo de qualidade da água e disponibilidade de vazão há anos e já resultou em uma Dissertação de Mestrado e em uma Tese de Doutorado defendidas pelo Engenheiro Agrônomo Luiz Sergio Vanzela.

Para saber mais sobre os recursos hídricos na Microbacia do Córrego Três Barras, acesse os dados e informações nos link abaixo:
Tese de Doutorado de Luiz Sergio Vanzela

Figura 12. Ausência de mata ciliar neste trecho do córrego.

Na parte a montante deste ponto, observa-se espécies arbóreas nativas plantadas em uma área pequena que deu resultado e trouxe ganho ambiental para o município. Uma medida sensata dos organizadores desta ação e devem continuar em outros trechos do córrego, pois só assim as matas ciliares contribuiram para a redução de sedimentos no córrego e funcionando como amortecedores dos impactos das atividades agrícolas realizadas na microbacia, retendo os sedimentos, a formação de corredores ecológicos para o deslocamento da fauna e ganho ambiental.


Córrego do Boi
O córrego do Boi localizado no município de Aparecida d'Oeste apresenta os mesmo problemas típicos dos córrego na região noroeste do Estado de São Paulo. Trechos do córrego com ausência de mata e processo erosivo acentuado, com a formação de áreas saturas de água e a presença de macrófitas aquáticas.

Figura 13. Ponto 5 - córrego do Boi, observa-se a presença de macrófitas aquáticas.

Um fato interessante deste manancial é o exemplo de desenvolvimento a qualquer preço e pesamento imedeiatista por parte dos tomadores de decisão deste município. O desenvolvimento econômico é fundamental para o crescimento, porém práticas sustentável devem ser adotadas para a melhoria ambiental e favorecendo toda a parcela da comunidade.
O exemplo é a construção de um matadouro dentro de uma Área de Preservação Permanente, acesse: http://www.agr.feis.unesp.br/as10mais_gustavo.php

Outras informção em: http://irrigacao.blogspot.com/2010/05/saida-de-campo-monitoramento-da.html

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por que a água evapora sem estar a 100° C ?

A Importância da DBO

Pivô central: história e características