Atualizando notícias da agricultura irrigada


Esta semana tivemos um projeto de irrigação por aspersão tomou conta das aulas. O "Manual de Irrigação" é o livro texto mais utilizado para os estudos, mas "Sistemas de Irrigação por Aspersão" de autoria do Engenheiro Agrícola Guilherme Augusto Biscaro é um livro destinado principalmente aos profissionais e interessados na área de ciências agrárias, abordando as principais características técnicas dos sistemas de irrigação por aspersão de maneira clara, prática e objetiva, propondo e resolvendo exercícios. Também são apresentados alguns métodos simples de determinação de parâmetros de campo, além de características específicas de componentes essenciais do sistema de irrigação. As perdas de carga em sistemas por aspersão são calculadas por Hazen-Williams, mas conveniente lembrar das suas limitações, a equação foi desenvolvida para cálculos com água e devemos evitar dimensionamento com a equação para diâmetros inferiores à 50 mm, quando a preferência deve recair sobre a Fórmula Universal.  De autoria do nosso colega Edmar Scaloppi em Botucatu temos "Sistemas de irrigação alternativos de baixo custo", onde apresenta de forma didática e ilustrada os passos para a implantação de três sistemas de irrigação de baixo custo: por sulcos, por aspersão convencional e por gotejamento e "Elaboração de Projetos de Irrigação" da Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica é um livro conceitual ótimo. Irrigação localizada e aspersão, Sistemas de irrigação para todos os fins, Qualidade da água e os riscos ao sistema de irrigação e Balanço hídrico como instrumento de gestão no noroeste paulista são textos também recomendados e temos, além das aulas e da bibliografia da disciplina - nada deve substituir os livros textos recomendados - várias mídias de apoio que complementam os livros e são baseadas na Internet.
Nas aulas da semana por duas vezes foram feitos questionamentos sobre a altura manométrica total, masi especificamente a pressão na entrada da linha lateral, que deve ser a pressão de serviço somada com 2,/ da perda de carga e ainda somada a altura da haste e a perda de carga na haste de subida, considerando uma uma linha lateral em nível. A perda de carga na haste de subida deve ser computada apenas uma vez sempre. Alguns alunos insistem na ideia equivocada que ela deve ser multiplicada pelo número de hastes de subida.
Neste Blog (marcador "aula" principalmente) o estudante encontrará não somente informações sobre a agricultura irrigada e irrigação, mas também desde dicas de leitura/livros, de música (entretenimento) à como crescer na carreira. O canal de conteúdo da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira traz também listas de exercícios sobre o tema e  os artigos publicados pela nossa equipe, fotos, ilustrações utilizadas em aulas e acesso a todos os demais canais de mídia e o Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada, além do canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira são sempre ótimas opções de aperfeiçoamento nos estudos, além do conteúdo em video no nosso canal no YouTube. Resumindo, são muitas as opções oferecidas pela UNESP Ilha Solteira para o aprendizado em agricultura irrigada. Na Fan Page da Área de Hidráulica e Irrigação no Facebook as novas notícias e realizações da equipe são divulgadas também. Fique de olho nas novidades!


Perdas e danos na semana
No domingo (10 de novembro de 2013) o mundo da irrigação perdeu Jack Keller, tendo falecido em Denver, voltando de Honduras, em mais um dos seus trabalhos, aos 84 anos. Dr. Keller é fundador e era o CEO da Keller-Bliesner Engenharia LLC. Ele também é Professor Emérito do Biological and Irrigation Engineering Department da Utah State University, onde foi Chefe de Departamento entre 1980 e 1986. Através de suas atividades públicas e privadas, ele prestou serviços de consultoria no desenvolvimento da agricultura irrigada e de gestão da água em mais de 60 países. Autor do famoso livro “Sprinkle and Trickle Irrigation” de 1990 junto com Ron D. Bliesner. Um livro que foi e segue sendo a maior referência para quem ensina, estuda e pesquisa irrigação. Jack Keller e David Karmeli escreveram o pioneiro livro de irrigação localizada "Trickle Irrigation Design", que seria a base hidráulica conceitual de todo o método de irrigação localizada. Jack Keller estava confirmado como palestrante no II Inovagri International Meeting que será realizado de 31 de março a 04 de abril de 2014 em Fortaleza, junto com seu filho Andrew (Andy) Keller, que receberá as homenagens que serão oferecidas ao pai pelo conjunto da sua obra. Tive o privilégio de ser recebido por Jack - como gostava de ser chamado - em sua empresa e em sua casa em Logan - Utah. Minha primeira vez em um restaurante tailandês foi com Jack e aqui neste blog rendemos nossas homenagens e a sua única passagem pelo Brasil mereceu um álbum especial com 76 fotos tendo Jack como protagonista,preparado pelo Inovagri e o mostra sempre alegre, gentil e espontâneo

