País tem tributo de Suécia e serviço de Angola, diz Eliezer Batista
Criar uma empresa sadia no Brasil requer ginásticas "macetológicas" e "trambicológicas". A avaliação em tom humorado é do engenheiro Eliezer Batista, 86, ex-ministro, ex-presidente da Vale e pai de Eike Batista, o empresário mais rico do país.
Em uma rara aparição pública, Eliezer foi homenageado ontem em evento da Confederação Nacional de Jovens Empresários. Para ele, o Brasil não tem um ambiente favorável ao empreendedor, com "a tributação da Suécia e os serviços de Angola".
A origem do problema, na avaliação do engenheiro apontado como um dos principais responsáveis por tornar a Vale uma grande empresa, é o fato de que os legisladores conhecem pouco a atividade empresarial.
Para Batista, o país precisa de dirigentes que pensem como estadistas, focados "na próxima geração, e não na próxima eleição".
Em discurso, Eliezer disse que o cenário atual talvez seja mais difícil para o empresariado do que o que ele enfrentou no passado.
Ele elogiou as iniciativas do filho mais famoso. "Ele está se metendo a tomar risco e fazer coisas que fazem sentido, mas, para isso, você tem de ter colaboração do poder constituído. Se o poder não entende isso e não quer, como fazer?"
A carreira de Eliezer foi tema do documentário "Eliezer, o engenheiro do Brasil".
Ele trabalhou com os presidentes João Goulart, João Figueiredo, Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor. Durante sua segunda gestão como presidente da Vale, desenvolveu o projeto Ferro Carajás.
Para Eliezer, a juventude é capaz de fazer o país "sair do buraco" desde que haja investimento em educação, pesquisa, tecnologia e inovação. Avalia que o país deveria mandar profissionais ao exterior para estudar e atrair estrangeiros para ensinar aqui. "Nós nunca fizemos isso na escala do que a Índia fez. Por que não copiamos o bom do outro, só o mau?"
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