Comentando a semana

"No estado de direito, a política é necessária em qualquer lugar deste planeta. Há 10 dias da eleição eu não queria que os jovens brasileiros desacreditassem da política por causa do erro de um ou de outro". (Ministra Cármen Lúcia, em 27/09/2012  na TV Justiça, que defende mais ética e rigor no acompanhamento dos políticos  congressistas, especialmente).

Esta semana que passou estudamos principalmente o manejo da irrigação, ou seja, o quanto e o quando irrigar, vimos que podemos fazer esta operação baseada em controles atmosféricos, via solo, via planta ou controle combinado (na California 55% do manejo é feito via solo) e ainda que podemos adotar a frequência de irrigação fixa ou variável, neste caso não sabendo o quanto irrigaremos e no outro caso, temos sempre a mesma lâmina sendo aplicada. A estratégia depende do sistema, solo, da cultura e das condições operacionais da propriedade. As bases para o manejo da irrigação via atmosfera está na estimativa da evapotranspiração de referência e na escolha do coeficiente de cultura (Allen et al, 1998Allen, 2012;  Snyder, 2012Hornbuckle, 2012). Mantemos a Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista e ofertamos a evapotranspiração de referência (ETo) como apoio ao irrigante através do Portal CLIMA da UNESP Ilha Solteira. Ontem por exemplo, a ETo variou entre 5,3 mm/dia em Sud Mennucci e em 6,8 mm/dia na Estação Santa Adélia em Pereira Barreto, sendo que hoje estas estações registraram novamente os menores e maiores valores de ETo. Miguel de Castro Neto descreve um sistema português com destaque para a parte computacional necessária ao suporte de decisão
Em relação ao manejo da irrigação via solo há a necessidade de se medir a umidade no solo e a partir daí chegar ao total de água armazenado na faixa que representa a profundidade efetiva do sistema radicular. Para tanto a curva de retenção de água no solo é fundamental e o modelo de Genucthen (1980) é muito útil para trabalharmos matematicamente estes dados e Dourado Neto et al (2000) escreveram o software SWRC que nos ajuda muito na modelagem, na busca pelos parâmetros do modelo e com estes dados podemos também construir com este conhecimento, o tensiômetro de faixa, ou "semáforo". Os livros-textos (didáticos), bem como os softwares e sítios para os temas abordados estão disponíveis no canal "Atividades Acadêmicas - Bibliografia" no Portal da Área de hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira.

Consideramos o maior de todos os desafios é a implantação do manejo da irrigação pelo irrigante, exatamente por demandar conhecimento técnico e prática diária de coleta de informação e cálculos para a tomada de decisão. Trata-se de um grande desafio em qualquer lugar do mundo em que se use a irrigação para garantir as elevadas produtividades. Veja alguns exemplos de eventos para treinar e disseminar o conhecimento neste tema na Nova Zelândia (1) e Estados Unidos (Oregon, Maryland). 

Também na Graduação, na aula da disciplina de "Armazenamento" começamos a conhecer o sistema de transporte brasileiro, nosso sistema de acompanhamento e previsão de safras operados pelo IBGE e CONAB e ainda as Políticas de Segurança Alimentar, com todos estes temas abordados aqui mesmo neste Blog e que podem ser identificados pelos "marcadores" à direita desta página. Esta semana comentamos sobre os investimentos pretendidos pelo Governo Federal para estimular a competitividade do setores agrícola e animal.

A Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira tem entre os seus princípios transformar dados em informação, democratizar conhecimento e assim acredita que pode contribuir para a modernização da nossa agropecuária. Fazemos isso utilizando várias tipos de linguagem para atingir diferentes usuários através de diferentes canais de mídia baseados na Internet e operados por Bolsistas através do projeto de Extensão Universitária "Planejamento e Gerenciamento Hidroagrícola e Ambiental". Acreditamos que nossas pesquisas não devem serem consumidas apenas pela a academia e sim por todos os interessados ou stakeholders da cadeia produtiva. Assim, implementamos nossa página oficial no Facebook e também  aceitamos o convite feito pela Assessoria de Comunicação da UNESP, que lançou o Pod Irrigar, o Pod Cast da UNESP, onde em entrevistas de no máximo 2 minutos, toda quinta-feira, oferecemos informações sobre agricultura irrigada, irrigação e agroclimatologia, com o objetivo de orientar as formas de manejo racional da água e energia. Acesse  o Pod Irrigar a partir de http://podcast.unesp.br/podirrigar

No Facebook nosso objetivo tem sido cumprido, que é atingir o público mais jovem com informações sobre agricultura irrigada e climatologia aplicada à irrigação, desde sua criação até 28/09/2012, nossa página institucional registra a participação de 50,5% (31,5% homens e 19% mulheres) de pessoas entre 18 e 24 anos e 28,2% (16,5% homens e 11,7% mulheres) entre 25 e 34 anos.

