Logística, armazenamento e muito mais sobre a nossa safra e o agronegócios

"A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro." John F. Kennedy

Produção e Armazenagem
Soja faz do Brasil prioridade da Presidente da Bayer CropScience diz que país ampliará produção para atender China e será seu principal mercado. Empresa lançará em 2015 semente para competir com transgênicos da Monsanto, presentes em 90% das lavouras. "O Brasil é o número 1 em crescimento no mundo e o mercado mais importante para a Bayer atualmente", disse Liam Condon, presidente global da companhia. Para o executivo, o país deixou há tempos o status de emergente quando o assunto é agricultura. Condon não menciona números ao falar sobre a expansão, mas diz que "em breve" o país deve ultrapassar os EUA, maior produtor de soja do mundo, como o principal mercado para a Bayer Crop-Science. Motivado pelo aumento da demanda por proteína nos países emergentes, principalmente na China, o esperado crescimento da área cultivada com a oleaginosa no Brasil está ditando os próximos passos da companhia. O primeiro resultado desse trabalho chegará ao produtor em 2015, quando a Bayer deve levar ao mercado brasileiro uma nova semente transgênica de soja, batizada de Credenz, a nova família de sementes de soja da Bayer - a primeira com tecnologia desenvolvida pela empresa - deverá marcar uma nova fase desse setor, hoje dominado pela norte-americana Monsanto.

Mauro Zafalon destaca que produtores devem investir mais em armazéns. As ferramentas para a armazenagem de grãos, como linhas de crédito especiais, não estão sendo devidamente exploradas por produtores. A avaliação é de Carlo Lovatelli, presidente da Abiove. Ele afirma que será difícil o Brasil se aproximar dos níveis dos EUA e do Canadá, onde os estoques representam 65% e 85% da produção, respectivamente, mas diz que é possível avançar com modelos como os dos condomínios rurais. No Brasil, esse percentual é estimado em 15%.

O Canal Rural Na Estrada mostra déficit de armazenagem no país e as consequências da falta de estrutura para estocar grãos atingem toda a cadeia do setor. A viagem mostrou um problema crítico que atinge a grande maioria dos produtores rurais do Brasil: a falta de capacidade para armazenar. As consequências atingem toda a cadeia do setor. Sem ter onde armazenar, produtores precisam vender a safra rapidamente, perdendo competitividade. Devido ao déficit, caminhões acabam fazendo o papel de armazéns, transportando os grãos para os portos, causando imensas filas. O déficit de armazenagem no Brasil é de 19%, e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trabalha para diminuir a diferença entre produção e estocagem, que é de 149 milhões de toneladas de grãos. Durante o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário para a próxima safra, foi anunciado o Plano Nacional de Armazenagem. Estão previstos investimentos de R$ 500 milhões na rede pública de estocagem e de R$ 25 bilhões para a construção de silos privados nos próximos cinco anos. A edição também mostrou uma alternativa que vem ganhando espaço no Brasil: o silobolsa. A novidade foi trazida há alguns anos da Argentina e demanda menor investimento. O Mato Grosso do Sul é um dos Estados que mais utiliza o silobolsa no Brasil. Assista o video e também outros deste projeto Na Estrada, que trata da logística de transporte e armazenagem de grão no Brasil. Apenas 16% dos produtores conseguem estocar seus grãos.

