Aula Dezesseis - Irrigação localizada e situação crítica de água no noroeste paulista

The gem cannot be polished without friction, nor man perfected without trials.” Provérbio Chinês

Finalizamos um projeto de irrigação localizada, microaspersão em citros, saindo do volume necessário e chegando ao memorial descrito. Relembramos a Fórmula Universal de perda de carga e as suas aplicações e critérios de projeto. Em um setor irrigado a perda de carga não pode passar de 20% da pressão de serviço, e no caso da irrigação localizada, a perda de carga deve ser distribuída entre a linha lateral (55%) e linha de derivação (45%). Chamamos a atenção para o cálculo do tempo de irrigação para o atendimento do volume necessário em cada planta, ou seja, devemos prestar atenção no número de emissores que está atendendo cada planta. Veja em atividades acadêmicas exercícios e exemplos de dimensionamento. O uso de planilhas eletrônicas para a resolução do dimensionamento é incentivado e desejado para a fixação do aprendizado, especialmente nesta fase de dimensionamento de linha de derivação onde utilizamos a linha "telescópica".
No projeto de irrigação por microaspersão em citros que fizemos, concentramos a maior parte do tempo na linha de derivação, que é "telescópica" para que seja possível manter a pressão dentro das condições que caracteriza um bom projeto de irrigação, que não pode ter uma perda de carga maior que 20% da pressão de serviço no setor irrigado, sendo 11% o máximo a ser perdido na linha lateral e 9% na linha de derivação, que ainda tem que sofre a contabilidade decorrente da diferença de nível, uma vez que a linha está com fluxo morro abaixo. Veja o exemplo em que a pressão desejada na entrada de cada linha lateral é de 15,8 mca e colocamos esta mesma pressão chegando no cavalete dos setores superiores. Assim, se construirmos nossa linha de derivação com diferentes diâmetros e comprimentos. A planilha e o gráfico a seguir ilustra o dimensionamento da linha de derivação e a pressão resultante. Vale a pena usar a planilha eletrônica e fazer igual para a fixação do aprendizado.


Na situação do exemplo, a pressão média da linha de derivação será de 15,4 mca (variação de 7,7% no setor), com pressão máxima de 16 mca e mínima de 14,8 mca e diferença entre a primeira e a última linha lateral será de -4,4%, com variação máxima de 4% e mínima de -3,5% em relação à pressão média, como se extrai da planilha acima e gráficos abaixo.


Se a linha principal ou adutora (neste caso incluindo a linha secundária, porque operamos um setor de cada vez) é de 445 (80+350+15) metros e utilizarmos tubulação de 4" (velocidade = 1,5 m/s) haverá uma perda de carga de 8,5 metros. Observe que após calcularmos a perda de carga na linha secundária e na linha principal, devemos adicionar a diferença de nível e a perda de carga localizada e assim, se tem a pressão necessária na saída da moto-bomba. Foi reforçado aos alunos para que façam seus estudos auxiliados pela construção de uma planilha de cálculo, permitindo um melhor entendimento das variações de perda de carga e pressão. Depois devemos dimensionar a sucção utilizando uma velocidade em torno de 1,0 m/s, somar a altura manométrica de recalque (pressão na saída da moto-bomba) com a altura manométrica de sucção e assim, obtém-se a altura manométrica total, que multiplicada pela vazão resultará na potência no eixo da bomba, que multiplicada pela reserva de potência, resultará no motor necessário para o acionamento. Pronto, agora só lista o material a ser utilizado e confeccionar o memorial descritivo. Utilizamos a Fórmula Universal, mas podemos dimensionar por Hazen-Williams, pois estamos bombeando água e a tubulação é maior que 2". Fiquem a vontade na escolha da equação!

Drip Irrigation é um portal que traz informações específicas sobre irrigação localizada e vale a pena visitá-lo e aprender mais sobre este método de irrigação.

Microaspersores irrigando árvores de manga em Juazeiro - BA. Dois microaspersores por planta.

Hidrômetro garante o acompanhamento da água consumida.