A água que vem do céu voltou a cair no noroeste paulista neste última dia 19 de setembro, quarta-feira passada, interrompendo um ciclo de 89 dias ininterruptos sem chuva. Choveu até 154 mm em alguns locais, e daí, temos bastante água no solo? Diferente de um banco que pode guardar todo o nosso dinheiro, a capacidade de armazenamento de água em um solo é limitada e depende da sua constituição e da profundidade em que a água penetra, o que chamamos de CAD - Capacidade de Água Disponível. A água quando chega ao solo com alta intensidade pode não infiltrar totalmente e escorrer, causando erosão, assoreamento dos mananciais, menor recarga do lençol freático e menor disponibilidade de água na estação seca subsequente. Por isso, o solo deve estar protegido através de cobertura vegetal, terraceamento, uso do plantio direto ou cultivo mínimo, de modo a "segurar" a água na bacia hidrográfica através da infiltração e garantir a oferta dessa água por mais tempo naquela região, tanto para as plantas, como para uso dos sistemas de irrigação.

Evento - Anote aí!
O Programa de Pós-Graduação em Agronomia promoverá no dia 19 de outubro de 2012, às 19:30 horas o Stand-Up Profissional: Os desafios e a trajetória de dois Engenheiros Agrônomos ligados pela laranja e pela cana", quando José Eugênio de Rezende Barboza (Agroterenas) e Nilson Marcos Matsuda (Ambiental Agrícola) formados na UNESP Jaboticabal, em pé e sem recursos multimidia discorrerão sobre suas atividades profissionais de mais de 25 anos, desde a ascensão, os percalços e a volta por cima para se manterem reconhecidos pelo mercado. Anote a data! Ótima oportunidade para aprender e se estimular na carreira!

E a participação da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira no XXII CONIRD já ganhou um sítio exclusivo e os interessados já podem conhecer os dez artigos técnicos que levaremos ao conhecimento dos Congressistas. Nossos Orientados trabalharam duro para finalizarem estes artigos! Parabéns! E agora já estão de preparando para a apresentação que farão em Cascavel - PR, a partir de 4 de novembro. Estão abertas as inscrições para o 22º Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem (CONIRD) e são esperados cerca de 600 participantes, entre empresários ligados às cadeias produtivas do segmento composto por produtores e lideranças rurais, técnicos, pesquisadores, professores e alunos de graduação e pós-graduação, entre outros, que tem no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em conjunto com a Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem seus promotores. O objetivo do Congresso é evidenciar as oportunidades de desenvolvimento com a agricultura irrigada, seus benefícios para a sociedade, desafios existentes e, principalmente, apresentar bons exemplos já em prática e as tecnologias e estratégias para melhor impulsionar a prosperidade do setor. A programação abrange conferências, seminários, oficinas, sessões de pôsteres e dois dias de campo. Além disso, empresas ligadas ao setor vão expor produtos, propiciando aos participantes a oportunidade de conhecer e interagir com as mais diversas áreas de agricultura irrigada, gestão dos recursos hídricos, arranjos produtivos e comerciais. Mais informações no endereço www.abid.org.br. Inscrições efetivadas até 30 de setembro têm desconto.

