Aula SETE: qualidade da água para irrigação em discussão

Mesmo quando não estamos diante de uma bifurcação na estrada, tentando decidir o que fazer e procurando ouvir aquela voz interior, nossa intuição está sempre presente, sempre lendo a situação, sempre tentando nos conduzir no rumo certo. Mas podemos ouvi-la? Estamos prestando atenção? Estamos vivendo uma vida que mantenha desbloqueado o caminho até nossa intuição? Alimentar e fortalecer nossa intuição e viver uma vida em que possamos fazer uso da sabedoria dela é uma maneira-chave de crescer, no trabalho e na vida.” (Arianna Huffington, editora-chefe do HuffPost)

Software ILWIS e sensoriamento remoto
Ontem, oferecemos a oportunidade dos alunos aprenderem o software ILWIS para delimitação de bacias hidrográficas, informação necessária para a obtenção da vazão regionalizada e depois a realização da Outorga do Uso da Água. Usaremos o SIGRH, que é um portal de acesso às bases de consultas, comunicações e conhecimento acumulado, voltado para a comunidade de gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Em Ilustrações utilizadas em aulas, há alguns tutoriais sobre o ILWIS que será a base das aulas. Confira! Há também postagem específica neste Blog sobre a aplicação do software ILWIS na agricultura irrigada. A Área de Hidráulica e Irrigação disponibiliza um tutorial básico do ILWIS no link abaixo: http://www.agr.feis.unesp.br/pdf/ILWIS_ahi_abr2012.pdf. Em Ilustrações utilizadas em aulas, há alguns tutoriais sobre o ILWIS, utilizado para se determinar a área da bacia hidrográfica. Confira! Há também uma postagem específica neste Blog sobre a aplicação do software ILWIS na agricultura irrigada. O ciclo da água tem um ótimo sítio desenvolvido pela NASA!


Qualidade da água
Tanto a disponibilidade ou vazão, como a qualidade da água encontrada dependem de como tratamos o solo na bacia hidrográfica, que é a região delimitada por divisores de água, que são os pontos mais altos do terreno. Ausência de conservação do solo, que envolve, por exemplo, terraceamento, cobertura do solo, presença de matas ciliares, causa erosão e com as chuvas, resulta em assoreamento dos córregos e rios, e como isso afeta diretamente a qualidade da água que pode ser classificada em fatores físicos, químicos e biológicos e pode afetar o homem, a cultura de interesse ou os equipamentos de irrigação. Conforme o interesse pelo uso da água, cada elemento assume importância diferente. No caso da irrigação, os principais problemas decorrentes de uma água de má qualidade estão relacionados com a obstrução física de equipamentos, contaminação de alimentos e toxicidade iônica específica, popularmente chamada de “queima” das plantas.
Entre os fatores biológicos os coliformes provenientes de instalações industriais e esgotos urbanos e plantas aquáticas são as principais preocupações para o irrigante. Dentre os fatores físicos, os sólidos em suspensão e areia na água causam principalmente desgaste nos equipamentos. Uma concentração de ferro total na água superior a 0,75 mg/litro é a principal preocupação quando utilizamos sistemas de irrigação localizada, tanto no gotejamento como na microaspersão, sódio é um problema mais comum na regiões semi-áridas e “águas duras” com elevada concentração de cálcio e magnésio podem trazem entupimento de gotejadores. Estes são fatores químicos. Qualidade da água e seus efeitos sobre os sistemas de irrigação é bem abordado no livro de Nakayama e Bucks (1986)UCKER et al (2013) fizeram uma boa revisão sobre os elementos interferentes na qualidade da água para irrigação.