Produção de grãos no Brasil na safra 2012/2013 é 12,6% superior à safra passada (166,20 milhões de toneladas) e deverá colher este ano 187,09 milhões de toneladas de grãos. É o que aponta o 12º levantamento da safra 2012/13, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado em 10/09/2013. Para a Gerência de Avaliação de Safras (Geasa), representa um aumento de 20,90 milhões de toneladas devido, sobretudo, às culturas de soja, com crescimento de 22,7% (15,05 milhões de toneladas) e de milho segunda safra, com aumento de 18,1% (7,07 milhões de toneladas) sobre a produção obtida na safra anterior. Com relação à estimativa de área plantada, a estimativa para esta safra é de 53,34 milhões de hectares, 4,8% (2,46 milhões de hectares) maior que a cultivada em 2011/12, que totalizou 50,89 milhões de hectares. O destaque também foi para a soja, com crescimento de 10,7% (2,68 milhões de hectares), passando de 25,04 para 27,72 milhões de hectares, e para o milho segunda safra, com aumento de 18,1% (1,38 milhão de hectares), passando de 7,62 para quase 9,0 milhões de hectares. A área plantada com milho, primeira e segunda safra, totaliza 15,90 milhões de hectares, ou seja, crescimento de 4,8% (726,5 mil hectares). Estudo realizado entre 19 a 23 de agosto de 2013. Os técnicos da Conab visitaram os principais municípios produtores do país e também instituições ligadas à produção agrícola, com destaque para profissionais de Cooperativas, Secretarias de Agricultura, órgãos de Assistência Técnica e Extensão Rural (oficiais e privados), agentes financeiros, revendedores de insumos e produtores rurais.

E as perdas pré e pós-colheita de grãos chegam a 4% da safra. Na lavoura, perdem-se em média 4%. Essas perdas correspondem a diferentes etapas, até que o grão chegue a seu destino final, incluindo o processo de colheita e pré-colheita, transporte longo e curto e armazenagem. Durante o processo de colheita o ônus é, em média, de 2% (1sc/ha) e varia conforme o perfil e regulagem dos maquinários, as características da cultivar, a sistematização do talhão e a capacidade operacional. Os dados são respectivos à safra 2012/2013 e resultam de duas pesquisas realizadas pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e parceiras nas regiões de Rondonópolis e Sinop. Segundo a pesquisadora da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Zulema Figueiredo, em sete das 11 propriedades constatou-se perdas totais abaixo de 60 quilos por hectare, enquanto nas outras quatro as perdas ficaram entre 77 e 97 quilos, resultando na média de 59,48 quilogramas, ou seja, 1sc/ha. Esses números são muito próximos aos encontrados pelo pesquisador Rodrigo Zandonadi, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que observou uma perda média de 66 quilos por hectare nas 12 propriedades acompanhadas.


Logística
Brasil tem Mississipes para hidrovias", diz Kátia Abreu em Mato Grosso. Para a Senadora, o Brasil tem três verdadeiros "Mississipes" para o transporte de grãos via hidrovias e que, se utilizados, poderiam facilitar a dinâmica do escoamento, diminuir os custos com o frete e ampliar a oferta de modais, em referência aos rios Tocantins, Tapajós e Madeira e aos projetos em Estados como Mato Grosso, Tocantins e em Rondônia. Mas enquanto as hidrovias não saem do papel o setor produtivo é penalizado pela dependência do modal rodoviário para movimentação de cargas. Atualmente, este "sistema" corresponde a 62,7% da matriz brasileira de transportes, referindo-se ao conjunto hidroviário do Tocantins, Juruena, Teles Pires-Tapajós e Madeira. “Mato Grosso, Tocantins e Rondônia têm verdadeiros Mississipis (rio nos EUA), mas que não são usados”, disse a presidente para uma plateia formada por aproximadamente mil empresários rurais.



Na Estrada do Canal Rural mostra também projetos e alternativas para a logística de escoamento de grãos no Brasil, através dos portos do chamado Arco Norte, que vão ser o destino de grande parte da produção das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, equilibrando o escoamento hoje concentrado nos portos de Santos e Paranaguá. O programa também acompanhou a obra da Ferrovia Norte-Sul em Goiás. Pela construção passa a grande esperança dos produtores da região. O ambicioso projeto da ferrovia pode mudar não só o tipo do modal utilizado para o transporte de grãos como também a direção do escoamento. Assista a série completa do Na Estrada e saiba sobre a logística de transporte de grãos no Brasil.


