Atualizando informações em 24 de março de 2013

"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas quando tocares uma alma humana, seja apenas outra alma humana." (Jung)

Nesta semana continuamos a discussão sobre onde a irrigação se faz necessária, desde a interpretação do balanço hídrico, que dirá se a irrigação é absolutamente necessária ou apenas uma segurança da produção. Discutimos o balanço hídrico exemplificando o noroeste paulista, regiões como Goiás, regiões semi-áridas, como o nordeste e ainda regiões áridas pelo mundo e mostramos as diferenças entre a captação de água na propriedade ("on farm") e sistemas coletivos de irrigação, chamados de Perímetros ou Distritos de Irrigação, como o São João em Tocantins. Aprendemos a diferença entre irrigação "on farm", onde apenas critérios econômicos são levados em conta e quando pensamos em desenvolvimento regional com o uso da água, onde critérios econômicos se associam à estudos de solos, disponibilidade de mão de obra, clima, análise de mercado regional, rede de escoamento da produção (rede aero, ferro, rodoviário e também pluvial e marítima da região) e que critérios sociais também são levados em consideração. Soubemos que a maior obra do Brasil atualmente é a transposição do Rio São Francisco, que se faz sobre uma grande controvérsia técnica, ambiental e financeira e frequentemente está na mídia, muito mais pelos seus feitos negativos do que pelos positivos que pode representar (1, 2).
Conhecemos também quais os meios de se conduzir água, através de canais ou tubulações e as diferenciamos em tipo de material e classe de pressão, que indicam a resistência de cada tubo ou tubulação. Assim diâmetros comerciais, nominais, internos e classe de pressão de já são conhecidos pelos alunos, incluindo a diferenciação entre conduto livre e pressurizado. E quando se fala de recursos hídricos para se iniciar uma obra, 5 "engenharias" devem ser levadas em consideração: Técnica, Financeira, Ambiental, Institucional e Política. Na busca pela água, várias obras de engenharia foram necessárias para desenvolver regiões

O outro tema desenvolvido em aula foi o "O Que Irrigar?" onde destacamos algumas culturas, mas lembramos que a vocação natural do produtor deve ser respeitada quando elaboramos planejamento de uma região. Outra questão é a logística de transporte e de consumo dos produtos a serem produzidos, portanto, a análise do mercado é essencial na decisão sobre quais cultivos irrigar. O fato é que com irrigação é possível ousar e quebrar alguns paradigmas. Veja o exemplo que vem de Viradouro, citros com mogno irrigado por gotejamento. Ou ainda a integração lavoura-pecuária ou a produção de novilho precoce baseada na pastagem irrigada associada ao confinamento, com o milho silagem produzido sob pivô central, sem esquecer as possibilidades associadas à irrigação de parques, jardins e campos esportivos!

Consórcio de citros com mogno africano, sob irrigação em sistema de gotejamento, aos 20 meses de idade. Na Fazenda São Paulo, em Viradouro-SP. (Fonte: José Gibran)


Software ILWIS

Aula amanhã
Nossa aula de 25 de março será prática, estamos iniciando os estudos sobre a qualidade e disponibilidade da água. Iremos ao Cinturão Verde pela manhã a partir das 08:00 horas. Abordaremos planejamento dos recursos hídricos considerando a microbacia como unidade de gestão e a qualidade e disponibilidade da água (hidrometria) para irrigação e as aulas práticas dos semestres anteriores podem ser visualizadas a partir do canal "Atividades Acadêmicas" do Canal da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira. Claro que esperamos que os alunos venham de botina e "roupa de ralo", como dizem os Escoteiros. É aconselhável a utilização também de protetor solar.

Monitoria
Yane Freitas Silva é a nossa Monitora do semestre ela estará disponível aos alunos todas as quinta-feiras no período de 19:30 as 21:30 horas. Na Sala de Reuniões do Laboratório de Hidráulica e Irrigação auxiliará os interessados na resolução das lista de exercícios, esclarecerá dúvidas das atividades ao longo do curso e ajudará no que for possível de modo a ampliar os canais de comunicação e informações sobre agricultura irrigada. Devido ao feriado esta semana e a pedidos o plantão foi antecipado para a terça-feira  no mesmo horário. Contem com ela!