Seca e agricultura irrigada
O Ministério da Integração Nacional, em parceria com o BNDES, disponibiliza R$ 114 milhões para agricultores familiares afetados pela estiagem na região do semiárido. O recurso, a fundo perdido, deverá ser utilizado para aquisição de kits de irrigação, construção de barragens subterrâneas e de biofábricas de sementes e mudas. Serão beneficiadas famílias de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O acordo foi assinado pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, nesta sexta-feira (28/9), em Recife (PE), durante as comemorações dos 60 anos do banco. A parceria prevê a implantação de cinco biofábricas (AL, PB, PE, PI e RN), 2.775 barragens subterrâneas, que armazenam água da chuva no subsolo, e de 2.551 kits de irrigação – usados em terrenos de dois hectares, compostos por mangueiras, tubos de PVC, tubo gotejador, bombas, válvulas e caixas d’água. Os beneficiados devem constar no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). A seleção será feita por equipes da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Também em 1, e 2 há mais notícias e na Paraíba, a Cooperar entrega sistema de irrigação para comunidade rural de Pitimbu e dezessete famílias foram beneficiadas.

Cana
A Copersucar avalia que é possível uma sobra de 20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar da safra 2012/13 para processamento na temporada seguinte - popularmente chamada de "cana bisada" -, disse no dia 25 o presidente do Conselho de Administração da companhia, Luís Roberto Pogetti, "poderá ficar cana em pé na região centro-sul do Brasil, a maior produtora, caso chova ao final do ano" e se se confirmar, a moagem do centro-sul poderia ficar abaixo de 500 milhões de toneladas, considerando recente previsão da associação da indústria do setor. "Se chover como está previsto no final de outubro e novembro e dezembro, acho que sobram umas 20 milhões de toneladas", afirmou ele a jornalistas durante o Global Agribusiness Forum, em São Paulo, encontro que reúne líderes, especialistas e representantes da cadeia produtiva agrícola para discutir o tema "Agricultura Globalizada e Sustentável, o Desafio do Crescimento". Antes, a Unica estimou a moagem do centro-sul em 518,5 milhões de toneladas. Com uma redução no processamento, a oferta de produtos como açúcar e etanol seria menor. A Copersucar tem cerca de 50 usinas associadas no Brasil. Diante da expectativa de chuvas ao final do ano, as usinas ligadas à Copersucar buscam encerrar os trabalhos o mais cedo possível, no final de novembro. 

Logística de transporte de grãos

Novas rotas do agronegócio (FSP, 23/09/2012, p.B.6): construção e expansão das ferrovias brasileiras deverão resultar em impulso às exportações de soja e carne bovina. As novas ferrovias planejadas pelo governo federal deverão abrir caminhos de exportação principalmente para a soja e a carne bovina, ao ligar o Centro-Oeste a portos de quatro regiões do país. Hoje, os trens só chegam à porta de entrada do agronegócio no país - Alto Araguaia (MT), na divisa com Goiás. Paulo Resende, coordenador do núcleo de logística da Fundação Dom Cabral, diz que os novos corredores anunciados em agosto pelo Planalto irão reduzir os custos das cadeias produtivas. O pacote prevê a construção ou o aumento da capacidade de 12 linhas - ou 10 mil km - em 30 anos. Uma delas chegará a Lucas do Rio Verde, no centro de Mato Grosso, e permitirá que os grãos escoem até portos das regiões Sul, Sudeste, Nordeste ou Norte. A integração será possível quando estiver pronta a ferrovia Norte-Sul, que cortará o país. Cerca de 60% da soja produzida hoje em Mato Grosso vai de trem para Santos. Os quase 10% que vão a Vitória dependem de caminhões até Araguari (MG). As novas linhas devem beneficiar também o escoamento da carne bovina e de frango. A União Brasileira de Avicultura espera ainda o fim do gargalo para a chegada de grãos do Centro-Oeste. Além da extensão da malha, os produtores de Mato Grosso esperam uma redução no frete. Veja em detalhes e em gráficos como é hoje e os investimentos previstos em ferrovias para adequação dos setores soja (abaixo), carne bovina, açúcar e frango que exigirão investimentos de R$ 91 bilhões e espera-se agregar mais 4.700 km de ferrovias, além de aumentar a capacidade de outros 5.300 km, aos atuais 28.600 km.



Educação
Mais uma avaliação e no Ranking Iberoamericano SIR 2012 a UNESP é a QUINTA melhor universidade. Confira em detalhes como foi feito o ranking e a classificação de cada universidade! O Scimago Institutions Ranking avalia 3.290 instituições e oferece seus relatórios em inglês e em espanhol.

