E se foi mais um semestre

Menos carga, mais PIB: Proporção de tributos recolhidos pelo Estado volta a subir e a prejudicar crescimento, sem que os serviços públicos melhorem. (Folha de São Paulo, Editorial, 9/12/2012, p.A.2)

Em nossos comentários anteriores falamos das condições ideais para se ter ou usar um sistema de irrigação, mas quais são os métodos e sistemas de irrigação existentes, como eles funcionam e quais os sistemas mais usados e em quais culturas? Os métodos de irrigação se classificam de acordo com a maneira com que a água chega até as raízes e assim, os principais métodos de irrigação são: superfície, aspersão e localizada. Entre os métodos há as variações, que chamamos de sistemas de irrigação. No noroeste paulista, por exemplo, os sistemas mais utilizados pelos nossos irrigantes são os de aspersão convencional e aspersão em faixa para irrigar pastagem e hortaliças, o pivô central é o preferido para irrigação de feijão, milho e soja em grandes áreas e o carretel enrolador é também utilizado em cereais e oleaginosas, mas principalmente para aplicação de efluentes agroindustriais em áreas cultivadas com cana ou citros. Os sistemas de irrigação por microaspersão são muito utilizados em citros, videiras e demais fruteiras perenes e os sistemas por gotejamento irrigam seringueira, citros, abacaxi, hortaliças de frutos e fruteiras em geral. Algumas regiões brasileiras em função de cultivos predominantes se destacam pelo maior uso de um ou outro sistema, assim, na região de Paranapanema em São Paulo se destaca o pivô central, que também se sobressai em Cristalina - GO. No Triângulo Mineiro, na região de Colatina - ES, com cafezais, bem como o Polo de Petrolina - PE / Juazeiro BA com produção de hortaliças e frutas, é a irrigação localizada que predomina, enquanto que a produção de arroz no Rio Grande do Sul faz com que a irrigação por inundação seja destaque naquele Estado. 

Cebola sendo irrigada por gotejamento, mas a irrigação por sulco garante a água para a limpeza das mãos no transplantio

Manga irrigada por dois microaspersores.


Em Juazeiro - BA, que junto com Petrolina - PE formam um grande polo de agricultura irrigada com mais de 100 mil hectares irrigados, especialmente dedicados à produção de frutas e hortaliças e onde a irrigação localizada predomina participamos de três cursos realizados simultaneamente tendo como Instrutores, além deste missivista, os Professores Doutores Luiz Fernando de Souza Magno Campeche do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano e Eliezer Santurbano Gervásio da Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF. Os Facilitadores foram Joaquim Vianna, Rennan Alves e Edgleudo, do Inovagri e assim concretizamos o treinamento sobre "AVALIAÇÃO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO".

Luiz Fernando, Fernando Tangerino e Eliezer no Projeto Mandacarú - Juazeiro - BA

Anotações da parte prática realizada em uma área com manga irrigada por microaspersão.

Foi ótimo participar do programa de treinamento ANA / Inovagri com o objetivo de promover o uso eficiente da água. Fui Instrutor de 4 cursos e uma pequena participação em dois cursos em Brasília totalizando 66 horas em sala de aula, 2.900 km em estradas, 23 vôos, poucas horas de sono e muita satisfação em participar deste programa de treinamento e conhecer a região de Colatina - ES e voltar ao Polo Juazeiro / Petrolina, além de rever amigos em Brasília.


O saldo: novos amigos, amizade mais forte entre vários antigos amigos e alguns presentes: 2 garrafas de cachaça de Povoação de Baunilha - ES, um chapéu camuflado, um canivete, 1 garrafa de suco de uva e uma estátua e fita de lembrança de Padre Cicero (Juazeiro do Norte - CE). Que mais dizer? Amigos, muito obrigado pela oportunidade, pelas lembranças e carinho! Amigos recém integrados, foi um prazer conhecê-los.

Mais um semestre se foi e aos nossos alunos, além das aulas teóricas e práticas, da recomendação de textos e livros didáticos, fornecemos aqui neste blog e nos demais de comunicação administrados pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira um conjunto de informação adicionais com o objetivo duplo, primeiro de incentivar e estimular o interesse pela agricultura irrigada, a sua importância e como ela está cada vez mais gerando oportunidade profissionais e assim, no segundo objetivo, capacitar profissionais competentes para atuar neste mercado. Esperamos ter cumprido este objetivo e que nossos alunos tenham se aproveitado destas oportunidades.

A semana foi de elevadíssimas temperaturas e a evapotranspiração passou dos 6,0 mm/dia todos os dias na região. Hoje, Ilha Solteira sentiu 39,3ºC as 15:01h, assim como toda região teve temperaturas maiores que 38ºC como se pode acompanhar no canal Clima da UNESP Ilha Solteira a partir de clima.feis.unesp.br

