Boletim Agrometeorológico do Mês de Abril

Por -
A Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista operada pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira registrou que o mês de abril foi marcado por temperaturas mínimas e as máximas maiores do que em 2013, como ilustrado nos quadros e gráficos abaixo. Em Paranapuã, perto da barranca do Rio Grande foi registrada a maior média das temperaturas máximas (32,3°C) do mês e em Itapura, no encontro dos Rios Tietê como o Paraná se registrou a menor média de temperaturas mínima com 19,6°C.



Em relação às chuvas, em quase todo o noroeste paulista houve diminuição nas  precipitações se comparadas com 2013, somente em Santa Adélia (152,6 mm - 2014 e 131,8 mm - 2013), Itapura (87,6 mm - 2014 e 80,8 mm - 2013) e Populina (110,2 mm - 2014 e 89,2 mm - 2013) tiveram uma quantidade maior de chuva no ano de 2014. Sendo que Santa Adélia foi a estação que houve mais precipitação no mês de abril. 

Na comparação com a chuva acumulada em 2014 nas oito estações que compõem a  Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista com os anos anteriores 2013 e 2012 os municípios que tiveram um aumento na precipitação foram Santa Adélia (7,7%), Marinópolis (24,5%) e Itapura (19,4%). Na comparação de todo o noroeste paulista choveu até o momento em 2014 em média 575 mm, com máximo em Itapura com 743 mm e mínimo em Sud Mennucci com apenas 413 mm. Na média temos este ano 9% a menos de chuva na região noroeste paulista se comparado com 2013. 



Em relação a evapotranspiração de referência, de essencial conhecimento para aqueles que praticam a agricultura irrigada é de grande importância pois, pode-se determinar corretamente a quantidade e o momento da aplicação de água pela irrigação, maximizando o uso dos recursos hídricos de uma região e neste mês de abril, registrou-se as maiores taxas de evapotranspiração nas estações de Ilha Solteira (3,7 mm/dia) e Marinópolis (3,7 mm/dia) e com menor taxa em Sud Mennucci na Santa Adélia Pioneiros (3,3 mm/dia), como se visualiza na tabela abaixo.


Em termos médios, a situação é realmente mais crítica que em 2013. Neste momento há municípios como Pereira Barreto com 41 dias sem chuvas maiores que 10 mm e em Populina e Paranapuã choveu há 8 e 10 dias atrás, o equivalente à 49 mm e 18 mm, respectivamente. Mas na comparação com a evapotranspiração acumulada de janeiro a abril, 2014 tem em média 519 mm contra os 488 mm de 2013 no mesmo período, representando 6% a mais de transferência de água para a atmosfera. 

O Professor Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira explica que "na prática, menos chuva, com maior dispersão e maior evapotranspiração, gera um déficit de água ainda maior no solo e nestas condições, para a garantia da produção com produtividades elevadas é absolutamente necessário o uso de sistemas de irrigação, que no noroeste paulista estão em plena atividade irrigando principalmente milho, feijão e pastagens, além das fruteiras em geral".

Em Ilha Solteira, na comparação com os anos anteriores tem-se a precipitação de 97 mm no mês de abril maior que a média histórica que é de 83 mm. Em relação às temperaturas máximas temos se comparado desde 1967, 32,0°C em 2014 comparado também com a média histórica das máximas que foi de 29,6°C. E as temperaturas médias desde 1967 chegaram 25,1°C no mês de abril sendo que em 2014 houve um aumento chegando a 25,8°C.




Nos diferentes canais de comunicação operados pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira há muito mais informações sobre agricultura irrigada e o clima, não deixe de conferir! Sãos estes os canais de comunicação:
Canal da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira: http://www.agr.feis.unesp.br/irrigacao
Videos no Canal no YouTube: http://www.youtube.com/fernando092
Canal Clima da UNESP Ilha Solteira: http://clima.feis.unesp.br
IRRIGA-L: http://www.agr.feis.unesp.br/irriga-l.php
Pod Irrigar - O Podcast da Agricultura Irrigada: http://podcast.unesp.br/podirrigar

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Por que a água evapora sem estar a 100° C ?

Por -
Imagem
              Você já deve ter tido a experiência de esquentar a água em uma panela no fogão de casa, e notar que ela começa a borbulhar e soltar vapor, e depois de certo tempo o seu volume começa a diminuir. A água que estava no estado líquido passa a para o estado físico de vapor, se for agua pura na pressão atmosférica do nível do mar, isso deve acontecer quando sua temperatura chegar a 100°C. Mas você já deve ter notado que se deixarmos um copo d’água em cima da mesa, as poças feitas pela agua da chuva também diminuem de volume. Teria essa água chegada a 100°C e evaporado? Muito provavelmente não! Então se a água não chegou a 100°C, por que ela evaporou?!              As substancias ou soluções possuem uma propriedade físico-química que chamamos de pressão de vapor máxima, que é a pressão atmosférica máxima exercida pelo vapor devido moléculas entrarem em equilíbrio líquido e vapor. Podemos entender melhor essa propriedade num experimento bem didático. Colocamos o mesmo volume
Leia mais

A Importância da DBO

Por -
Imagem
A decomposição biológica tem um papel vital na natureza: degradar a matéria orgânica restituindo seus elementos ao meio. A DBO representa o potencial ou a capacidade de uma massa orgânica “roubar” o oxigênio dissolvido nas águas. Mas este “roubo” não é praticado diretamente pelo composto orgânico, mas sim é resultado da atividade de microorganismos que se alimentam da matéria orgânica. Figura 1. Lançamento de efluente da Estação de Tratamento de Esgoto da cidade de Marinópolis, localizada na região noroeste paulista. Assim, constituem condições básicas para a DBO: a) A existência de microorganismos: se for colocada certa quantidade de calda de esgotos em um frasco com um tanto de água e em seguida esterilizar a solução, não haverá consumo de oxigênio no frasco. Isto é, a quantidade de oxigênio dissolvido, inicialmente existente permanecerá a mesma nos dias seguintes. b) A existência de condições aeróbias: não havendo oxigênio dissolvido não pode haver seu consumo. Além disso, os micror
Leia mais

Pivô central: história e características

Por -
Imagem
O texto a seguir sobre Pivô Central é do Professor Luiz Antonio Lima do Departamento de Engenharia da UFLA - Lavras, que complementamos com algumas imagens e links. INTRODUÇÃO O pivô central foi construído pela primeira vez em 1948. Em 1949, seu inventor, Frank L. Zybach, submeteu o invento para ser analisado e finalmente foi patenteado em 1952, no Colorado, Estados Unidos. O pivô girava acionado por mecanismos de pistões movidos hidraulicamente pela água. O inventor produziu unidades até 1954, quando vendeu os direitos de fabricação para empresa americana Valley, localizada no estado do Nebraska. A partir de 1968, outra empresa (Lindsay) também iniciou a fabricação de pivôs e atualmente dividem a liderança do mercado mundial de pivôs. No Brasil existe fábricas subsidiárias de ambas empresas, sendo a Valmont (marca Valley) em Uberaba - MG e a Lindsay (marca Zimmatic) em Mogi Guaçu-SP. Estima-se que o mercado brasileiro seja da ordem de 800 unidades por ano. A grande aceitação do pi
Leia mais