Tecnologia - Energia
Um dos desafios atuais é o de buscar energia renovável, que pode ser hidráulica, eólica, solar ou ainda gerar a partir do movimento das ondas. O video abaixo ilustra a parceria entre um universidade e o setor privado para gerar energia na região do Porto de Pecém, no Ceará. Veja como seria!


Empreendedorismo - Administração - Negócios
Foi notícia na imprensa especializada em negócios que o BNDES inclui critério intangível em análise de risco utilizando uma nova Metodologia de Avaliação de Empresas (1, 2)
Leia também a ótima análise contida na publicação "O BNDES em um Brasil em transição" de Ana Cláudia Além e Fábio Giambiagi.

Papo de elevador: a FSP (23/09/2012) dá a dica de como vender sua ideia de negócio e conquistar um investidor mesmo tendo poucos minutos de conversa é preciso mapear a área de atuação com dados realistas.  

Jeito Dilma na economia se cristaliza em 2012 e decisões da presidente no campo econômico rompem com Lula e FHC: meta de inflação e câmbio livre ficaram no passado; o que vale agora é a defesa da indústria nacional na FSP (23/09/2012, p.B5).  Do regime de metas de inflação, nascido em 1999 e reforçado sob Lula, só restou a meta fiscal. Criado para funcionar sobre o tripé "câmbio flutuante, metas de inflação e superavit primário", o regime ficou apenas com o superavit primário (receitas menos despesas do governo, excluídos os gastos com juros), dizem economistas. O modelo Dilma tem meta de inflação mais flexível, interfere com firmeza no câmbio - para desvalorizar o real - e persegue a meta fiscal (mais receitas que gastos), embora permita alívios na arrecadação de setores eleitos. A percepção é de que o governo administra o câmbio para manter o dólar cotado entre R$ 2 e R$ 2,10, o que dá mais competitividade às exportações e ajuda a indústria na disputa com importados. A meta de inflação, instaurada no segundo mandato de FHC, também foi abandonada, dizem economistas. Na era Dilma, parece haver tolerância com a inflação acima do objetivo (hoje, de 4,5%). Trabalha-se com um prazo de 2 a 3 anos para a inflação convergir para a meta, em vez do horizonte oficial de 12 meses, acredita José Luís Oreiro, professor de economia da Universidade de Brasília. Mas a demora no ajuste deixa economistas em alerta, principalmente quando a inflação começa a acelerar e o governo não dá sinais de que deixará o dólar baixar para conter a alta dos preços. Menos ainda parece contar com preços mais em conta de importados. Ao contrário dos antecessores, que usavam o remédio clássico para conter a aceleração da inflação (com a elevação da taxa de juros), o governo parece contar com outros instrumentos, como o controle de preços da gasolina e a redução das tarifas de energia elétrica. "O governo tem a política explícita de apoio à indústria, mesmo que isso ocorra em detrimento da gestão macroeconômica", diz Loyola. O sucesso dessa estratégia será medido no resultado da inflação do ano que vem. Guinada ocorreu em concessões e redução de tarifas: o segundo semestre deste ano marcou a guinada da economia para o modelo Dilma. A política econômica deixou de ser focada primordialmente no incentivo ao consumo e voltou-se para a ampliação da oferta e do investimento, com a redução das tarifas de energia, o pacote de concessões em infraestrutura e a inclusão de mais setores na desoneração da folha de pagamento. Todas essas medidas têm como objetivo reduzir os custos da indústria. "Agora há uma opção sustentável pela economia doméstica, que é ideal, porque a economia internacional não vai melhorar tão cedo", diz Fernando Cardim de Carvalho, professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A FSP resumiu o "modelo Dilma" de gerir a economia. Confira!

Entretenimento - Cinema - Ilha Solteira
Marcos Aparecido Chaves Ferreira foi nosso aluno na Engenharia Elétrica, hoje é Professor na  IFSP Catanduva, também "cineasta" e fez um video como tema o inverno de 2012 em Ilha Solteira. Assista! Parabéns Marcão!

Comentários

  1. Lembrando que as estatísticas dos Portais da AHI estão disponíveis em seus respectivos canais a quem possa interessar, garantindo a transparência do nosso trabalho!

    A excelente ideia do "Stand-Up Profissional" deveria se estender a todos os cursos. A gelara que está para formar com certeza se interessa.

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