Revisão de prova
Amanhã neste Blog e também no mural do DEFERS estarão divulgadas as notas do semestre. Teremos dois momentos para a revisão das provas. Amanhã das 14 às 15 horas e na terça-feira estaremos a disposição na Sala de Reuniões do LHI entre 11:00 e 12:00 horas. Resolvemos todas as questões. Desde já recebam os parabéns aqueles que mostraram ótimo desempenho, continuem assim! Aos que não foram muito bem, a dica é para se dedicarem mais, construímos vários canais de apoio ao ensino baseado na Internet, que complementam de forma mais prática os ensinamentos contidos nos livros-textos que devem serem sempre consultados e os ofertados em sala de aula. Use-os sem moderação e tenham muito sucesso!

Combinando pesquisa, ensino e extensão
A Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira desenvolve trabalhos que unem a base de equipamentos e infraestrutura preparada para a pesquisa, com atividades de ensino e de extensão, que permite a otimização de recursos, formação de profissionais mais qualificados e ainda fornece a base referencial para o uso eficiente da água e o desenvolvimento de diferentes projetos que dependem ou são influenciados pelas condições climáticas. A Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista composta por oito estações agrometeorológicas automáticas instaladas entre as margens direita do rio Tietê e a esquerda do rio Grande foi implantada como a base necessária para a realização de pesquisas que combinam sensoriamento remoto (ou imagens de satélite) com dados obtidos por estações agrometeorológicas para estimar a evapotranspiração - a perda de água para a atmosfera - em escala regional, até então inexistente na região.

No entanto, os dados coletados pelas estações agrometeorológicas não ficam restritos a pesquisadores e são disponibilizados de forma livre e gratuita no canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira em http://clima.feis.unesp.br a qualquer interessado. Dados livres, significa que o acesso aos dados pode ser feito diretamente pelo Internauta sem que haja a necessidade de contactar previamente alguém da UNESP e gratuito porque não paga pelos dados coletados e disponibilizados. Assim, alunos e pesquisadores podem ampliar suas pesquisas que dependem de informações climáticas e ainda em aulas, podem realizar exemplos com informações reais da região noroeste paulista, onde estamos inseridos. São disponibilizadas dados tanto em tempo real, como a base histórica, permite uma infinidade de aplicações, cada dia mais relevante face às mudanças climáticas e eventos extremos cada vez mais frequentes. E agora já estamos falando de outro componente do trabalho, que é o de extensão universitária. A infraestrutura permite que a UNESP receba a visita de alunos do ensino fundamental, médio e superior, que são instruídos de como os elementos do clima interferem no dia a dia e ainda, ao divulgar a evapotranspiração a intervalo de uma hora, permite que irrigantes tenham a possibilidade de realizar a aplicação de água pelos sistemas de irrigação de forma controlada, de modo a suprir apenas o que foi perdida para a atmosfera. Isso feito ele tem economia de água e de energia e ainda maiores lucros.

O canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira é dividido em três núcleos básicos de busca e acesso: (A) é possível definir a estação agrometeorológica e acompanhar em gráficos e tabelas tudo o que acontece na região de interesse; (B) é permitido ao Internauta acessar toda a base histórica e ainda fazer comparações entre as variáveis climáticas e ainda cálculos no banco de dados obtendo valores extremos e ainda o (C) acesso aos produtos oferecidos, que são gráficos e mapas de acompanhamento em tempo real de todas as estações e as principais variáveis climáticas, tais como temperatura, umidade do ar, velocidade e direção do vento, chuva, evapotranspiração, pressão atmosférica e radiação global e líquida. E assim, as possibilidade de uso dos dados são imensas.

Ainda como atividade de extensão universitária é oferecida rotineiramente informações sobre o tempo e a agricultura irrigada também no Blog da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira em http://irrigacao.blogspot.com. Também, em ação complementar, o canal de conteúdo está hospedado em http://www.agr.feis.unesp.br/irrigacao.php, o canal de video em http://www.youtube.com/fernando092 e ainda há a Fan page no Facebook. Fique ligado! Este foi o tema do Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores.

