Agricultura irrigada e a semana de 25 de novembro

"O estadista se diferencia do político comum, entre outras virtudes, por saber discernir a verdade da mentira e, mais ainda, o momento certo de pronunciar a primeira - ou, então, de se calar." (Editorial da Folha de São paulo, 15/11/2012, p.A.2).

Algumas vezes somos questionados sobre os investimentos adicionais necessários para se ter um bom projeto de irrigação em funcionamento. Para se formatar um projeto adequado de irrigação é necessário primeiro de tudo conhecimento técnico em várias áreas e isso é feito por um profissional com formação adequada, normalmente de nível universitário e este tem que ser remunerado adequadamente. Contudo há de se diferenciar custos da irrigação, que é representado pelo consumo de energia e manutenção do sistema e que deve ser pago mensalmente, de investimento, que deve ser amortizado anualmente ao longo de 10 a 15 anos dependendo do sistema utilizado. Em resumo, na ponta do lápis, vale a pena investir em um bom ou adequado projeto de irrigação. Outra vantagem de se contar com um adequado sistema de irrigação envolve a produtividade das lavouras e o desperdício de água e energia. Assim, uma das condições que caracteriza um adequado projeto de irrigação é a garantia de poder fazer a reposição da água ao solo perdida pela evapotranspiração das culturas - ou seja, a perda de água pela evaporação do solo e transpiração das folhas - e a distribuição uniforme da água aplicada, isso por sí, já leva à uma maior produtividade. Fornecer água em quantidade maior que a exigida pelas plantas representa desperdício, pois não resultará em aumento de produtividade. E também, ao contrário do que muitos pensam, aplicar pouca água, resulta em produtividades abaixo do esperado, portanto, baixa eficiência no uso da água. O melhor mesmo, é consultar um profissional especializado em irrigação antes de investir em um sistema de irrigação, ele o ajudará no planejamento do seu projeto. Este foi o tema do nosso PodCast desta semana no Pod Irrigar. Escute!

Foco na pesquisa
Reduzir o tempo gasto em problemas não relacionados à pesquisa, como questões administrativas, representa um estímulo para o desenvolvimento da ciência no Estado de São Paulo, avaliam participantes de evento realizado na FAPESP e Pesquisadores devem ter apoio de instituições para dedicação exclusiva à atividade final. Um exemplo vem da Santa Casa de São Paulo se tornou nos últimos anos de uma entidade dedicada à assistência médica e à formação de profissionais na área da saúde em uma instituição que também realiza pesquisa.“Disponibilizamos apoio integral ao pesquisador para a resolução dos aspectos burocráticos e administrativos da pesquisa e participamos até, de maneira um pouco mais ousada, da concepção da ideia dos projetos, dando dicas na elaboração, submissão, prestação de contas e até na publicação dos artigos em revistas científicas, porque o perfil do nosso pesquisador é diferente do de outras instituições”, disse Lia Mara Rossi, coordenadora da Secretaria de Apoio à Pesquisa (SAP) da Santa Casa de São Paulo. O gasto de tempo do pesquisador com tarefas como questões administrativas, que inviabiliza que possam se dedicar exclusivamente à pesquisa, é apontada por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, como um dos principais obstáculos para o desenvolvimento da ciência no Estado de São Paulo.

Mais irrigação
Esperamos que os objetivos e metas do Programa Mais Irrigação sejam cumpridos e a imprensa continua repercutindo essa disposição de incorporar mais de 500 mil novos hectares com irrigação. A União, por intermédio do Ministério da Integração Nacional, divulgou um novo programa de investimentos em irrigação ("Programa Mais Irrigação") que prevê R$ 7 bilhões (sete bilhões de reais) em recursos privados, inclusive por intermédio de contratos de parceria público-privada (PPP). As 8 (oito) PPPs divulgadas pela União estão vinculadas a projetos de irrigação que prevêem R$ 2,8 bilhões (dois bilhões e oitocentos milhões de reais) em investimentos liderados pela iniciativa privada. Os projetos são os seguintes: Baixo Acaraú / CE (4.144 ha), Platôs de Guadalupe / PI (10.632 ha), Pontal / PE (7.717 ha), Nilo Coelho / PE (22.957 ha), Canal do Sertão / BA-PE (45.000 ha), Baixio de Irecê / BA (48.000 ha), Salitre / BA (26.206 ha), Jaíba / MG (24.745 ha). Nos projetos de PPP de irrigação (que envolvem 189 mil hectares no total), a União poderá separar os riscos de exploração agrícola daqueles vinculados à infraestrutura e à operação dos sistemas de irrigação, o que implicará na realização de duas licitações. Cada projeto poderá demandar uma estratégia de licitação diferente. O primeiro projeto a ser licitado é a PPP do Pontal (em Petrolina, Pernambuco). Neste caso, a decisão foi separar a exploração agrícola da exploração e manutenção da infraestrutura de irrigação.