"Leilão de concessões" é o título do Editoria da FSP em 8/09/2013 em que alerta que os incentivos tornam atraentes as obras de infraestrutura, mas estímulos oficiais seriam desnecessários se economia andasse melhor. E a agricultura mostrando mais uma vez o seu valor, por onde passam nossos grãos tem concorrência forte: "Sai resultado da primeira fase da licitação para privatização de duas rodovias federais. Foi da concessão da BR-262, que liga João Monlevade (MG), a Viana (ES) - que não teve nenhum interessado. E da BR-040, trecho que liga GO à MG com SP, oito consórcios apresentaram propostas". E o Governo tenta entender "vazio" de leilão. Ausência de interessados na rodovia BR-262, considerada um dos trechos mais atrativos, irritou a presidente Dilma. Opções são reabrir o leilão, refazer os estudos, iniciar nova concorrência ou retirar estrada do programa. Aposta do governo Dilma Rousseff para recuperar a confiança da economia e garantir a retomada do crescimento, o Programa de Investimento em Logística falhou logo no seu primeiro teste. Dos dois leilões de concessão de rodovias escolhidos para inaugurar o programa, um deles, o trecho da BR-262 (Minas Gerais ao Espírito Santo), não atraiu investidor. Deu "vazio", no jargão. O outro trecho, da BR-050 (Minas a Goiás), registrou oito concorrentes interessados. Pedágio alto e obras afastaram investidores.

(2) BR-262 com 376,6 km, de Viana (ES) a João Monlevade (MG), 5 pedágios, concessão de 30 anos, 188 km duplicados e investimentos previstos de R$ 2,11 bilhões, mas sem interessados; (4) BR-050 com 436,6 km, de Cristalina (GO) até a divisa SP-MG, 6 pedágios, concessão de 30 anos, 218 km duplicados, investimentos previstos de R$ 3,03 bilhões e 8 interessados.



E "Mercado deu lição de casa ao governo": O leilão foi emblemático e deixa uma mensagem clara ao governo: o mercado é avesso a risco e exige regras claras para investir. Para o coordenador do núcleo de logística e infraestrutura da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, a previsibilidade explica a alta demanda em um dos trechos. E a falta dela é a razão para o fracasso do outro ofertado. "Pelo lado do mercado, eu vejo uma mensagem sobre o dever de casa que o governo precisa fazer para as próximas concessões. Já na BR-262, o volume de tráfego não é muito atraente. E não foi apresentado um estudo de projeção de volume de tráfego que pudesse aumentar o interesse do investidor. Faltou previsibilidade. Além disso, a necessidade de duplicação era grande - e isso é algo se arrasta há muito tempo. O leilão previa a duplicação de parte do trecho pelo Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes]. Mas como eu vou confiar que o Dnit vai cumprir sua parte no prazo se esse problema se arrasta há tanto tempo? O governo como sócio não transmite confiabilidade. Em todo o processo de concessão em que o governo se coloca como sócio, o risco aumenta, e a tendência é que os investidores se afastem."

Segundo a FSP, o medo de fracasso deve adiar leilão de ferrovia para 2014 e estudo sobre único trecho que seria concedido neste ano, entre Maranhão e Pará, é criticado por investidores. O único leilão de ferrovias do programa de concessões marcado para este ano, um trecho da Norte-Sul entre Maranhão e Pará previsto para 18 de outubro, deverá ser adiado nos próximos dias. Assim como os outros dez trechos previstos no programa, só deverá ter seu edital publicado em 2014. Ganhou força dentro do governo o grupo que entende que as concessões de ferrovias precisam ser reformuladas porque não foram aceitas pelo mercado. Para esse grupo, um fracasso nas ferrovias poderá contaminar outros leilões de infraestrutura. Lançado em agosto do ano passado, o programa de concessão de ferrovias prevê passar à iniciativa privada a construção de 11 mil quilômetros de linhas, ao custo de quase R$ 100 bilhões. Conheça os problemas!



