A PARAÍBA É HOJE A LÍDER NACIONAL NA PRODUÇÃO DE ABACAXI

PARAÍBA: líder nacional na produção de abacaxi

A liderança na cultura é disputada por três unidades. A Paraíba encontra-se à frente, com 263 milhões de frutos em 2009. O Pará lidera em área (9.978 ha em 2009, mas com tendência de redução) e obtém volumes próximos aos paraibanos (241 milhões de frutos). Minas Gerais, que foi o maior produtor por volta do ano 2000, tem oscilado ultimamente entre o segundo e o terceiro lugares. No período da análise, colheu 255 milhões de unidades. Em busca de crescimento, a Bahia ocupa a quarta posição, com 121 milhões de frutos. Nas estimativas do IBGE para 2010, o ranking da produção fica na seguinte ordem: Paraíba (258 milhões de frutos), Pará (256 milhões), Minas Gerais (222 milhões) e Bahia (139 milhões).

A Paraíba é hoje a líder nacional na produção desta saborosa fruta tropical. O abacaxi é amplamente cultivado em cidades paraibanas, sobretudo em Itapororoca (16.997 habitantes e 2.400 hectares), Santa Rita (120.310 habitantes e 1.900 hectares), Araçagi (17.224 habitantes e 1.420 hectares), Pedras de Fogo (27.032 habitantes e 600 hectares), Lagoa de Dentro (7.370 habitantes e 420 hectares) e Sapé (50.143 habitantes e 250 hectares). Nessas cidades, é o principal meio de sustento de centenas de famílias que vivem na zona rural.

SETOR EM ASCENSÃO: Produção de abacaxi na Paraíba rende mais de R$ 210 milhões

Com uma lavoura de 8.000 mil hectares espalhada pelos municípios da Zona da Mata e Litoral, a abacaxicultura tem rendido bons frutos à economia paraibana. Só em 2009, a produção de abacaxi na Paraíba rendeu mais de R$ 210 milhões para o Estado, segundo dados do IBGE. Este estado sempre buscou disseminar novas tecnologias de produção e aumentar as condições de competitividade dos produtores diante do crescimento da produção, tornando-se também "A TERRA DO ABACAXI".

Os produtores são investidos em capacitação e discutem aspectos como manejo de pragas, defensivos agrícolas, empreendedorismo na gestão da produção, competitividade e exportação. Dados da EMATER-PB conferem que foram colhidos 263 milhões de frutos que atenderam todo o país, principalmente a região Sudeste, com destaque para São Paulo, considerado o maior importador dos abacaxis paraibanos.

As novas tecnologias adotadas e a organização dos produtores e da própria Cadeia Produtiva, tem sido significativo para a disseminação de conhecimentos técnicos junto aos produtores. É um momento importante para os produtores conhecerem as dificuldades e desafios, focando ações na solução dos problemas que permeiam a abacaxicultura paraibana.

O perfil do produtor de abacaxi paraibano é formado basicamente por agricultores familiares que atuam com lavouras dotadas ou não de sistemas de irrigação. Em comum entre eles está o retorno do investimento com apenas um ano e meio após o plantio das mudas. O custo médio por hectare é de R$ 13,9 mil em terrenos irrigados e R$ 11,3 mil sem irrigação, o que faz da abacaxicultura uma lavoura cara. Entretanto, no ano passado o faturamento médio dos produtores foi de R$ 20 mil por hectare plantado.

COLHEITA

Os municípios que lideram a produção são Itapororoca com 72 milhões de frutos colhidos em 2009, seguido de Santa Rita com 57 milhões, Araçagi, com 42,6 milhões, Pedras de Fogo, com 18 milhões e Lagoa de Dentro com 10,5 milhões de frutos. A abacaxicultura produz frutos o ano todo, mas intensifica a colheita no período que vai de agosto a janeiro do ano seguinte. Aproximadamente 80% da produção é colhida nesta época, os outros 20% se dividem entre os meses de fevereiro a julho, período que corresponde à alta dos preços no mercado, graças a diminuição na oferta do fruto.