Oportunidade
A empresa AZUD Brasil com sede em Salvador-BA, fabricante e distribuidora de componentes para irrigação agrícola como filtros, microaspersores, tubo gotejadores, etc., busca no mercado de Pernambuco, representante comercial com empresa devidamente legalizada, com formação em Engenheira Agronômica, Engenharia Agrícola ou Técnico agrícola para atuar junto ao mercado de Pernambuco. Interessados deverão encaminhar currículo para o Engenheiro Alexandre Ono no e-mail alexandre@azud.com.

Produção de alimentos - ONU - Brasil - Exportação
Relatório da ONU considera o Brasil potência agroalimentar: A publicação As Perspectivas para a Agricultura e Desenvolvimento Rural nas Américas, apresentado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), traz uma radiografia do contexto macroeconômico da América Latina e do Caribe, o estado de sua agricultura, pecuária, silvicultura, pesca e desenvolvimento rural, e inclui uma seção especial que discute a posse da terra na região. A desaceleração global e a alta variabilidade climática são os principais desafios para a agricultura regional no curto prazo, segundo o estudo. O momento é favorável, portanto, para um maior investimento do Estado na agricultura, especialmente na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação, essencial para o aumento da produtividade.
O Brasil é citado no relatório como um líder na região, sendo considerado, assim como a Argentina, uma potência agroalimentar. O país apresenta a maior proporção de todas as cifras pecuárias na América Latina, o que inclui a metade de todos os suínos e bovinos para carne e leite e cerca de 40% das aves de granja. Entretanto, a produtividade do país ainda é baixa se comparada com outras da região. O desflorestamento, desnecessário ao aumento da produtividade segundo uma vasta gama de pesquisas na área, também chama a atenção no Brasil - país que mais investe em pesquisas agrícolas na região.
Em relação à posse da terra, o relatório aponta que a região está passando por uma mudança estrutural, incluindo processos de concentração fundiária. A região tem milhões de pequenas fazendas que coexistem com propriedades de médio e grande porte, criando uma estrutura agrária muito heterogênea, na qual a distribuição desigual de bens perpetua e acentua as diferenças de produtividade.
A situação do Brasil exemplifica esta situação dúbia vivida pela região. O país, ao mesmo tempo em que conduz um processo de reforma agrária desde sua redemocratização, em 1985, lidera, junto com a Argentina, o ranking de grilagens na região. “Um aspecto chave para avançar em direção à erradicação total da fome na região é que os pequenos agricultores tenham maior acesso a recursos como terra. Dado o forte crescimento econômico e agrícola regional, é inaceitável que 49 milhões ainda passem fome”, afirmou o Representante Regional da FAO, Raúl Benítez. Leia o Relatório completo!

Confira a entrevista com Leonardo Machado na 2ª Edição do programa Mercado&Cia com apresentação de João Batista Olivi. Com pivô de irrigação produtores de Jataí (GO) conseguem potencializar o solo para as três safras produzidas na cidade. Estado tem potencial de irrigação em torno de 5 milhões de hectares, mas irrigam apenas 250 mil hectares. Questões burocráticas atrapalham o crescimento da técnica. Outorga é uma delas.

Alta produtividade no coração do Brasil. Brasília, 1957. Cinco famílias de imigrantes japoneses chegam ao Brasil e se transferem, a pedido do governo, para propriedades em uma área próxima à Brasília. Por determinação do presidente Juscelino Kubitschek, na época grandes extensões de terra no Distrito Federal foram desapropriadas e concedidas para agricultores com o objetivo de garantir o abastecimento de alimentos na futura capital nacional, que seria inaugurada em 1960. Em maio daquele ano, o presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Israel Pinheiro, embarcou em um voo de reconhecimento da região com representantes das cinco famílias. Após uma hora, o patriarca da família Kanegae não se conteve: "Mas a terra é muito ruim", disse, para Pinheiro emendar: "Se fosse boa, não precisava de japoneses". Começava ali a história de sucesso que transformou a agricultura do Distrito Federal em uma das mais eficientes do país. Em uma área de plantio pequena - o DF como um todo tem 580 mil hectares, ante os 27 milhões que serão ocupados apenas pela soja no país nesta safra 2012/13 -, a produção local se destaca pela produtividade, que supera a de praticamente todos os Estados brasileiros em boa parte das lavouras de grãos ou de hortaliças e frutas. Leia mais sobre este desenvolvimento baseado na irrigação.