Agricultura irrigada como fator de desenvolvimento e também em fotos
A comissão de Agricultura do Senado discutiu as políticas públicas de recursos hídricos. Os especialistas que participaram da audiência pública destacaram que a irrigação melhorou o PIB na educação, o IDH e aumentou a longevidade. O chefe da divisão de agricultura irrigada do Ministério da Agricultura, José Silvério da Silva, afirmou que o Brasil tem 5,8 milhões de hectares de lavouras irrigadas, responsáveis por 20% da produtividade nacional e por 43% em termos de valor econômico da produção agrícola do país. A irrigação melhora o índice de desenvolvimento humano (IDH), fixa o homem ao campo e aumenta a produtividade da agricultura, o que também contribui para a preservação do meio ambiente. Mas o manejo da água deve ser feito com inteligência e planejamento para ser eficaz e chegar aos que dela precisam. Estes foram pontos defendidos pelos participantes da audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) que discutiu políticas públicas de recursos hídricos, em 10 de junho de 2014. "A irrigação melhorou o PIB na educação, o IDH, aumentou a longevidade. Você vê uma melhoria dos municípios [nordestinos] com irrigação, inclusive da atividade econômica", disse Hypérides Pereira de Macedo, consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Política Nacional de Irrigação, conhecida como Lei 12.787/13, visa a incentivar a ampliação da área irrigada e o aumento da produtividade, bem como promover o aumento da competitividade do agronegócio. Saiba mais! Em Sergipe, o Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) no Município de Lagarto, recebeu a outorga d’água, concedida pela Agência Nacional de Águas (ANA). O documento atesta o direito ao uso da água para irrigação pelos agricultores, o que é, dentre outras finalidades, exigido pelas instituições financeiras para a concessão de crédito agrícola nestas áreas.Jacarecica I e II, Ribeira, Jabiberi e também o Platô de Neópolis, são unidades da Empresa que já possuem este documento. A outorga é o meio pelo qual as agências governamentais, a nível estadual e federal, fazem o controle quantitativo e qualitativo do uso da água. Esse controle é necessário para delimitar como será feita a distribuição dos recursos hídricos de cada afluente e para asseguraro efetivo direito de acesso à água para todos. Em Sergipe, quem concede a outorga de água para rios que tem seu curso d’água restrito ao território do Estado é a Superintendência de Recursos Hídricos (SRH). Os demais rios, a exemplo do Piauí, que nasce no Estado da Bahia e abastece o reservatório do Perímetro da Cohidro em Lagarto, é de responsabilidade da ANA a concessão do documento. E irrigantes da Cohidro colhem amendoim duas vezes por ano


Mantemos um álbum fotográfico no Facebook com o título de "Agricultura irrigada promovendo a produção e a economia" e outro de "Equipamentos e sistemas de irrigação", que receberam contribuições esta semana de Jardel paixão e Ligia Videira. Um mostra um nordeste possível com uso da irrigação e Ligia mostra como usar os sistemas de irrigação em estufas e produzir mesmo com neve no Estado de Minnesota. Agradecemos as contribuições. No canal de conteúdo da AHI da UNESP Ilha Solteira há a aba "Galeria" com milhares de fotos que envolvem a agricultura irrigada. Fazemos tudo isso para você usufruir!



Pod Irrigar - Irrigação de pastagens é tema de livro publicado pela UNESP
A UNESP Campus de Dracena realizou o SAMPA - Simpósio de Adubação e Manejo de Pastagem e agora, sob a coordenação dos colegas Reges Heinrichs e Cecílio Viega Soares Filho, que atuaram como Editores, é publicado pela Editora Boreal o livro "Adubação e Manejo de Pastagem" que em seus seis capítulos traz o que tem de mais atual para se alcançar as elevadas produtividades e lucratividade sobre pastagens.
A Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira participa desta publicação nos capítulos "Irrigação de pastagens: sistemas, utilização, manejo e produção" e ainda do capítulo "Estratégias econômicas em manejo de pastagens", onde o leitor encontrará as opções de sistemas de irrigação e as condições de manejo da irrigação, ou seja o quando e o quanto irrigar, para a máxima produtividade.
Já no capítulo "Estratégias econômicas em manejo de pastagens" o Engenheiro Agrônomo João Manetti Filho explicita a sua experiência em irrigação de pastagens para gado de corte, com a divisão da pastagem em piquetes menores, pastejo rotacionado e irrigação por aspersão em faixa no oeste paulista.
Dezesseis profissionais estiveram reunidos para que a publicação deste livro acontecesse, que engloba ainda adubação e manejo da pastagem em sistemas intensivos, nutrição de plantas forrageiras, uso de fertilizantes nitrogenados estabilizados e uso de micronutrientes, podendo ser o livro "Adubação e Manejo de Pastagem" ser adquirido por R$ 50,00 na PLD Livros Técnicos. Parabéns colegas que colocam a disposição de todos mais uma ferramenta para a modernização da pecuária brasileira.