Chuva no noroeste paulista
Para a agricultura, tão importante como a quantidade de chuva, é a sua distribuição, o intervalo entre uma chuva e outra e ainda a sua intensidade, que mostrarão o potencial de armazenamento e esgotamento da água no solo, e, portanto, o efeito sobre a produção. 
Assim, o número de dias sem chuva no noroeste paulista foi maior em Itapura, que chegou a registrar 25 dias sem chuvas maiores que 10 mm. Ilha Solteira, ficou sem chuvas por 20 dias dias seguidos e depois por dois períodos de 17 dias.
Já o número de dias com chuvas até o momento variou entre 11 dias na Estação Bonança (em Pereira Barreto) e 16 dias em Paranapuã e em Sud Mennucci, distante apenas 9 km da Estação Bonança, evidenciando a importância de uma rede de estações com alta densidade para o planejamento e operação de atividades agropecuárias, pois a variabilidade das chuvas é grande.
No mesmo período no ano passado, ou seja, de janeiro a março, o total de chuvas que caiu sobre o noroeste paulista variou entre 337 mm em Marinópolis e 575 mm em Sud Mennucci, com média de 465 mm provenientes das oito estações que compõem a Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista. Em termos de totais médios de chuva, a situação é semelhante este ano, comparada à 2012. A evapotranspiração de referência média no noroeste paulista está em 5,0 mm/dia ou 349 mm no ano.
Dessa maneira o armazenamento atual de água no solo na região é elevado e aos irrigantes, é um bom momento para se prepararem para o período seco que logo virá, quando deverão ligar seus sistemas de irrigação. 
Para tanto, deverão verificar suas instalações e realizar a manutenção necessária nos equipamentos, desde limpeza da tubulação (especialmente as de irrigação localizadas) com abertura de finais de linha e de todas as válvulas, identificação de correção de vazamentos, checar se não há pontos de corrosão, realizar testes de uniformidade de aplicação de água dos emissores, bem como trocar os danificados, limpar controladores, sensores e solenóides, inspecionar e lavra o sistema de filtragem e verificação de bombas e motores em relação à ruídos, vibração, vazamentos, lubrificação e checagem de pressão e vazão.
Estas são alguns cuidados com a manutenção dos sistemas de irrigação, de modo a que o irrigante possa tirar o máximo proveito deles e garantir as condições para que se tenham elevadas produtividades, e foi tema do Pod Irrrigar desta semana

Irrigação e produção

Produtores rurais contratam R$ 71,6 bilhões na safra 2012/13 em financiamentos para a agricultura empresarial entre julho de 2012 e fevereiro de 2013, segundo dados divulgados pelo Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na quinta-feira, 21 de março. O resultado é 16,2% superior ao registrado no mesmo período da safra anterior, quando o volume foi de R$ 61,6 bilhões. Com isso, os produtores rurais já adquiriram 62,2% dos recursos previstos pelo Plano Agrícola e Pecuário 2012/13. Os financiamentos das modalidades de custeio e comercialização ampliaram 11,5%, enquanto as de investimento apresentaram crescimento de 32,1%. Entre as linhas de crédito para investimento, destaque para o Programa de Sustentação de Investimento (PSI-BK), que somou no período R$ 7 bilhões para a aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem, enquanto nos mesmos meses da safra 2011/12 esse valor foi de R$ 4,3 bilhões. Os financiamentos para a produção sustentável também apresentaram ótimo resultado em fevereiro. O Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono alcançou R$ 2 bilhões em financiamentos ou 60,3% dos R$ 3,4 bilhões disponibilizados na atual temporada. A avaliação atualizada mensalmente das contratações do crédito agrícola é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola (SPA/Mapa).

Água para todos
No Globo Rural de 17/03/2013 matéria sobre o projeto em Extrema, MG, que reconhece e paga por serviços ambientais e em 2013, que é o Ano Internacional de Cooperação pela Água, Extrema abriga um dos projetos mais importantes de conservação onde nascentes alimentam riachos que formam o Jaguari, rio que é bebido inteirinho pela população da região metropolitana de São Paulo. O trabalho de recuperação que acontece nas encostas já valeu vários prêmios. O mais recente foi entregue na semana passada em Dubai, Emirados Árabes, um importante prêmio da ONU, que reconhece o projeto “Produtor de Água” como uma das melhores práticas mundiais de conservação. Assista a matéria completa!

A revista Globo Rural de março traz uma ótima reportagem sobre "Água na dose certa - Nova lei traz incentivos para quem quer aumentar produtividade com uso sustentável da irrigação". Participamos da matéria! Confiram!

Dia 22 de março se comemora o DIA MUNDIAL DA ÁGUA! Para estimular e conscientizar o uso responsável a AHI elaborou um logotipo sobre esta questão. Confira!

A EBC preparou uma matéria sobre o uso da água. Não gostei apenas da abordagem de que a agricultura é o steor que mais "gasta" como atividade econômica. Somos sim, o "maior usuário" da água, mas toda água que consumimos volta para a atmosfera, apenas mudará de bacia hidrográfica. Também, a cidade "suja" a água, nós, na agricultura, "limpamos" a água com o uso do solo que faz o trabalho de filtro. Mesmo assim, vale a pena conferir a reportagem que tem um excelente infográfico. A matéria começa assim... A Organização das Nações Unidas (ONU) revela que aproximadamente 70% de toda a água disponível no mundo - que já não é muita - é utilizada para irrigação. No Brasil, esse índice chega a 72%. Pelas análises dos últimos relatórios divulgados pela ONU, o uso da água tem crescido a uma taxa duas vezes maior do que o crescimento da população ao longo no último século. A tendência é que o gasto seja elevado em até 50% até 2025 nos países em desenvolvimento; e em 18% nos países desenvolvidos. “Hoje, 780 milhões de pessoas ainda vivem sem acesso a água potável para beber e muitas outras sem saneamento básico. Por isso trabalhamos com o tema de segurança hídrica; para garantir que a água esteja disponível para produção de alimentos, geração de energia, transporte e preservação de ecossistemas vitais”, disse o presidente do Conselho Mundial da Água, Ben Braga, em entrevista relativa ao Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março. Leia a matéria completa!