Terminal em MT encurta trajeto da soja até Santos. Apesar de obra, gargalo da safra ainda existe. Produtores de grãos ainda reclamam de demora em São Paulo e infraestrutura; para ALL, solução é parcial. Os agricultores de Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, ganharam uma nova opção para escoar a safra, que a cada ano demora mais tempo para chegar ao porto de Santos. A ALL inaugurou em 19/09/2013 o Complexo Intermodal de Rondonópolis, que liga o terminal de Alto Araguaia, onde a ALL recebe a maior parte da soja de Mato Grosso, a Rondonópolis, concluindo o principal corredor exportador de grãos do país com a expansão de 260 km da antiga Ferronorte. O primeiro trecho da obra ferroviária foi concluído em 2012. Ontem, foi inaugurado o segundo trecho e o complexo intermodal, para receber e armazenar cargas frigorificadas, combustíveis e grãos. O complexo começa a operar com o terminal da ALL, mas o empreendimento deverá receber mais 20 empresas, que devem investir R$ 700 milhões - os aportes feitos pela ALL somam R$ 880 milhões. Em plena capacidade, 18 milhões de toneladas anuais poderão ser transportadas a partir de Rondonópolis. Com o complexo de Rondonópolis, os mais de 40 milhões de toneladas de grãos produzidos anualmente no Estado devem ser divididos entre os dois terminais, agilizando o envio a Santos. Mas isso ainda não destrava o agronegócio. Veja por que!

Segurança alimentar
Índia a caminho do Fome zero: na última semana de agosto, a Índia aprovou a National Food Security Bill, lei que institui o programa que pretende reduzir a fome no país. Semelhante ao programa brasileiro Fome Zero, o Food Security Bill vai garantir que mais de três quartos da população rural da Índia e mais da metade da população urbana possa comprar até cinco quilos de grãos por mês subsidiados pelo governo. Para isso, serão gastos cerca de US$ 20 bilhões por ano para garantir alimentos a baixo custo para a população como arroz, trigo, lentilha, entre outros grãos. Os alimentos serão subsidiados pelo governo, que vai disponibilizar nos armazéns de todas as regiões do país arroz ao custo de $3 rupias por quilo (R$ 0,10), $2 rupias pelo kg do trigo (R$ 0,07) e $1 pelo kg de outros grãos (R$ 0,04), por até 5 kg por mês. Além de alimento barato para a população, a lei garante o preço mínimo pago ao produtor para estimular a produção no país. Apesar das intenções do governo, o programa ainda é considerado complexo e ambicioso. “Ainda não conseguimos entender direito como funciona, mas a medida que o programa se sustente, teremos que aumentar nossa capacidade de estoque. Só assim poderá fornecer alimento para toda a população”, afirmou D. K. Gulati, diretor executivo do National Agriculture Cooperative Marketing Federation of India (Nafed), federação ligada ao governo que congrega as cooperativas comerciais da Índia - uma espécie de Conab em forma de cooperativas. Aproximadamente 70% da população indiana vive com menos de $120 rupias (cerca de R$ 4,80) por dia, de acordo com Banco Mundial. Segundo maior produtor de arroz e trigo do mundo, depois da China, o país é habitado por um quarto dos famintos do mundo.

Um em cada três alimentos produzidos no mundo é perdido ou desperdiçado. A constatação faz parte do relatório divulgado pela FAO - Organização Para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas. O prejuízo é de US$750 bilhões por ano para a economia global. Veja o video! A FAO diz que 1,3 bilhões de toneladas de alimentos são desperdiçados todos os anos. "Um terço dos alimentos produzidos hoje em dia perde-se ou é desperdiçado... o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) da Suíça", disse o diretor-geral da agência, o brasileiro José Graziano da Silva, na conferência de imprensa de apresentação do relatório. “Não podemos simplesmente permitir que um terço de todos os alimentos que produzimos seja perdido ou desperdiçado devido a práticas inadequadas, quando 870 milhões de pessoas passam fome todos os dias”, acrescentou. O diretor do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, Achim Steiner, descreveu o problema como um "fenômeno chocante". "É uma grande chamada de atenção. Podemos até não ter identificado muitos dos impactos indiretos do desperdício alimentar... e os custos que serão suportados pelos nossos filhos e netos", disse. "Em menos de 37 anos haverá mais dois mil milhões de pessoas na população mundial. Como conseguiremos alimentar-nos no futuro?", questionou. Steiner afirmou que a eliminação do desperdício alimentar tem um "enorme potencial" na redução da fome e apelou a todos os cidadãos para que tomem medidas individuais para abordar o assunto. A FAO alerta ainda para "o crescente desperdício de alimentos" na região da Ásia-Pacífico, com perdas de 35% entre a colheita e a distribuição, além dos maus hábitos dos consumidores.