Nas aulas da semana analisamos cada característica acima e como afetam o desempenha dos sistemas de irrigação, os cultivos e o homem. Também vimos as estruturas de filtragem que compõem um cabeçal de controle, um reservatório intermediário ou ainda um canal de decantação. Utilizamos na aula prática um módulo completo de filtragem, composto por filtros hidrociclônico, de areia e de discos ou malhas como elemento filtrante. Também conhecemos os elementos que compõem o bombeamento, ou seja, o crivo, a válvula de pé, o mangote, vacuômetro, registro de gaveta, manômetro, tubulação de PVC e suas conexões e por fim o tubo de subida (com válvula) e o aspersor. Assim, conhecemos qual a função de cada elemento filtrante, a ordem em que devem ser instalados e ainda entendemos e praticamos a limpeza dos filtros de areia, prática chamada de retrolavagem. , que foi registrada em vídeo e mostra os nossos alunos "quebrando a cabeça" para acertar quais registros devem ser abertos e/ou fechados.


A estação chuvosa traz a água tão necessária à vida, mas também em muitos locais deixa mais erosão e assoreamento, e uma coisa é certa, se desejamos contar com abundância de água e de qualidade, devemos nos preocupar mais com a conservação do solo, realizando em vários níveis, ações para protegê-lo. Consulte também ANA (2005), AYERS e WESTCOT (1985), CARVALHO et al (2000) e CRUCIANI (1980). Veja a ilustração das fontes difusas de contaminação da água (1), dos aquíferos confinados e das recargas dos mananciais e intrusão salina.

Nossos últimos artigos sobre o monitoramento da qualidade da água e a vazão em bacias hidrográficas de interesse sócio-econômico no noroeste paulista são: Uso do solo e monitoramento dos recursos hídricos no córrego do Ipê, Ilha Solteira (SP)Qualidade de água na microbacia do Coqueiro no noroeste do Estado de São PauloQualidade da água para uso em Irrigação na Microbacia do Córrego do Cinturão Verde, Município de Ilha SolteiraAnálise dos Riscos à Sistemas de Irrigação causados pela qualidade da água do Córrego do CoqueiroInfluência da precipitação na qualidade da água para fins de irrigação na microbacia do córrego do Ipê em Ilha Solteira e Influência do uso e ocupação do solo na qualidade de água para fins de irrigação no Córrego do Ipê, noroeste do Estado de São PauloConfira esses e outros artigos publicados pela AHI, que monitora microbacias de importância sócio-econômica no noroeste paulista, como a do Cinturão Verdedo Ipêdo Boi, do Três Barras e do Coqueiro. Confira também mais um exemplo de monitoramento da água, neste caso no rio Acaraú, em Ubatuba.


Usamos como exemplo pela busca da água em outras regiões e com isso viabilizar o desenvolvimento de toda uma região - além de mostrar o grau de excelência da engenharia brasileira - o Projeto Olmos no Peru, que além da transposição do Rio Huancabamba, contemplará a irrigação de uma área de 43,5 mil hectares e a construção de duas centrais hidrelétricas destinadas à geração de energia para abastecimento das terras irrigadas. "O túnel que foi construído Olmos talvez seja o espaço mais competitivo do Peru para levar a cabo uma agricultura de excelência. Pode parecer exagerado, mas é um dos poucos lugares no planeta onde, literalmente, pode-se cultivar de tudo”, diz o Engenheiro Agrônomo Fernando Cillóniz. Naquele pedaço de terra, situado nas proximidades da Cordilheira dos Andes, mais precisamente na região de Lambayeque, a 900 km de Lima, o solo é fértil, há incidência solar ao longo de todo o ano e a baixa umidade relativa ajuda a manter a ameaça de pragas distante. A produção de alimentos tem todos os recursos para se tornar o principal motor do desenvolvimento de uma das regiões mais necessitadas do Peru. Na verdade, quase todos. Falta a água. Apesar das condições favoráveis para a agricultura, o Vale do Olmos está situado em uma região desértica, onde não chove mais que 215 mm por ano, em média. O rio mais próximo, o Huancabamba, esbarra na geografia dos Andes, limitando seu curso à vertente Atlântica da cadeia de montanhas, exatamente no lado oposto. O desafio da irrigação em Lambayeque passa pela construção de um túnel de 20 km de extensão e 5,3 m de diâmetro, através da instável geologia dos Andes, por onde se pretende transportar, de uma vertente à outra, mais de 400 milhões de m3 de água por ano. A construção do túnel é uma das mais complexas obras de engenharia em execução no mundo, dadas a sua profundidade, que chega a 2 mil metros abaixo da superfície da montanha, e as características geológicas da Cordilheira dos Andes. A execução desta complexa obra pela Odebrecht repercutiu positivamente na imprensa (1234567 - Banco Mundial) e abriu portas para a execução de outras obras pela empresa. Assista o video sobre o projeto Olmos e o que se espera desta terra no futuro.