Infra estrutura e logística de transporte da safra
É triste quando verificamos que todo o esforço de produtores acabam sendo diminuídos pela falta de planejamento e eficiência operacional. Não bastam estradas mal conservadas, déficit de estrutura de armazenagem, no porto também se perde parte da produção agrícola. Veja fotos do caos no porto que faz a China cancelar compras e leia também sobre este tema "Gargalos logísticos fazem soja estragar em Mato Grosso", "Colheita de soja avança no país e aumenta pressão nos portos" e "No gargalo do agronegócio, ir a pé ao porto é mais rápido que de caminhão".



Mauro Zafalon (FSP, 23/03/2013, Mercado 2, p. 9) informa que medidas simples e baratas aliviariam portos. Filas intermináveis de caminhões à espera de descarga de grãos nos portos. O ano de 2013 repete o de 2012 e o de 2014 repetirá o de 2013. Como sair desse círculo vicioso? O problema é sério, mas boa parte pode ser resolvida rapidamente, diz Glauber Silveira, presidente da Aprosoja Brasil, associação que reúne produtores da oleaginosa. As opções são rápidas e baratas. É só uma questão de inverter a logística. Em vez de fazer a soja e o milho do Centro-Oeste rodarem 2.000 quilômetros para chegar aos portos do Sul e do Sudeste - e congestioná-los -, o país deverá direcionar essa saída para o Norte e o Nordeste. Para isso, o governo precisaria fazer investimentos para terminar a rodovia 163. A viabilização dessa rodovia faria com que já no próximo ano o país conseguisse desovar pelo menos 10 milhões de toneladas de soja pelos portos do Norte, principalmente por Santarém, no Pará. Outra saída é pela rodovia 158 que, devidamente apta ao transporte, faria com que a soja fosse desovada para os portos de Marabá e de Itaqui. Saiba sobre estas medidas em benefícios da melhor comercialização da produção.

Pod Acqua
O Pod Acqua é mais um canal de comunicação oferecido pela UNESP para a disseminação do conhecimento em ligado aos recursos hídricos. Neste canal, o ouvinte conhece um pouco do trabalho de pesquisadores dedicados ao tema que será, sem dúvida, um dos protagonistas deste século: a água. O PodAcqua traz trechos de entrevistas com especialistas da Unesp e de outras instituições, nas mais diferentes áreas do conhecimento, com atenção especialmente voltada à gestão responsável dos recursos hídricos. Tem a coordenação da Jornalista Cínthia Leone, que recebe os parabéns e os votos de sucesso pela iniciativa e o Pod Acqua pode ser acessado a partir de http://podcast.unesp.br/podacqua

Excel
Planilhas eletrônicas são ferramentas poderosas em todos os campos de atuação profissional. A ferramenta MapCite para Excel®™, foi desenvolvida para os usuários que necessitam espacializar seus dados e informações de forma simples é rápida. Veja a versão gratuita da ferramenta. Veja o vídeo que tem o objetivo de apresentar recursos do plugin MAPCite (free), ferramenta integrada ao Excel, na criação de mapas. O MAPCite trabalha integrado com o o BINGMaps da Microsoft.

Mapas




Carreira

Na FSP (3/03/2013, p.F.1) a reportagem ostra que funcionários tratados como clientes por empresas, trabalhando em um espaço sem divisões e que foram contratados não pelo que sabiam fazer, mas, sim, pelo seu potencial profissional. Para Ricardo Antunes, professor titular de sociologia do trabalho da Unicamp, hoje, a fábrica taylorista, cujas regras foram escritas em estudos de Frederick Taylor (1856-1915), "foi substituída pela empresa enxuta, baseada em metas e flexível". A motivação de mudanças na forma de trabalhar acontecem porque as empresas se organizam levando em conta a produtividade no trabalho. "A flexibilização produtiva trouxe uma alteração organizacional e espacial." Para consultoria, cultura da flexibilidade será imperativa nas empresas nos próximos anos

Entretenimento
A banda "O Terno" é da nova geração do rock independente paulistano e lançou seu álbum “66″, que traz letras irônicas e arranjos que lembram ícones do estilo. Formada por Tim Bernardes (voz, guitarra e órgão), Guilherme “Peixe” (baixo) e Victor Chaves (bateria), mesmo com pouco tempo de estrada a banda é vencedora do prêmio Aposta MTV no VMB 2012 e ainda foi vencedora do Clipe do Ano do Prêmio Multishow 2012. A banda O Terno tocou ontem em Ilha Solteira. Irônico, inteligente e bem-humorado, em seu álbum de estreia, dividido em “Lado A e B”, traz diversas músicas inéditas autorais. Escute também "Eu não preciso de ninguém". Gosto muito também de "Modão de Pinheiros".

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