Na terça-feira (11/11/2013), uma queda brusca de temperatura e chuva intensa em Ilha Solteira trouxe transtornos à cidade e a UNESP não fixou imune, trazendo muito trabalho ao pessoal da manutenção. Os sistemas de calhas e telhas não resistiram à chuva e vento intenso. Registramos 48,8 km/hora, mas pelo total de árvores derrubadas, especialmente na zona sul da cidade, os ventos canalizados foram mais fortes que o registrado pela Área de Hidráulica e Irrigação e disponibilizados no canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira. Neste blog foi publicada uma resenha sobre chuva e vento intenso. Em Ilha Solteira a temperatura saiu de 37,7ºC e caiu bruscamente 8,4ºC em apenas 20 minutos e chegou a 20,3ºC, registrando uma queda de 17,4ºC em apenas 1,5 hora. Apesar de a chuva ter durado apenas 40 minutos em Ilha Solteira (entre 14:55 e 15:35 horas), a intensidade nesse período foi alta, chegando a 116 mm/hora, totalizando 32,5 mm, sendo a região que registrou maiores ventos e maior chuva em todo noroeste paulista. As imagens abaixo ilustram estes momentos de ventos fortes de nordeste e chuva intensa a partir do Laboratório de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira.



A chuva encheu o reservatório de reuso da água da chuva e as mangas evidenciam os ventos fortes que arrancaram parte da cobertura do corredor de acesso à Central de Aulas do Campus II.

Temos alertado que as previsões dão conta que eventos extremos serão cada vez mais frequentes e devemos adaptar nossas estruturas para esta situação. O artigo "Tão quente, tão úmido, tão seco: construindo a resiliência dos agro-sistemas" e o Pod Irrigar - o pod cast da agricultura irrigada - de 14 de março de 2013 falam sobre o tema. Conheça outras opiniões no Pod Irrigar.

Desde 1 de novembro de 2013 o total da evapotranspiração no noroeste paulista - que é a região compreendida entre a margem direita do rio Tietê, tendo o rio Paraná a oeste como divisor de estado e a margem esquerda do rio Grande - variou entre 69,7 mm em Populina (4,7 mm/dia) e 83,4 mm (5,6 mm/dia) em Itapura e o total de chuvas nestes locais foram de 68,3 mm e 24,4 mm, respectivamente. Marinópolis foi onde mais choveu com 68,6 mm e Sud Mennucci registrou apenas 22,4 mm, evidenciando o déficit de água no solo em algumas regiões do noroeste paulista. O cultivo de sequeiro, ou o plantio de verão ainda espera por chuvas maiores para recompor o armazenamento de água ano solo. Hoje foi em Pereira Barreto - Estação Santa Adélia onde choveu 9,4 mm e Ilha Solteira teve 4,5 mm/dia de evapotranspiração.



Ao longo da semana a evapotranspiração e as temperaturas tem sido muito elevada em todo o noroeste paulista chegando a 38ºC em Sud Mennucci e a radiação solar que chegou na região é também muito intensa, chegando a 27,8MJ/m2.dia em Itapura e Sud Mennucci. Uma resenha aqui publicada ontem lembra que situações como estas exigem cuidados da população. O primeiro deles, beber muita água e frequentemente e não esquecer de usar filtros solares e roupas leves, confortáveis. Ontem, a partir das 14 horas ventou forte e choveu em quase toda a região noroeste e Populina, na barranca do rio Grande recebeu o maior volume de chuvas, totalizando 31 mm. Os ventos chegaram a 39,3 km/hora vindos de norte em Itapura e na Estação Santa Adélia (Pereira Barreto) chegaram a 37,2 km/hora vindos de leste. E na Estação Bonança, também em Pereira Barreto, a velocidade dos ventos chegou a 36,14 k/h, vindos de oeste

A Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira faz o monitoramento climático da região noroeste paulista e a divulgação das variáveis climáticas é feita de forma livre e gratuita com atualização a cada cinco minutos através do canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira, onde é possível acessar toda a base histórica dos dados.

