Em 29 de setembro, novas notícias da agricultura irrigada


O tema das aulas desta semana foi métodos e sistemas de irrigação. Com um déficit hídrico crescente, seja sazonal, ou por veranicos, há um aumento do interesse pelos sistemas de irrigação, como pode ser verificado a cada semana, com exemplos do bom uso em todos os Estados brasileiros e assim, é muito comum a dúvida sobre qual seria o melhor sistema de irrigação. A resposta não é tão simples, pois não existe um melhor sistema de irrigação e sim aquele que melhor se adapta às condições de solo, topografia, clima, cultura a ser irrigada e ainda disponibilidade financeira e para avaliar e escolher o melhor sistema de irrigação o interessado deve procurar um Engenheiro Agrônomo ou Agrícola que saberá reunir as informações técnicas necessárias para a melhor decisão. A UNESP Ilha Solteira em seus canais de comunicação oferece informações que pode ajudar na tomada de decisão sobre agricultura irrigada oferecendo conteúdo sobre como produzir alimentos com o uso da irrigação. Também no Pod Irrigar, que é o Pod Cast da agricultura irrigada, semanalmente damos dicas de como melhor entender os processos envolvidos em agricultura irrigada.

Mas nas aulas reforçamos as condições ideais para se ter ou usar um sistema de irrigação, mas quais são os métodos e sistemas de irrigação existentes, como eles funcionam e quais os sistemas mais usados e em quais culturas? Os métodos de irrigação se classificam de acordo com a maneira com que a água chega até as raízes e assim, os principais métodos de irrigação são: superfície, aspersão e localizada. Entre os métodos há as variações, que chamamos de sistemas de irrigação. No noroeste paulista, por exemplo, os sistemas mais utilizados pelos nossos irrigantes são os de aspersão convencional e aspersão em faixa para irrigar pastagem e hortaliças, o pivô central é o preferido para irrigação de feijão, milho e soja em grandes áreas e o carretel enrolador é também utilizado em cereais e oleaginosas, mas principalmente para aplicação de efluentes agroindustriais em áreas cultivadas com cana ou citros. Os sistemas de irrigação por microaspersão são muito utilizados em citros, videiras e demais fruteiras perenes e os sistemas por gotejamento irrigam seringueira, citros, abacaxi, hortaliças de frutos e fruteiras em geral. Algumas regiões brasileiras em função de cultivos predominantes se destacam pelo maior uso de um ou outro sistema, assim, na região de Paranapanema em São Paulo se destaca o pivô central, que também se sobressai em Cristalina - GO. No Triângulo Mineiro, na região de Colatina - ES, com cafezais, bem como o Polo de Petrolina - PE / Juazeiro BA com produção de hortaliças e frutas, é a irrigação localizada que predomina, enquanto que a produção de arroz no Rio Grande do Sul faz com que a irrigação por inundação seja destaque naquele Estado

Cebola sendo irrigada por gotejamento, mas a irrigação por sulco garante a água para a limpeza das mãos no transplantio

Manga irrigada por dois microaspersores em Juazeiro - BA.

Também discutimos os sistemas de irrigação por aspersão tipo convencional (incluindo em malha e em faixa utilizados principalmente para pastagem e cafezais e ainda sobre a irrigação de parques, jardins e campos esportivos), carretel enrolador, pivô central e deslocamento linear, com sua vantagens e limitações. Destacamos recalque, adutora, linha principal, linha secundária, linha lateral, aspersores, "bengala", difusores, "sprays", reguladores de pressão, torre, vão livre, altura do pivô, LEPA, velocidade de infiltração, TIB, precipitação x vazão em aspersão convencional e em pivô central, velocidade de deslocamento x precipitação, CAD e a influência e importância das características físico-hídricas do solo sobre os métodos de superfície e aspersão. Confiram os emissores da Nelson e da Senninger que equipam a maioria dos pivôs centrais no Brasil. Assista também "Irrigação localizada em diferentes culturas e solos" com pontos importantes na definição de projetos e "Sistema de irrigação usado em goiaba inadequadamente", com exemplo também de um sistema que poderia ter sido melhor instalado.

