Chapada dos Guimarães - Mato Grosso

Marcus Damião e Ronaldo Cintra (Doutorandos da UNESP Ilha Solteira) em visita a Chapada dos Guimarães-MT.

O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães é uma unidade de conservação brasileira, situada no estado de Mato Grosso, nos municípios de Chapada dos Guimarães e Cuiabá, que recebeu a guarida federal através do Decreto 97.656, de 12 de abril de 1989. Possui uma área total de 33 mil hectares. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Já foi considerado o maior município do mundo, devido ao seu território anterior com cerca de 269 mil km². O município de Chapada dos Guimarães deu origem a municípios como Alta Floresta, Colíder, Sinop, Nova Brasilândia, Paranatinga e outros. Possui vários pontos turísticos como, por exemplo, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, com cachoeiras, cavernas, lagoas e trilhas em meio a uma natureza típica de cerrado, vegetação predominante na cidade.

TURISMOChapada dos Guimarães tem tem vários atrativos turísticos: 46 sítios arqueológicos; dois sítios paleontológicos; 59 nascentes; 487 cachoeiras; 3.300 km² de Parque Nacional; 2.518 km² de Área de Proteção Ambiental; duas reservas estaduais; dois parques municipais; duas estradas-parque; 157 km de paredões; 42 imóveis tombados pelo Iphan; 38 espécies endêmicas.
 Mirante do Centro da América do Sul, ponto equidistante entre os Oceanos Atlântico e Pacífico.

O artesanato local é uma das referências na cidade, com vários artesãos locais que chegaram ou nasceram na cidade e, que ali, foram crescendo e vivendo do artesanato, que é exposto em praça pública de terça-feira a domingo para os habitantes e turistas. Existe um projeto de uma "Rua do Artesanato", que visa criar um local específico para os artesãos, mas nada projetado ainda. Além de todas estas opções, o município conta com o turismo nos dias mais frio do ano, quando a temperatura pode diferir-se até -2°C para menos, da próxima capital Cuiabá.

GEOGRAFIA - localiza-se a uma latitude 15º27'38" sul e a uma longitude 55º44'59" oeste, estando a uma altitude de 811 metros. Sua população estimada em 2010 era de 17.821 habitantes. Possui uma área de 5.983,595 km². É o segundo município mais alto de Mato Grosso (798 metros).

CLIMA - o clima de Chapada dos Guimarães é o tropical (Aw). No início da primavera começa o período chuvoso que se estende até o início de abril, que é o período de calor. A partir deste período, no outono, inicia-se gradativamente a estiagem, que se fortifica no inverno. É nestas duas estações que as frentes frias e incursões polares mais significativas do ano chegam à região. O clima passa a ser frio à noite e ameno/pouco quente durante o dia. As geadas são raras, registrando-se a cada cinco anos. Temperaturas negativas são muito raras, em média uma a cada dez anos. Chapada dos Guimarães possui o recorde de segunda menor temperatura do estado de Mato Grosso, -4,6°C no dia 18 de julho de 1975, atrás apenas de Cáceres.

HISTÓRICO - a fundação oficial do núcleo que originou o atual município de Chapada dos Guimarães deu-se no ano de 1751.
CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS:

Área: 5.983,595 km²
População: 17.821 habitantes (Censo IBGE/2010)
Densidade Demográfica: 2,98 habitantes/km²
Altitude: 798 metros em relação ao nível do mar
Clima: tropical Aw
Fuso horário: UTC-4

O primeiro homem branco a instalar-se em Chapada dos Guimarães foi o paulista Antônio de Almeida Lara que, por volta de 1722, abrindo a sua fazenda, depois engenho do Buriti. Lara chegou a Cuiabá em 1720 numa das levas de bandeirantes pioneiros. Em 1721, como fazia pesquisas auríferas rio Coxipó acima, tudo leva a crer tenha sido ele um dos fundadores do Arraial da Forquilha.

A primeira denominação foi Sant′Ana da Chapada, nome da célebre missão dos jesuítas comandada pelo padre Estevão de Castro. Mais tarde, o nome foi alterado para Chapada de Cuiabá. Não demorou muito e o nome foi novamente modificado, desta feita para Sant′Ana da Chapada de Guimarães. Nesta ocasião, governava a Capitania de Mato Grosso o Capitão General Luíz Pinto de Souza Coutinho - Visconde de Balsemão, que, acatando sugestão de portugueses naturais da cidade de Guimarães, acrescentou à denominação de Sant′Ana da Chapada o termo "de Guimarães". Outra fonte dá o termo como homenagem ao Duque de Guimarães, por imposição do mesmo Visconde de Balsemão.

A Cachoeira Véu de Noiva é uma queda-d'água localizada no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no estado brasileiro do Mato Grosso, a 12 quilômetros do centro da cidade da Chapada dos Guimarães (junto ao centro de visitantes do Ibama).
Cachoeira Véu de Noiva

Centro Geodésico da América do Sul

Em Chapada dos Guimarães, na face Sul dos paredões, existe um mirante natural que dá vista para a imensa planície pantaneira e também de onde se avista Cuiabá, a Capital de Mato Grosso. Neste mirante existe um marco geodésico e muitas pessoas sempre acreditaram que este local seria o 'centro geodésico da América do Sul', porém trata-se apenas de um marco de altitude e complementa o antigo marco localizado em Cuiabá, o qual é, segundo geógrafos, o marco exato do centro da América do Sul.

O marco em Chapada dos Guimarães é apenas um ponto físico que serve para delimitar territórios e não alcança, na imaginação humana, a sensação produzida por um mirante com vista tão ampla. Esta sensação, de ver tudo do alto, é que dá o toque místico para o "centro da América do Sul". Não precisa ser geodésico, mas apenas centro.