SAFER é objeto de capítulo de livro internacional
No último dia 28 de outubro foi publicado pela Editora CRC Press o livro “Remote Sensing of Energy Fluxes and Soil Moisture Content”, tendo o Dr. George P. Petropoulos como Editor deste livro que traz em seus capítulos as mais atuais técnicas de estimativa de evapotranspiração e água no solo baseado em sensoriamento remoto e uso combinado de estações meteorológicas. O Capitulo 6 da Seção II tem o título de "A Comparative Study of Techniques for Modeling the Spacetemporal Distribuition of Heat and Moisture Fluxes at Different Agroecosystems in Brazil" (Um comparativo estudo de técnicas de modelagem da distribuição espacial e temporal dos componentes dos balanços de energia e água em diferentes agros-ecossistemas no Brasil) e o trabalho uniu diferentes instituições por meio dos Pesquisadores Antonio Heriberto de Castro Teixeira da EMBRAPA, Fernando Braz Tangerino Hernandez da UNESP, Helio Lopes da UNIVASF (in memorian), Morris Scherer-Warren da ANA e Luis Henrique Bassoi. Este capitulo trata da estimativa da evapotranspiração em escala regional utilizando o modelo SAFER, que foi aplicado às áreas irrigadas do noroeste paulista e outras regiões. No livro que acaba de ser publicado apresentamos os resultados da aplicação do modelo SAFER (Simple Algorithm For Evapotranspiration Retrieving) em comparação com o modelo SEBAL em diferentes biomas brasileiros, com a estimativa da evapotranspiração, ou perda de água em grandes áreas do sertão nordestino e das áreas irrigadas por pivô central no noroeste paulista. No SAFER não há limitação para a aplicação do modelo em períodos chuvosos. O coeficiente de cultivo atual, ou seja, a relação entre a evapotranspiração atual e a evapotranspiração de referência é modelada e tem ainda a vantagem adicional do uso de dados de ambos os tipos de estações agrometeorológicas, convencionais e automáticas. Esta característica é importante por possibilitar a avaliação das tendências históricas dos componentes do balanço de energia e da produtividade da água em larga escala ao longo dos anos, visto que sensores automáticos são avanços relativamente recentes na tecnologia instrumental. Outra vantagem do SAFER é a ausência da necessidade de identificação das condições hidrológicas extremas e da não necessidade de conhecimentos específicos da física da radiação. O livro pode ser encomendado na Amazon Books que o entregará em até 10 dias. Esse foi o tema que desenvolvemos em 10 de outubro de 2013 no Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada. Ouça também as dicas anteriores.

Planilhas para aprendizado, planejamento e suporte de decisões
Planilhas eletrônicas são ferramentas poderosas para qualquer profissional ou estudante. Conheça sua potencialidade para análise de dados e alguns modelos prontos de planilhas, Também é possível aprender a usar as diferentes ferramentas disponíveis no módulo treinamento e AQUI mais modelos prontos de planilhas.

Agricultura


Em outubro de 2013 o IBGE realizou o primeiro prognóstico de área e produção para a safra de 2014. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2014, foi estimada em 184,2 milhões de toneladas, 1,4% inferior ao total obtido em 2013. Espera-se colher 53,6 milhões de hectares, área 1,8% maior que a colhida em 2013. Apesar desse acréscimo, o volume da produção esperada cai devido à opção do plantio de soja e algodão em detrimento do milho 1ª safra, cultura de maior produtividade que aquelas. Já a 10ª estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 186,8 milhões de toneladas, superior 15,4% à obtida em 2012 (161,9 milhões de toneladas), e com variação absoluta negativa de 126.403 toneladas na comparação com a estimativa de setembro (-0,1%). A estimativa da área a ser colhida em 2013, de 52,7 milhões de hectares, apresentou acréscimo de 8,0% frente à área colhida em 2012 (48,8 milhões de hectares) e variação absoluta negativa de 15.525 ha em relação à área prevista no mês anterior (-0,0%). O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representaram 93,0% da estimativa da produção e responderam por 86,2% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior houve acréscimos na área de 7,6% para o milho, 11,2% para a soja e decréscimo de 0,6% na área colhida de arroz. No que se refere à produção, os acréscimos foram de 2,7% para o arroz, de 12,9% para o milho e de 23,8% para a soja, quando comparados a 2012.