Em relação aos sistemas de irrigação, reforçamos novamente a ideia de que não há o melhor sistema e sim aquele que mais se adapta às condições locais de solo, clima, cultura, disponibilidade financeira e qualificação da mão de obra. Demos o exemplo do trabalho de Jack Keller (1), que depois de se aposentar na Utah State University, aos 84 anos ainda trabalha na Keller-Bliesner Enginnering, onde desenvolve projetos de fabricação de emissores na India para uso em países da Africa, em pequenas propriedades, um projeto financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates e estivemos na empresa para conhecer este trabalho e outros em cooperação com a ONG WinRock Water também foram objetos de nossas conversas. Jack Keller nos convidou para visitar sua casa onde conhecemos os emissores desenvolvidos por ele, mas mesmo com um grande quintal, não pudemos conhecer o sistema de irrigação, porque já tínhamos 30 ou mais centímetros de neve acima do solo. Este trabalho de desenvolvimento e fabricação de emissores de baixo custo foi mostrado também no Inovagri Meeting 2012 pelo próprio Keller (1, 2) na palestra "Holistic Pressurized Irrigation Development".

O livro "Goiaba: do plantio à comercialização" (ISSN 2236-028X) com o capítulo "Sistemas e Manejo de Irrigação na cultura da goiaba" de nossa autoria e do Engenheiro Agrônomo Aloísio Costa Sampaio, também da UNESP está disponível e serve de exemplo de seleção de sistemas para um cultura e condições específicas. É ilustrados com detalhadas imagens. Outras dicas de leitura, além dos livros-textos divulgados em sala de aula são: Irrigação localizada e aspersão, Sistemas de irrigacao para todos os fins, Qualidade da água e os riscos ao sistema de irrigação, Artigos assinados pelo Professor da Disciplina e Colaboradores, Entrevistas sobre a agricultura irrigada, Dicas semanais do Pod Irrigar, o Pod Cast da agricultura irrigada, videos no YouTube e ainda, lembramos que as apresentações, conteúdo multimídia utilizados nas aulas e uma extensa lista de exercícios podem ser conferidas em ATIVIDADES ACADÊMICAS do canal da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira, onde inclusive a Bibliografia completa está disponível.


Tempo no noroeste paulista
Ontem em Ilha Solteira registramos a temperatura de 37,6ºC, (Paranapuã = 39,2ºC, Populina = 38,1ºC) ótima para desfrutar as águas do rio Paraná e noite o tempo mudou. Chuva e ventos de até 30,1 km/hora que vieram de noroeste foram registrados pelos sensores da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira, e tivemos um blackout que atingiu a maior parte da cidade e ainda um acidente com um motociclistavárias arvores derrubadas, susto em quem estava no circo, além de outros danos, como por exemplo a placa identificadora do Saulo Lanches, na esquina da Avenida Brasil Sul com a Alameda São Paulo. Dois eventos aconteciam na noite de ontem, a VI Noite do Buteko (1) e o Interbatuc 2013, um evento beneficente e outro com o objetivo de fazer o desafio e a integração entre as baterias das diferentes universidades e faculdades, mas os ventos fortes e tampouco a falta de energia em grande parte de Ilha Solteira conseguiram atrapalhar a alegria e o entusiasmo dos convidados destes eventos. Hoje pela manhã, mais ventos de até 31 km/hora (agora vindos de sudeste às 08:08:50h) em Ilha Solteira, possivelmente completou o cenário de muita sujeira nas ruas e muitos galhos e folhas no chão. Mas foi em Itapura em que o vento adquiriu maior velocidade ontem, com 41,2 km/hora. Neste domingo, até este momento, no noroeste paulista a chuva varia entre 0 mm em Itapura e 21,6 mm em Populina. Em Ilha Solteira até o momento 13,7 mm.
No mês de setembro o total de chuva e evapotranspiração no noroeste paulista varia, respectivamente, entre 24 mm e 130 mm em Paranapuã e 119 mm e 150 mm em Pereira Barreto, na Estação Santa Adélia, exigindo mais chuva para a recomposição da umidade ideal do solo. Em Ilha Solteira choveu em setembro 76 mm. O canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira permite o acompanhamento em tempo real da condições agrometeorológicas da região noroeste Paulista a partir de http://clima.feis.unesp.br.