Segurança dos pivôs centrais de irrigação atrai investimento de R$ 1 milhão: a estratégia adotada pelos agricultores do Oeste baiano é plantar soja debaixo de pivôs de irrigação. Com isso, os rendimentos da cultura tendem a ultrapassar a média da região. O Sindicato Rural de Luis Eduardo Magalhães espera que a produtividade da oleaginosa alcance 50 sacas por hectare, em média. Numa área irrigada, esse volume chega a 80 sacas. O agricultor Ricardo Basso espera colher de 10 sacas a 30 sacas por hectare a mais em 800 hectares plantados em talhões com irrigação artificial. Esse é o primeiro ano que ele cultiva a oleaginosa sob os pivôs. Quando há chuva suficiente, o sistema fica desativado. Na fazenda de Basso, a oleaginosa deu um salto de 1,6 mil hectares no último ano. “Aumentamos área todos os anos, mas em torno de 400 hectares por safra. Quando chegar na reserva, vamos partir para outras regiões”, planeja ele, que vendeu toda a produção da última safra a R$ 81 por saca, o pico do ano. O que move os pivôs para a soja no Oeste baiano é perspectiva de comercialização a preços médios superiores aos do ano passado. Enquanto os rendimentos do feijão ficam entre 45 sacas e 60 sacas por hectare e os preços oscilam entre R$ 80 e R$ 200 por saca, a soja se mantém em patamares acima de R$ 50 por saca na região. O custo do sistema de irrigação varia bastante, dependendo da distância da fonte de água e do tamanho do círculo a ser coberto. Os produtores falam em despesas que variam de R$ 4 mil a R$ 8 mil por hectare e investem até R$ 1 milhão num único sistema, com ajuda de financiamentos.

O nordeste enfrenta a maior seca dos últimos 82 anos, mas quem investe em irrigação e tecnologia colhe produtividade.


Oportunidade na Bahia

Por do sol em Pernambuco (Petrolina), visto da Bahia (Juazeiro) tendo o rio São Francisco no meio.

Produção - safra
Cana - Nova presidente da Unica se diz otimista com demanda por etanol. A demanda por etanol está em crescimento contínuo no mercado doméstico e em outras partes do mundo, disse nesta sexta-feira (30-11) a nova presidente da Unica, entidade que reúne as empresas de açúcar e etanol, em seu primeiro dia no cargo, classificando o momento como "muito propício" para que o setor alcance seus objetivos de expansão. "O setor já vem demonstrando que deseja e reúne condições necessárias para voltar a investir, ampliando a produção e ocupando a capacidade ociosa nas usinas", disse Elizabeth Farina, em nota. "Há interesse em investimentos em projetos de infraestrutura e logística e até mesmo aquisições de ativos, algumas já realizadas, que vão resultar em ganhos de eficiência, escala e penetração em novos mercados." O setor sucroenergético brasileiro precisa identificar condições para retomar investimento e ampliar a produção nos próximos anos, afirmou ela. "Retomar o crescimento é o que interessa para o setor, o governo e a sociedade." A nova executiva da Unica cobrou do governo políticas públicas que favoreçam o investimento e o crescimento do setor da cana. "Em qualquer parte do mundo, a utilização eficiente dos biocombustíveis só se viabiliza com um planejamento de longo prazo associado a políticas públicas bem definidas." Nos últimos anos as usinas vêm reclamando que o preço da gasolina está sendo mantido artificialmente baixo pelo governo, tornando o etanol pouco competitivo nos postos de combustíveis e prejudicando a margem das empresas, que não conseguem investir adequadamente em expansão e renovação de canaviais. Elizabeth Farina foi chefe do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo e presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).


Agropecuária cresce 2,5% no tri e contribui para elevação do PIB do País: O desempenho do setor agropecuário no terceiro trimestre de 2012 contribuiu para o crescimento de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no período. “A colheita do café e do milho de segunda safra contribuiu para o desempenho do setor agropecuário, influenciando positivamente no resultado final do PIB”, afirmou a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. A produção de café e milho cresceram, respectivamente, 14,5% e 27,1%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do setor agropecuário cresceu 2,5% no terceiro trimestre de 2012, na comparação com o período anterior (segundo trimestre do ano). Comparando o resultado do terceiro trimestre de 2012 com igual período de 2011, o crescimento é de 3,6%. A presidente da CNA lembra, ainda, que o período de entressafra justifica a desaceleração do setor agropecuário entre o segundo trimestre do ano (crescimento de 4,6% do PIB) e o terceiro trimestre. “No terceiro trimestre do ano, as atenções dos produtores rurais estão voltadas para o planejamento da safra 2012/2013, que está sendo plantada”, afirmou. Leia a íntegra da nota da Superintendência Técnica com avaliações para o PIB.

Impostos - Brasil
A Folha de São Paulo hoje em Editorial pede "Menos carga, mais PIB" e destaca que a proporção de tributos recolhidos pelo Estado volta a subir e a prejudicar crescimento, sem que os serviços públicos melhorem, face ao fato de que arrecadação de impostos em 2011 representou 35,3% do PIB com alta em relação a 2010 de quase dois pontos percentuais. Termina assim o seu Editorial: "O nível atual praticamente só é igualado ou superado em países europeus com renda per capita maior. Entre os emergentes, apenas a Argentina atingiu patamar semelhante em tempos recentes. No mundo desenvolvido, padrões de vida mais elevados permitem uma tributação mais alta. No Brasil, o fardo descomunal reclamado pela máquina estatal não traz à sociedade benefícios na mesma proporção da arrecadação e, pior, representa mais um entrave ao crescimento econômico." Há quem acredite que isso é bom para a população.

Meus alunos em Juazeiro - BA.

Todas as três turmas juntas.

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