ÁGUA NA AGRICULTURA


A população brasileira deve ter uma "visão de futuro" capaz de preservar os nossos Recursos Hídricos para o uso no campo. E quem está mais próximo das fontes de água preserva mais este recurso do que quem está longe das nascentes. É por isso que o campo preserva mais do que a cidade. 

O Brasil é o único país com obrigação de manter Áreas de Preservação Permanente (APP) para preservar a água. Os nossos produtores/agricultores estão recuperando as fontes de água, independentemente das mudanças no Código Florestal Brasileiro. O nosso próximo passo é que os agricultores/produtores brasileiros sejam reconhecidos por esse diferencial em relação a seus concorrentes internacionais. Uma pergunta impertinente é: qual é o fator de competitividade que o produtor brasileiro vai ganhar nos próximos 20 anos? Assim, a adicionalidade positiva do produtor brasileiro precisará ser reconhecida.

Chama-se a atenção para os vieses estereotipados, vigentes na percepção social: A água não vem do duto da SABESP ou da CEDAE, assim como a galinha não é um frango congelado no supermercado, o que surpreende muitas crianças hoje.

Em primeiro lugar, e acima de tudo, a agropecuária brasileira, é tida e havida como vilã ambiental. Muitas vezes o produtor rural é pintado como um predador do ambiente, parecendo que assim age apenas movido pelo prazer sórdido de destruir o meio em que vive e do qual depende. 
Então vamos pensar sobre os enormes desafios referentes ao uso da água, na agricultura ou no meio urbano. Apesar de 70% da superfície do planeta ser constituída de água, apenas 0,007% do total é considerado como suprimento sustentável, disponível para uso, conforme o Conselho Mundial da Água. No médio prazo, o aumento da população e da renda significam mais consumo e, eventualmente, mais desperdício. Uma torneira pingando gasta 40 litros de água por dia. Então imagine que os pingos de apenas 10% das torneiras das residências brasileiras desperdiçam um bilhão de litros de água por dia, 365 bilhões ao ano!

Embora a Agricultura Irrigada seja apenas caudatária no agronegócio brasileiro, a água é fundamental para a agricultura. Com mudanças do padrão climático, no bojo de mudanças globais, diversas regiões do Brasil têm enfrentado secas intensas e frequentes, ou fortes chuvas extemporâneas. Apenas nos últimos quatro anos, as safras de cana-de-açúcar e de grãos tiveram perdas expressivas, devido a irregularidades no fornecimento de água.
Para conviver com um novo padrão climático, tecnologias de superação do problema devem ser desenvolvidas e implantadas, visando o melhor aproveitamento da água na agricultura, o que inclui a expansão do uso de agricultura irrigada, mas não descarta o melhor manejo do solo e da cultura e variedades tolerantes ao estresse hídrico. Essa visão de futuro mostra que, além do compromisso do agricultor/produtor em preservar a água para uso agrícola (ou mesmo urbano), impõe-se a necessidade de investimentos no desenvolvimento e adoção de inovações tecnológicas, que permitam á sociedade vencer mais este desafio.
Projetos inovadores, sustentáveis e divulgadores, como o que estão sendo desenvolvidos e executados pela UNESP Ilha Solteira, tais como "Modelagem da Produtividade da Água em Bacias Hidrográficas com Mudanças de Uso da Terra", o Canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira - Área de Hidráulica e Irrigação e a Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista, ambas sob coordenação do Prof. Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez, vê a impulsionar e incentivar a Agricultura Irrigada.

Comentários

  1. Ótimo vê-lo novamente por estas "bandas"! Estávamos com saudades! Abraços e parabéns por nos trazer informações!

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