Aula OITO e boas notícias da agricultura irrigada
Na última aula fizemos a nossa Primeira Prova e também assistimos à quatro seminários sobre "Água: vai esperar acabar para economizar?" (10,0), "Comitês das Bacias Hidrográficas: caracterização e sua importância" (5,7) "Outorga do direito do uso da água" (6,3) e "Reservação de água: vantagens e limitações" (7,7), todos visando o planejamento e uso da água. É importante entendermos bem o processo de Outorga do uso da água e a diferença entre a concessão Federal e a Estadual. Outros seminários virão e é importante se preparem bem. No semestre anterior, os primeiros seminários versaram sobre a agricultura irrigada e ainda o desenvolvimento do Cinturão Verde baseado na irrigação e conhecemos um pouco da agricultura irrigada nos Estados Unidos e da Itália, além da Argentina. Os alunos mostraram as diferenças entre países e regiões, suas características próprias e os desafios, enquanto que de um lado há muito o que avançar em área irrigada, em outros o desafio é manter a área irrigadas, devido a limitações de água em quantidade e qualidade. Em relação à prova, esta foi bem conceitual, mas remetendo a pontos básicos da legislação brasileira, que tem na Lei das Águas (Política Nacional de Recursos Hídricos de 1997) e na Lei 12.787/2013 que instituiu a Política Nacional de Irrigação seus fundamentos. As questões teóricas exploraram a multidisciplinariedade exigida para o sucesso da agricultura irrigada, exaustivamente defendida em aulas e no Pod Irrigar. De maneira geral podemos dizer que o bom entendimento da agricultura irrigada ilustrada em aulas exige uma leitura frequente dos alunos sobre os temas desenvolvidos, e não somente na véspera da prova, e assim, muitos dos alunos não conseguiram perceber a relação que envolve o solo, a atmosfera e a legislação em vigor. "A irrigação no Brasil - Situação e Diretrizes" é uma publicação importante para ser lida e disponibilizamos fotos e videos (1 e 2) sobre a irrigação na região Puglia - Itália e também nos Estados americanos do Arizona e California, que foram objeto de nossas visitas. Veja outras vídeos no canal da AHI no YouTube. Fechamos também a parte de disponibilidade e qualidade da água e um trabalho prático será realizado, já foi explicado em aula e também há detalhes neste blog. Destacamos alguns dos trabalhos de monitoramento da qualidade e disponibilidade da água em bacias hidrográficas realizados no noroeste paulista pela AHI que podem ser conhecidos a partir da aba Textos Técnicos do canal de Conteúdo. Juliana Caldas em seu artigo "Águas do Cerrado: questão estratégica para o País" afirma que o manejo racional dos recursos hídricos é preocupação da pesquisa agropecuária uma vez que Cerrado é origem de grandes bacias hidrográficas.
Pod Irrigar - Irrigando adequadamente
O assunto é importante e recorrente e assim voltamos ao tema manejo da irrigação baseado na estimativa da evapotranspiração. Evapotranspiração é o processo de transferência de água para a atmosfera na forma de evaporação do solo e transpiração das plantas. Para a máxima produtividade devemos repor pelas chuvas ou pela irrigação o total de água evapotranspirada por uma cultura.
Mas evapotranspiração é um termo genérico e temos então que explicitar as diferentes formas da evapotranspiração. Assim, a evapotranspiração de uma cultura ou ETc, é aquela perda de água feita por uma cultura de interesse econômico e que receberá irrigação para que se alcance elevada produtividade.
Uma das formas de repor a água perdida é o baseado na estimativa da evapotranspiração da cultura com base em estações agrometeorológicas. Há dezenas de equações disponíveis que variam entre si de acordo com as variáveis climáticas exigidas no cálculo e por isso, há variação também na precisão. Temos desde equações baseadas apenas na temperatura até a que exige todas as variáveis climáticas, que são, a velocidade do vento, a temperatura do ar, a umidade relativa do ar, a pressão atmosférica e a radiação global que incide sobre uma superfície na terra. A equação reconhecida como a mais precisa é a de Penman-Monteith e esta evapotranspiração estimada por equação recebe o nome de evapotranspiração de referência ou ETo.
Já a evapotranspiração da cultura depende de um coeficiente que ajustará a evapotranspiração de referência à evapotranspiração da cultura que será irrigada e tem o nome de coeficiente de cultura e é obtido através de pesquisas e na maioria das espécies tem valor variável entre 0,4 e 1,2 ao longo do ciclo.
Assim, para o irrigante repor através da irrigação a água perdida pela evapotranspiração, ele deve multiplicar a evapotranspiração de referência pelo coeficiente da cultura correspondente a fase de desenvolvimento fenológico da cultura naquele dia - que é encontrado em tabelas - e só então dividir a resultante, que é a evapotranspiração da cultura pela capacidade do sistema de irrigação, resultando no tempo de irrigação para a máxima produção pela reposição da água perdida no dia anterior.
Este cálculo deve ser feito diariamente, pois a evapotranspiração de referência depende das condições do tempo no dia ou período anterior desde a última irrigação e o coeficiente da cultura depende da espécie que se está cultivando e da fase fenológica da cultura. O Boletim 56 da FAO é a publicação mais completa sobre este tema e pode ser baixada a partir de vários sítios na Internet, inclusive no Canal da Irrigação da UNESP Ilha Solteira. Esse foi o tema que desenvolvemos esta semana no Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores.
Visita
Quem nos visitou em 26 de abril de 2014 foi nosso amigo applemaníaco Edgard Oliveira Westim Perri que foi nosso aluno em... ahhh, deixa isso para lá... o que importa é que adorei a visita e revê-lo e aprender um mais de como tirar mais desempenho do meu iPhone. Volte sempre e receba publicamente um outro forte abraço!