Em "Atividades Acadêmicas" há Catálogos Técnicos a disposição para o melhor entendimento deste assunto. Também há a aula prática com registro fotográfico e os dados coletados em campo. Na Fan Page da AHI no Facebook também registramos alguns momentos das nossas aulas, bem como em nosso álbum Aulas Práticas no Facebook.


Mais sobre água
Sensibilização sobre rios invisíveis é tema do PodAcqua Unesp e para cada ponto de enchente em São Paulo, há um rio escondido, afirma geógrafo paulistano Luiz de Campos Júnior. O PodAcqua Unesp é um Podcast semanal voltado para gestão responsável dos recursos hídricosO Pod Acqua é mais um canal de comunicação oferecido pela UNESP para a disseminação do conhecimento em ligado aos recursos hídricos. Neste canal, o ouvinte conhece um pouco do trabalho de pesquisadores dedicados ao tema que será, sem dúvida, um dos protagonistas deste século: a água. O PodAcqua traz trechos de entrevistas com especialistas da Unesp e de outras instituições, nas mais diferentes áreas do conhecimento, com atenção especialmente voltada à gestão responsável dos recursos hídricos. Tem a coordenação da Jornalista Cínthia Leone, que recebe os parabéns e os votos de sucesso pela iniciativa e o Pod Acqua pode ser acessado a partir de http://podcast.unesp.br/podacqua


Na busca pela água, várias obras de engenharia foram necessárias para desenvolver regiões e foram exemplificadas em aula. E quando se fala de recursos hídricos para se iniciar uma obra, 5 "engenharias" devem ser levadas em consideração: Técnica, Financeira, Ambiental, Institucional e Política. Conheça o Sistema Cantareira




O advogado Robert Glennon em seu livro "Unquenchable" (Insaciável) traz o relato da crise americana por água e exemplos de como estão superando o desafio do consumo cada maior por este insumo"Água e desenvolvimento rural" de Aldo Rebouças e ainda "Potencial de reuso da água no Brasil: Agricultura, Industria, Municípios, Recarga de Aquíferos" de Ivanildo Hespanhol. Qualidade da água e seus efeitos sobre os sistemas de irrigação é bem abordado no livro de Nakayama e Bucks (1986). Consulte também ANA (2005), AYERS e WESTCOT (1985), CARVALHO et al (2000) e CRUCIANI (1980)Otávio Álvares de Almeida publica pela EMBRAPA o livro "Qualidade da Água para Irrigação", que está disponível para download. Valem a leitura!

Sistema Cantareira bate novo recorde negativo e racionamento "não é consenso" em SP. Nível está em 13% de capacidade, atingindo a marca mais baixa desde o início da operação do sistema, há 40 anos.