Ainda sobre este estudo, o Diretor da ONU afirmou que a eliminação do desperdício alimentar tem um "enorme potencial" na redução da fome e apelou a todos os cidadãos para que tomem medidas individuais para abordar o assunto. "Cada um de nós tem um papel a cumprir. A começar com o ridículo fenômeno, nos países ricos, de não comprar vegetais imperfeitos", disse, acrescentando que o excesso de zelo na observação dos prazos de validade também contribui para o desperdício de grandes quantidades de alimentos. Os países ricos desperdiçam na fase do consumo, enquanto os países em desenvolvimento desperdiçam durante a produção, revela a FAO, que aponta o caso particular da Ásia, onde mais de 100 quilos de vegetais per capita são desperdiçados por ano nos países industrializados, incluindo a China, o Japão e a Coreia do Sul. Segundo a organização, este desperdício provoca grandes perdas econômicas, mas também tem graves impactos nos recursos naturais dos quais a humanidade depende para se alimentar, nomeadamente no clima, no consumo de água, no uso do solo e na biodiversidade. Todos os anos, a produção de alimentos que não são consumidos utiliza um volume de água equivalente ao fluxo anual do rio Volga, na Rússia, e é responsável pela emissão de 3,3 mil milhões de toneladas de gases com efeito de estufa na atmosfera. Os alimentos produzidos mas não consumidos ocupam 30% da terra cultivada em todo o mundo. "A redução do desperdício alimentar permite, não só evitar a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também reduzir a necessidade de aumentar a produção de alimentos" para responder à procura de uma população mundial em crescimento acentuado", conclui ainda a FAO. (1, ONU, FAO - Regiões críticas, Estudo completo, PDF do estudo)




Opinião
"Hora de negociar" é o ótimo artigo da Senadora e Presidente da CNA Kátia Abreu., que destaca que "no campo do agronegócio, temos interesses comuns com os Estados Unidos e não devemos temer um ao outro, pois há espaço bastante para estas duas potências. Juntos, produzimos 49% da safra mundial de soja e milho e 27% da proteína animal disponível para consumo. Respondemos por metade das exportações de carne no mercado internacional. A segurança alimentar do planeta é uma enorme responsabilidade dos dois países. China e Índia não têm mais terras ou água para expandir sua produção. No resto do mundo, tampouco, há espaço para a expansão da agricultura. Brasil e Estados Unidos, nesse contexto, não são mais concorrentes, como no passado. Ao caminharem juntos, terão muito a oferecer e a ganhar. E a população mundial mais pobre também, porque podemos evitar a escassez de alimentos e a explosão dos preços. O agronegócio, hoje joia da coroa da economia do país, não pode mais ser punido pela política, seja no mercado interno ou no externo. Ao ouvir minha explanação sobre a falta de logística no Brasil, a senadora democrata Debbie Stabenaw, presidente da Comissão de Agricultura do Senado americano, disse que também eles têm problemas, pois lhes faltam recursos para renovar a infraestrutura construída há cem anos. Quem dera o Brasil tivesse ao menos uma velha e centenária logística em seus Mississippis, em vez de pagar até US$ 85 de frete por tonelada de grãos exportada, pelas más condições dos portos e estradas. Ainda bem que agora o governo está empenhado em buscar investimentos que viabilizem uma revolução nos transportes. Uma agenda comum é possível entre esses dois gigantes, desde que a falta de visão não atrapalhe. O secretário norte-americano e sua comitiva vieram negociar. Bem-vindos!"

Emprego, empregabilidade

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