Landsat e sensoriamento remoto
Os mapas resultantes do estudo é o primeiro a documentar a perda da floresta e os ganhos (incrementos) usando um método consistente em todo o mundo, com alta resolução. Eles permitem aos cientistas comparar as alterações florestais em diferentes países e monitorar o desmatamento anual. Com cada pixel de uma imagem Landsat mostrando uma área do tamanho de um campo de beisebol, os pesquisadores viram detalhes suficientes para contar histórias locais, regionais e globais. "Agora, nós temos 12 anos de perda florestal anual sobre o mundo", disse Matthew Hansen, cuja equipe da Universidade de Maryland em College Park, Maryland, liderou o novo estudoDurante o período de estudo, o Brasil reduziu sua taxa de desmatamento de cerca de 40.000 quilômetros quadrados por ano para cerca de 20.000 quilômetros quadrados por ano. Conheça as principais atividades do Goddard Space Flight Center e as principais imagens do Landsat 8.

Mercado de trabalho
Esta aqui uma boa dica de leitura, artigo "Saiu para o mercado de trabalho...e agora?" do Engenheiro Alexandre de José Paixão. Vamos entrar bem preparado no mercado de trabalho? 

Brasileiras vão à Europa contratar jovens com MBA e recrutadores queixam-se de falta de profissionais de "perfil global" no país. Alto desemprego em países como Espanha e salário maior no Brasil levam estrangeiros a reverem suas opções. Diretores e recrutadores de companhias brasileiras de setores como o bancário e o aéreo, além de setores industriais, percorrem a Europa em busca de mão de obra para preencher seu quadro de funcionários no Brasil. Só na Espanha, as brasileiras mais que dobraram a absorção de europeus altamente qualificados em cinco anos, segundo levantamento do Iese (Instituto de Estudos Superiores de Empresa). Itaú, TAM, Gerdau, Votorantim e Gafisa enviaram representantes para entrevistar cerca de 150 estudantes de MBA em escolas de economia do país prestes a se formar. Desde que a crise econômica e as recessões na Europa secaram investimentos no mercado local, as brasileiras vão ao continente atrás da mão de obra que se sobra nos países europeus e falta no Brasil, relataram representantes das empresas à Folha. Segundo eles, a escassez não é numérica, mas de perfil: o interesse dessas empresas nos europeus visa a tornar seus negócios mais globais e, com isso, expandi-los. "Queremos um perfil que os brasileiros ainda não têm. Agora estamos na Ásia, na América e na Europa e precisamos de expertise para isso, não adianta pôr um brasileiro lá que não vai funcionar", disse a gerente de captação de talentos da Votorantim, Camila Miranda. "Por isso fazemos propostas [com valores] acima do mercado aqui."

Para estudantes, país ainda está em alta. No início da manhã de um sábado em Barcelona, jovens na faixa dos 30 anos de terno e gravata trocaram a festa da noite anterior pela fila para assistir a palestras de empresas brasileiras. Prestes a concluírem cursos de MBA que chegam a custar € 66 mil (R$ 193 mil) e os tornam disputados no mundo, eles buscavam uma vaga no mercado brasileiro. "Os MBAs das escolas top da Europa são exigentes, porque investiram muito dinheiro no curso e sabem que receberão boas propostas", disse o organizador da Feira, o brasileiro Felipe Giansante, que montou o evento ao perceber o interesse dos colegas pelo mercado brasileiro. "Fizemos esta ponte entre empresas e estudantes porque achamos que, para quem tem MBA, o melhor lugar para estar agora é o Brasil."

Entretenimento

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