Irrigando pastagem
As pastagens constituem a base da alimentação dos bovinos no Brasil e as mudanças na economia mundial e brasileira aliada à realidade da bovinocultura nos últimos anos tem mostrado a necessidade de mudanças no processo de produção, tais como a intensificação da produção, ganhos de escala, otimização dos insumos e produção de produto animal com maior qualidade. Neste contexto, a irrigação de pastagens já uma realidade e se coloca como uma das tecnologias que deve ser utilizada em todas as regiões brasileiras. O avanço da irrigação de pastagens se deu mais por iniciativa dos próprios pecuaristas que testaram e comprovaram a sua eficiência e há 10 anos atrás eram poucos os pesquisadores que se dedicavam ao tema e hoje já há uma base de conhecimento técnico expressiva sobre os efeitos e as vantagens do uso da irrigação tanto em pecuária de corte, como leiteira. No entanto, a irrigação é uma tecnologia agrícola final, ou seja, o pecuarista que pretende utilizá-la deve também ser um bom agricultor. Junto com a irrigação o pecuarista deve aplicar tecnologias que promovam altas produções de forragem de qualidade, que começa com um bom preparo do solo, a escolha da melhor espécie e cultivar, o pastejo rotacionado e adubações adequadas de manutenção para que possa potencializar a produção e gerar lucros adicionais, objetivo de todo negócio. O método mais utilizado na irrigação de pastagens é por aspersão e conforme a área a ser irrigada a escolha econômica e técnica pode indicar os sistemas de aspersão convencional, em faixa ou em malha, pivô central ou o carretel enrolador. Para as pequenas propriedades, especialmente as dedicadas à pecuária leiteira, o uso da irrigação por aspersão em faixa equipada com aspersores de baixa pressão e baixa precipitação tem-se mostrado uma excelente opção econômica, de operação, de adequação à capacidade de armazenamento de água do solo (CAD) e se for feita à noite, ganha-se se eficiência na aplicação da água e ainda pode-se lançar mão da tarifação diferenciada, diminuindo os custos envolvidos com a energia. Se hoje o uso da irrigação em pastagens é uma realidade e cada vez mais pecuaristas contam com esta tecnologia, cabe observar uma outra mudança de comportamento. Nos primeiros sistemas implantados se buscava o menor investimento, não se concebia a automação de setores e muitas vezes não se tinha o que classificamos como um bom projeto de irrigação, quem tem como caraterística suprir adequadamente a necessidade da evapotranspiração da cultura, uma boa uniformidade na distribuição de água, ter uma boa montagem e contar com bons materiais. Com a comprovação dos efetivos resultados do uso da irrigação, tanto em produtividade de carne ou leite, como financeiros, hoje é frequente encontrarmos sistemas automatizados e contar com as vantagens de um excelente projeto de irrigação, que passou a ser quase que uma obrigatoriedade do investidor. Este foi o tema do Pod Irrigar - o Pod Cast da agricultura irrigada - desta semana. Ouça-o! Um bom exemplo de modernização na pecuária é a Estância João Luis em Cosmorama. Além de contar com a irrigação das pastagens, conta ainda com um programa adequado de adubação e rotação do gado, investe na seleção dos animais e a raça Jersey é utilizada.

Um país totalmente sem água e outro precisando de chuva


Eventos
O Seminário sobre Recursos Hídricos e Agricultura acontecerá no dia 2 de outubro de 2013 na sede da FAPESP (Rua Pio XI, 1500 - Alto da Lapa) com os seguintes temas: Modelagem e simulação hidrológica em bacias hidrográficas - aplicações e desafios (Prof. Dr. Samuel Beskow - Universidade Federal de Pelotas - UFPel) e Física de solos e recursos hídricos na agricultura (Prof. Dr. Klaus Reichardt - Centro de Energia Nuclear na Agricultura - CENA/USP). Os debatedores serão os Professores Diogo Ardaillon Simões (FACEPE), José Antônio Frizzone (ESALQ), José Galizia Tundisi (Instituto Internacional de Ecologia - IIE) e Wagner Cotroni Valenti (UNESP).

O XXIII CONIRD começa dia 13 de outubro de 2013 e já repercute na imprensa com a abertura que será realizada às 19 horas, no hotel Saint Louis, município de Luís Eduardo Magalhães, Oeste da Bahia. O prefeito Humberto Santa Cruz fará a conferência inaugural com o tema “Importância da cadeia de negócios da agricultura irrigada para o desenvolvimento municipal”. O XXIII CONIRD já tem a programação definida. Confira! A Codevasf investe na eficiência de perímetros irrigados do Vale do São Francisco e a estrutura tarifária e os resultados obtidos nos perímetros irrigados serão discutidos pelo Engenheiro Agrônomo Rodrigo Franco na "OFICINA SOBRE CULTURAS TEMPORÁRIAS IRRIGADAS: Sistemas de produção de grãos, fibras, hortaliças e outras alternativas e inovações", durante o CONIRD 2013 em Luís Eduardo Magalhães.

Dica de leitura

"Status and Trends of Irrigated Agriculture in Texas - A SPECIAL REPORT BY THE TEXAS WATER RESOURCES INSTITUTE" traz a importãncia da agricultura irrigada e a situação e tendências de uso neste Estado americano.