SUSTENTAÇÃO

Pequenas cidades, localizadas nos estados com maior produção, têm na cultura um esteio econômico e um motivo de destaque. É o caso de Floresta do Araguaia, município emancipado em 1993 de Conceição do Araguaia, no Pará, com 19 mil habitantes e que, conforme se divulga, tira sustento, emprego e renda da abacaxicultura. Conhecida como a Terra ou a Cidade do Abacaxi, é o maior produtor do Estado: obteve 175 milhões de frutos em 2009, enquanto em 2004 chegou a 216 milhões, exportando parte para a Europa desde 1998. Realiza também, sempre no mês de julho, o Festival do Abacaxi. A cidade mineira de Monte Alegre de Minas, que já foi a primeira no ranking da cultura em outros períodos, intitula-se “Terra da Felicidade e Capital Brasileira do Abacaxi”. Em 2009, colheu 96 milhões de frutos. Outras cidades da região do Triângulo Mineiro, como Frutal e Canápolis, também se destacam na atividade. Na Paraíba, desponta a pequena Itapororoca, na Zona da Mata, com 15 mil habitantes e 72 milhões de frutos em 2009, ao lado de outros municípios da região, como Santa Rita e Araçagi. Nessa área, o espaço é disputado com a cana-de-açúcar, que tem avançado devido a sua valorização, mas o abacaxi mantém importância e apoio, buscando preservar o lugar conquistado, amparado na qualidade da produção. Ao mesmo tempo, conforme constata Aristóteles Pires de Matos, da Embrapa, outras pequenas comunidades nas regiões Norte e Nordeste têm despertado para a cultura, como é o caso de dois distritos – Novo Remanso e Vila do Engenho, ambos do município de Itacoatiara, no Amazonas. Ali uma produção isolada, numa área de 1.200 hectares, abastece a capital Manaus e também o mercado regional de polpa para merenda escolar, reiterando a força e a riqueza das frutas tropicais brasileiras.

BARRADO NO EMBARQUE


Com produção nacional estável, abacaxi tem no mercado doméstico seu principal destino, especialmente após a queda nas exportações. Mesmo que a situação das vendas externas de abacaxi se mostre azeda, passando de US$ 10,5 milhões negociados em 2009 para US$ 998,3 mil em 2010, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), a gostosura do produto continua sendo bem apreciada no mercado interno. A pequena exportação, que ocorre principalmente para a Europa, ainda estaria sofrendo efeitos da crise econômica mundial e do câmbio desfavorável, além de outros fatores. Enquanto isso no plano doméstico, com economia aquecida, a produção se estabilizou, após recuo em 2009, e vem sendo absorvida.

Os números da colheita brasileira, líder mundial na cultura, que já estiveram em 1,78 e 1,71 bilhão de frutos em 2007 e 2008, respectivamente, ficaram em 1,47 bilhão de unidades em 2009, segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para os períodos 2010 e 2011, as estimativas da instituição indicam oferta de 1,48 e 1,44 bilhão de frutos respectivamente. A redução em 2009 teria ocorrido por problemas climáticos, de acordo com avaliação do economista Clóvis Oliveira de Almeida, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (CNPMF), sediada em Cruz das Almas (BA).

Influiu igualmente no resultado, inclusive nas exportações, a retirada da produção de uma empresa do Ceará em decorrência de problemas com a doença fusariose, causada pelo fungo Fusarium subglutinans. O fato representou a diminuição de 100 milhões para 17 milhões de frutos colhidos de 2008 para 2009, naquele Estado, que então figurava na quinta posição entre os produtores brasileiros. A constatação é feita pelo pesquisador Aristóteles Pires de Matos, da mesma unidade da Embrapa e que coordena ações do Programa de Produção Integrada de Abacaxi no País, difundindo conceitos de sustentabilidade com baixo uso de insumos poluentes em vários estados.

Ele considera importante o incremento do marketing na venda externa destacando as características da fruta e das variedades. Nesse contexto, a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia (SEAGRI-BA) divulga que a variedade Pérola, cultivada na região de Itaberaba, vem conquistando admiradores no continente europeu.

Fonte: IBRAF e IBGE, 2011.

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