Neste conceito mais amplo consideramos que o mirante em Chapada dos Guimarães realmente não é o "centro geodésico", mas sim o "centro" da América do Sul, ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico (Oceanos).

Segue abaixo um texto de Anibal Alencastro, Geógrafo, onde ele esclarece um pouco mais sobre o assunto. Algumas partes fora do contexto explicativo foram retiradas.

"Neste ano (2009) estamos comemorando 100 anos da existência do nosso velho marco, implantado pela Comissão Rondon em 1.909, no largo do Campo D'ourique (hoje praça Pascoal Moreira Cabral, onde está situada a Câmara dos Vereadores - Cuiabá)". 

A determinação desse marco geodésico em Cuiabá além de ser um desejo histórico, mesmo porque Joseph Barbosa de Sá, o primeiro historiador cuiabano já afirmava essa situação geográfica em suas escritas no século XVIII, e através de um português arcaico assim dizia... "Achace esta Villa assentada na parte mais interior da América Austral, em altura de quatorze graos não completos ao Sul da linha do Equador, quase em igoal paralelo com a Bahia de Todos os Santos, pela parte Occidental com a cidade de Lima, capital da Província do Peru, em distancia igoal de huma e de outra, costa setecentos e sincoenta légoas que sam as mil e quinhentas que tem latitude nesta altura deste continente, assentada a beira do rio Cuyabá...". 

O marco em Cuiabá, está determinado pelas coordenadas geográficas de Latitude 15°35'56" ao sul da linha do equador e Longitude 56°06'05" a Oeste do Meridiano de Greenwich, cujo marco é reconhecido pela Diretoria de Serviço Geográfico do Ministério do Exército (DSG), de conformidade com a folha topográfica de nomenclatura SD.21 Z-C-V-2 na escala 1:50.000 de Cuiabá, editada em 1975. 

O centro geodésico em Cuiabá é um fato que já faz parte da nossa história e de nossa literatura.

O símbolo se consagra quando dá promulgação do decreto lei Nº 241/72 de 29 do 12 de 1972, que oficializou a bandeira do município de Cuiabá, e que ostenta na sua parte central, o Centro Geodésico da América do Sul. 

Para complementar a centralidade do referido marco buscamos a simples razão da instalação da estação de rastreamento de satélite artificiais do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), ser em Cuiabá nos dá a entender o porque do posicionamento estratégico de Cuiabá, como o Centro do Continente, uma vez que, não situado no centro da América do Sul, não obteria rastreio igual entre os ângulos: Norte e Sul Leste e Oeste do continente. 

(*) O Marechal Candido Mariano da Silva Rondon e sua equipe de geodesistas, em 1927, utilizando as mesmas técnicas retificou os limites de toda fronteira do Brasil com os seguintes países: Guianas, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai concluído o gigante trabalho no ano de 1930, percorrendo um total de 17.366 Km, com implantação de marcos, que até hoje, lá estão firmes e sólidos não ocorrendo nenhuma duvida quanto aqueles limites de fronteira até hoje.
Chapada dos Guimarães-MT.

Em 1934 Rondon foi indicado o arbitro do "Conflito de Letícia" indicado pelo governo brasileiro e por ser o mais competente engenheiro para definição das linhas de fronteiras entre a Colômbia e o Peru, Rondon permaneceu até 1938 quando encerrou com sucesso a missão pacificadora entre aqueles países estabelecendo harmonia novamente. 

A metodologia da técnica geodésica utilizada por Rondon é apoiada em astronomia e os astros nunca mudam de local daí dizer, que os cálculos matemáticos elaborados por Rondon, já estão defasados não procede, mesmos porque os modernos GPS estão apoiados em órbitas de satélites artificiais que por sua vez, são atrelados em astros celestes. 

Todos os marcos geodésicos da fronteira entre Brasil e os países vizinhos, inclusives os marcos entre o Peru e a Colômbia da célebre discórdia "Conflito de Letícia". Lá estão no mesmo lugar dignamente respeitados.

Na verdade naquele local o que ali existe é um antigo marco de RN (Referência de Nível). Cujo marco é um vértice geodésico que faz parte de uma rede de triangulação de 1º ordem do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ou seja, é um ponto de apoio cartográfico/topográfico para elaboração de mapas e, ou para auxilio de trabalhos topográficos precisos na compensação de cálculos da esfericidade da terra.

O marco em referência é o RN-Teixeira, entre outros milhares existentes em todo o território brasileiro, inclusive em Cuiabá, precisamente na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em frente ao departamento de Ciências Sociais, um outro marco está localizado no trevo de entrada para Santo Antônio de Leverger esta triangulação geodésica foi um trabalho executado nos anos 30 pelo ilustre Engenheiro Geodesista, o cuiabano Allirio Hugueney de Mattos, professor de geodesia da Universidade do Rio de Janeiro. 

Portanto, aquele marco localizado no mirante de Chapada dos Guimarães, nada tem a ver com o monumento único do "Centro Geodésico da América do Sul situado em Cuiabá". Assim termina o texto do Geógrafo.
Nota: Mirante do Centro Geodésico da América do Sul, ou seja, de onde se "mira" o Centro Geodésico. Estamos no centro da América do Sul, sem dúvidas, a apenas 7 km do centro de Chapada dos Guimarães.

Fonte: Google.

Comentários

  1. O lugar é muito bonito, mas agora aguentar o Marcus Paraíba neste local não é fácil, o Ronaldo deveria ter jogado ele no abismo....;além disso, depois de sua visita no ponto ponto geodésico houve modificação no sistema de coordenadas...

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