Recursos hídricos, água para todos e tecnologia
Na Globo News, ótimo vídeo sobre a disputa pela água entre São Paulo e Rio de Janeiro causa preocupação. Entenda a crise do Sistema Cantareira!
Agricultura - Cana
O setor sucro-alcooleiro passa por uma crise estrutural e esta situação dificulta ainda mais os investimentos em irrigação, tão necessários para a garantia de produtividades elevadas, inclusive porque esta situação limita também os investimentos na renovação dos canaviais. A vida útil de uma canavial pode ser alongada quando se utiliza os sistemas de irrigação e a UNICA considera "grande decepção" posição de Mantega sobre aumento da mistura de etanol na gasolina. A declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que "esse não é o momento" para elevar a proporção de etanol anidro na gasolina, de 25% para 27,5%, desagradou ao setor sucroalcooleiro. "Foi uma grande decepção ouvir isso do ministro neste momento", afirmou a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Elizabeth Farina, durante reunião da Câmara Setorial do Açúcar e Álcool, no Ministério da Agricultura. "Estava ou ainda está em curso uma negociação. Existe um grupo formado no ministério (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) para discutir os efeitos do aumento da mistura", relatou. Elizabeth afirmou que a Fazenda e a Agricultura participam do grupo. A presidente da Unica disse que dez usinas podem fechar neste ano em função de dificuldades financeiras. Desde 2009, 44 usinas fecharam as portas, segundo ela. "Ninguém pode dizer que desconhece a crise que passa o setor", declarou.
"Sem investimentos, produção de combustível renovável vive uma crise sem precedentes" diz em entrevista à CBN Elizabeth Farina, presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar que diz que, até 2009, foram investidos US$ 100 bilhões, mas os investimentos não foram retomados e que 44 usinas já foram fechadas nas últimas quatro safras e três grandes manifestações, realizadas em importantes áreas canavieiras do interior paulista, cobraram em 24 de abril de 2014 medidas emergenciais para combater a crise enfrentada pelo setor sucroenergético. Para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), todas as ações em prol do biocombustível de cana são de grande importância para despertar a atenção da sociedade e conscientizar o governo para a urgência da situação.
A produção de cana representa 54% do agronegócio paulista, mas apesar de sua importância econômica, o setor sucroalcooleiro continua enfrentando uma de suas piores crises. "Estamos estáveis, mas na UTI", disse ontem a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Elisabeth Farina, comparando o setor com um paciente em tratamento. Segundo ela, dez usinas devem fechar as portas até o final da safra 2014/2015. Além disso, existem outras 30 unidades em processo de recuperação judicial. A dívida média das empresas supera o faturamento bruto anual e cerca de 20% da receita está comprometida com pagamento de juros. A Professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Heloisa Burnquist explica que esse cenário começou a evoluir no pós-crise de 2008. Até então, disse ela, as boas perspectivas de demanda por etanol fizeram as usinas se endividarem em busca de investimentos: "Com a crise, o financiamento sumiu e o que restou foi um problema financeiro potencializado pelo econômico, causado pela política governamental para combustível". Além do fator econômico, a estiagem neste verão como outro agravante, já que a cana se desenvolve em nível menor do que deveria. Esse efeito já começa a aparecer: de acordo com o levantamento divulgado ontem pela UNICA, a projeção é que a safra 2014/2015 tenha uma redução de 16,94 milhões de toneladas em relação ao total processado na safra anterior, (596,4 milhões em 2013/2014). E Marcos Fava Neves escreve o artigo "O Ministro da Fazenda não Compreende o Setor Sucroenergético", onde analisa as declarações do Ministro. Na Folha de São Paulo: "Crise deixa dez usinas paradas na atual safra de cana-de-açúcar".
Carreira
"Ter um plano B sempre é bom" por Eugenio Mussak. e em entrevista ao The New York Times, Laszlo Bock, que é o chefe de RH do Google dá alguns conselhos para recém-formados sobre como escolher um bom curso ou montar um currículo.
Economia e Política
Depois do Bernardinho dizer nesta semana que o Brasil "é um país sem prioridades, sem planejamento, onde nada é respeitado", que eu concordo (vide o problema de abastecimento de água e energia atual - e não olhe só para o Sistema Cantareira, pense no seu município, olhe ao seu redor e tente contar quantas nascentes estão protegidas ou quanto de mata ciliar remanescente ou replantada você encontrará), abro o jornal hoje e basta as duas primeiras páginas para evidenciar que há algo muito errado acontecendo, desde a indústria pagando mais por luz do que antes da propalada redução de energia, ex-assessor de Ministro que quer ser Governador de SP de fato contratado por doleiro sócio de vice-presidente da Câmara e que está preso, a renúncia simultânea de 3 dos 5 Conselheiros da CCEE após a aprovação do empréstimo de R$ 11,2 bilhões (Editorial da Folha), dos excelentes "Salve-se quem puder" de Eliane Cantanhêde, "Naufrágios" de Carlos Heitor Cony, "Mais Médicos: Fragmentos sobre a loucura" de Miguel Srougi, "Tião Viana desovou os haitianos" de Elio Gaspari e ainda a constatação de que "Falhas do Ciência sem Fronteiras são custo do aprendizado" feita pelo Ministro Clélio Campolina da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Seria tudo isso uma "conspiração" da imprensa como repetem graúdos no poder atualmente ou realmente há muito o que mudar e melhor? Temos problemas de gestão ou de valores equivocados?
Desejamos uma ótima e produtiva semana a todos que aqui nos leem.
Entretenimento - Lazer
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