MAURO ZAFALON na Folha, informa que as exportações de soja devem superar expectativa e receitas serão recordes e deverão atingir 38,5 milhões de toneladas nesta safra, um volume acima do previsto anteriormente para esse período e 21% superior ao de 2011. Os dados são da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), que refez também as perspectivas de receitas do setor. Com o aumento das vendas externas, as receitas do complexo soja (grãos, farelo e óleo) deverão atingir o recorde de US$ 30,3 bilhões neste ano. Ao atingir esse volume financeiro, a soja assume a liderança nas exportações nacionais, superando até o até então líder, minério de ferro. Este, ao contrário da oleaginosa, teve quedas de preços e de volume neste ano. Já a soja, devido à demanda chinesa e a problemas climáticos nas principais áreas produtoras do mundo, atingiu valores recordes. Além de exportar mais, o Brasil também está consumindo mais soja, segundo a Abiove. O esmagamento deste ano atingirá 38,5 milhões de toneladas, 21% mais do que no ano passado. A demanda interna por farelo de soja, não obstante a forte elevação dos preços neste ano -o que tem dificultado o balanço das contas no setor de carnes-, vem crescendo. Na avaliação das indústrias, as empresas nacionais deverão consumir 14,2 milhões de toneladas dos 29 milhões que serão produzidas. As exportações de farelo de soja deverão atingir 15 milhões de toneladas. O principal montante de receitas virá das exportações de soja em grãos, que poderão chegar a US$ 21,2 bilhões neste ano. Já as vendas de farelo de soja vão render US$ 7 bilhões e as de óleo ficarão próximas de US$ 2 bilhões.
As receitas anuais com exportação de soja foram de US$ 17,2; 17,1; 24,1; 24,8; e será de 30,3 bilhões em 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012, respectivamente.

Empreendedorismo

Em gerações anteriores, fazer política significava estar dentro de um partido, de um sindicato ou organização de classe. Hoje, a imagem negativa dessas instituições afasta profissionais competentes, que, sem opção tradicional, vão exercitar sua vocação políticas em empresas, organizações não governamentais ou por conta própria. Saiba de 10 maneiras e exercitar a vocação política e como praticar o seu lado ativista dentro do próprio trabalho ou em ONGs, na matéria da VOCÊ S/A.

Internet
Redes acadêmicas brasileiras se preparam para a internet do futuro. No primeiro semestre de 2013, algumas universidades e instituições de pesquisa do Estado de São Paulo começarão a se conectar a uma rede experimental na qual serão testadas aplicações de novas tecnologias que poderão definir a internet do futuro. Em âmbito nacional, outras dez instituições brasileiras, incluindo três do Estado de São Paulo - Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CpQD) -, também serão integradas a outra rede experimental que começará a ser criada no início de 2013 com o mesmo objetivo da rede paulista. As duas redes experimentais acadêmicas brasileiras se somarão a algumas outras estabelecidas nos últimos anos em outros países com o objetivo de preparar universidades e instituições de pesquisa a uma mudança de paradigma na tecnologia de internet, prevista para ocorrer já nos próximos anos. Baseada atualmente na troca (chaveamento) de pacotes de dados, a tecnologia da internet deverá migrar para o chaveamento de fluxos - conjuntos de pacotes de dados que têm alguma característica em comum. Em função dessa mudança, as redes deixarão de ser definidas pelos equipamentos de rede (como os switches e roteadores) e pelos softwares contidos neles, como ocorre hoje, e passarão a ser gerenciadas por aplicativos externos que determinarão o comportamento dos fluxos de dados.

Comentários

  1. Em relação à matéria da Você S/A, seria um grande avanço a sociedade se as pessoas trabalhassem em suas vocações. Na minha opinião, principalmente nas instituições públicas muitas pessoas acabam assumindo cargos pelos motivos errados, quando deveriam seguir suas vocações e dar o melhor de si!

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