Pod Irrigar
Nos dois últimos comentários feitos no Pod Irrigar, o PodCast da agricultura irrigada, trabalhamos o conceito de que irrigação não é apenas uma forma artificial de aplicar a água ao solo, mas sim, um conjunto de ações e conhecimento eclético que se bem operado, leva o produtor a viabilizar economicamente o negócio da produção de alimentos. Por exemplo, no noroeste paulista, neste momento, alguns irrigantes que se utilizam pivô central estão colhendo entre 50 a 55 sacos por hectare de feijão carioca, que hoje é comercializado em Andradina por R$ 96, em Dracena a R$ 127, em Ourinhos a R$ 150 ou em Itapetininga a R$ 175, o saco, com grande dispersão. Assim, o negócio produção de feijão sob condições de irrigação, que tem um ciclo de 100 dias rende a quem produz 50 sacos por hectare entre R$ 4.800 e R$ 8.750, dependendo do local onde se vende a produção. Um bom negócio! Mas para se ter produtividades elevadas não basta apenas contar com a irrigação, o sucesso depende da escolha de variedades adaptadas a uma região e ao mercado pretendido, bem como de espaçamentos de plantio adequados, adubação que satisfaça as condições de altas produtividades, controle fitossanitário, combate à erosão, aplicação correta da água de irrigação e finalmente a colheita e a comercialização, que devem fazer parte de um só sistema de produção e não serem consideradas atividades isoladas. Todas as técnicas envolvidas nestes processos devem ser dominadas pelo irrigante. Já a aquisição de um sistema de irrigação deve se iniciar pela escolha adequada do projeto, levando-se em consideração as condições locais de solo, topografia, clima, cultura, qualidade da água disponível e recursos financeiros. Um sistema de irrigação bem projetado jamais deve ser confundido com inúmeros tubos ligados sequencialmente e intercalados por emissores, pois a resposta à água aplicada em termos de produtividade não será a mesma. É importante ao futuro irrigante distinguir a diferença entre investimentos e custos. E um bom projeto ou sistema de irrigação é aquele que primeiramente atende as necessidades de evapotranspiração das culturas a serem cultivadas, aplica água de forma uniforme na área, permitindo inclusive a realização da fertirrigação, deve contar com bons materiais e por fim, deve ser bem instalado. Uma preocupação muitas vezes negligenciada pelo irrigante ao adquirir seu sistema de irrigação, é a dispensa ou exigência da entrega técnica, pela qual se assegura do que foi realmente foi instalado na sua propriedade, sendo esta a garantia do suprimento adequado da água ao solo. Pense nisso! Esse foi o tema que desenvolvemos esta semana no Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores.

Agricultura irrigada, tecnologia e satélites





Reconhecimento e negócios
Nizan Guanaes, discípulo de Francesc Petit, faz um justo reconhecimento ao trabalho e atitudes de um dos gigantes da publicidade brasileira e a leitura do seu artigo "Petit foi redesenhar outros mundos, mas deixou filhos prontos para a luta; de luto" serve a todos os profissionais ou futuros, que ainda desenharão sua atuação no mercado. Aqui no LHI, costumo dizer aos meus Orientados com grande constância: "É triste quando o discípulo não supera o Mestre!" E tenho a alegria e satisfação de perceber que muitos dos que passaram por aqui estão com a estrela brilhando forte!Parabéns!

Café com qualidade

Entretenimento
Blues Etílicos é uma banda brasileira de blues. Com grande público nos shows e em vendagens de CDs no segmento, a banda comemorou 25 anos de carreira em 2010 com o lançamento de seu primeiro DVD: Blues Etílicos ao vivo no Bolshoi Pub. O Blues Etílicos já lançou 10 CDs, abrindo shows para B. B. King, Buddy Guy, Robert Cray, Sugar Blue, Ike Turner, Magic Slim e muitas outras atrações internacionais. A empatia do grupo com o público deve-se à originalidade de compor tanto em inglês quanto português. O vocalista norte americano Greg Wilson confere autenticidade e sotaque correto às canções em inglês. Os solistas de gaita e guitarra, Flávio Guimarães e Otávio Rocha, se destacam nos solos, acompanhados pela cozinha coesa e cheia de swing de Pedro Strasser, na bateria, e Cláudio Bedran, no baixo. Chico Pinheiro entrevista o BLues Etílicos e "Cerveja" pode ser apreciada (1). Blues Etílicos esteve também no Estúdio Showlivre, conheça o "O Louco da Cidade", "Espelho cristalino", "Joko Loko", "Puro malte", "Walking Blues" (1) e "Misty Mountain". Blues Etílicos tocou recentemente no projeto Sesc Instrumental Brasil


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por que a água evapora sem estar a 100° C ?

A Importância da DBO

Pivô central: história e características