Pod Irrigar - 2014 com menos chuva que em 2013 e maior evapotranspiração aumenta a dependência da irrigação
E se foi o mês de março! Em muitas regiões o fantasma da possível falta de água continua vivo, especialmente na Grande São Paulo, onde o Sistema Cantareira registra o seu menor nível de água da história e diminui a cada novo dia. E no noroeste paulista, depois do verão mais quente e seco da história como foi a distribuição de chuvas? E a evapotranspiração?
Nestes primeiros três meses de 2014 o total de chuva registrado pela Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista variou entre 330 mm em Populina próximo à margem esquerda do rio Grande e 656 mm em Itapura, no encontro dos rios Tietê com o Paraná. Nas média foram 500 mm no noroeste paulista, para uma evapotranspiração acumulada média de 417 milímetros. Em 2013, de janeiro a março foi registrado uma média de 540 mm de chuva e evapotranspiração acumulada média de 394 mm. Portanto, começamos o ano com menos chuva e maior evapotranspiração, o que levou à uma maior dependência dos sistemas de irrigação para a garantia de produtividades elevadas e sustentabilidade da atividade agrícola.
Muito pensam nos investimentos necessários para se adquirir um sistema de irrigação mais adequado a sua propriedade, mas um pensamento cada vez mais coerente seria o de calcular qual o custo de não irrigar, ou seja, quando representa a dependência de uma atividade agrícola da distribuição das chuvas ao longo de um ciclo de cultivo. E aí, especialmente num ano atípico, com baixa oferta de água de chuva, nos damos conta do quão importante é investir em sistemas de irrigação para a garantia econômica do nosso negócio e de toda a cadeia produtiva, que se beneficia de irrigantes que mantem suas produtividades em patamares elevados. Esse foi o tema que desenvolvemos esta semana no Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores.

Visitas ao LHI - NACI e expandindo o trabalho da AHI
Recebemos no LHI - NACI em 31 de março de 2014 a visita dos alunos das disciplinas de Saneamento e Hidrologia do curso de Engenharia Civil da UNESP ILHA SOLTEIRA, que conheceram nossas instalações - incluindo campo, no caso a Estação Agrometeorológica Automática de Ilha Solteira - e também parte das atividades desenvolvidas pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira, com ênfase no monitoramento climático feito pela Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista, que tem a sua parte visível o Canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira.




Conheceram também os trabalhos de qualidade da água e medição de vazão. No campo, tiveram como Instrutores as Bolsistas de Extensão Yane De Freitas Silva e Inana Schutze que fizeram um ótimo trabalho, mostrando o quando estão qualificadas. É sempre uma satisfação receber visitas!




A ACI - UNESP firmou parceria com a Web Rádio Água que passa compartilhar o conteúdo do POD IRRIGAR que é o Pod Cast da Agricultura Irrigada e assim atingirá um público ainda maior. O POD IRRIGAR é um canal de notícias que em apenas três minutos semanais leva a informação sobre os recursos hídricos e clima, de modo a promover a eficiência e o uso racional da água na agricultura. Confira a primeira edição compartilhada!

II INOVAGRI International Meeting
Estamos há 7 dias da melhor e maior oportunidade deste ano para discutir o uso da água, com foco na agricultura: o II INOVAGRI International Meeting, onde 34 especialistas brasileiros e 32 estrangeiros estarão juntos em Fortaleza e a Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira se fará presente na 3a. Mesa Redonda sobre "Metodologia para a determinação dos coeficientes e das necessidades hídricas das culturas" juntos com Richard Snyder, Richard Allen e Thomas Trout. Enquanto o baixo nível dos reservatórios que abastecem a Grande São Paulo e algumas cidades do interior é presença diária nos jornais, o "O Povo" de hoje tem como manchete "Maiores açudes do Ceará estão com pior nível dos últimos 5 anos. Entre os 10 maiores reservatórios que já existiam em 2010, apenas o açude Pacoti teve acréscimo de volume de um ano para o outro. Para especialista, é preciso pelo menos três estações chuvosas "na média" para recarga". E já estamos nos preparando para mostrar os nossos trabalhos que permitem o aumento da eficiência no uso da água. Veja como foi a primeira edição em 2012 do Inovagri Meeting e confira também em vídeo o clima de descontração que rolou entre os Pesquisadores que fizeram as palestras! Há também um álbum inteiro com fotos que preserva a memória daquele evento que contou também com 32 Pesquisadores estrangeiros.

Carreira

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