Escassez de chuva e água



Na sexta, a TV Tem mostra que a piscicultura também afetada. Mas uma correção, a TV Tem se equivoca, NÃO É o nível mais baixo dos últimos cem anos. Segundo a CESP, níveis do lago abaixo do registrado atualmente foram registrados em 1983, na sequência de anos de 1985 a 1989 e em 1991, mas lembrando que a interligação dos rios Tietê e Paraná pelo Canal de Pereira Barreto foi feita a partir da construção do lago da Usina de Três Irmãos que teve início de operação em 1993, que na cota 328,40 metros tem um espelho de água de 785 km2 e uma bacia de contribuição de 69.900 km2. Portanto desde a interligação dos rios, apenas em 1999 com 323,12 metros se registrou um nível próximo do atual. Realmente a situação é crítica! Everaldo Gatti registra em filme o Canal de Pereira Barreto. Com os seus 9.600 metros de extensão é o maior canal fluvial do mundo, que possibilitou a interligação dos rios Tietê e Paraná, propiciando a navegabilidade entre os rios viabilizando a hidrovia e o aumento na capacidade de geração de energia elétrica!




Landsat

Cana
A comissão de Agricultura do Senado discutiu as políticas públicas de recursos hídricos. Os especialistas que participaram da audiência pública destacaram que a irrigação melhorou o PIB na educação, o IDH e aumentou a longevidade. O chefe da divisão de agricultura irrigada do Ministério da Agricultura, José Silvério da Silva, afirmou que o Brasil tem 5,8 milhões de hectares de lavouras irrigadas, responsáveis por 20% da produtividade nacional e por 43% em termos de valor econômico da produção agrícola do país. A irrigação melhora o índice de desenvolvimento humano (IDH), fixa o homem ao campo e aumenta a produtividade da agricultura, o que também contribui para a preservação do meio ambiente. Mas o manejo da água deve ser feito com inteligência e planejamento para ser eficaz e chegar aos que dela precisam. Estes foram pontos defendidos pelos participantes da audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) que discutiu políticas públicas de recursos hídricos, em 10 de junho de 2014. "A irrigação melhorou o PIB na educação, o IDH, aumentou a longevidade. Você vê uma melhoria dos municípios [nordestinos] com irrigação, inclusive da atividade econômica", disse Hypérides Pereira de Macedo, consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Eu acredito que a Folha se equivoca no Editorial de hoje em alguns fatos sobre a crise do setor sucro-alcooleiro. Só o fato de que havia 440 usinas operando em 2010 e em 2013 esse número caiu para 388 já é um alerta grave da situação. Tire você as suas conclusões! Prefiro a análise do Estadão, acredito ser mais realista! Confira você mesmo! Para o mesmo tema o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud afirma que essa crise do setor canavieiro é fruto da política energética do governo, que continua sendo bom amigo da indústria automobilística. Confira! O fato concreto que este setor além de estratégico para o país emprega milhares de profissionais de diferentes níveis técnicos e ocupa uma grande extensão de terras gerando renda e oportunidades! Deveria receber a atenção devida!

Estatísticas - Ilha Solteira - Qualidade de vida
Briga de números, mas desde já antecipo, gosto demais de morar em Ilha Solteira! Ilha Solteira está entre as 18 melhores cidades do Brasil para viver segundo a ONU, com um índice de 0,812. Mesmo com o apontamento a cidade perdeu 10 posições em relação ao ano de 2000, quando foi classificada em 8º lugar. A melhor cidade foi classificada como São Caetano do Sul com um índice de 0,862, considerado muito alto, conforme o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. E Ilha Solteira despenca em índice de desenvolvimento municipal. Ilha Solteira piorou seu desempenho no Índice de Desenvolvimento Municipal (IDFM), divulgado esta semana pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN). A cidade caiu da 217ª para a 527ª posição no ranking nacional. No estado, a queda foi 121ª para a 225ª posição. A edição baseia-se em dados oficiais referentes a 2011. Esse intervalo, de acordo com a FIRJAN, é necessário, para que sejam compilados o desempenho dos municípios em educação, saúde e emprego e renda. A soma dessas variáveis levou Ilha Solteira ao índice de 0,7788, o que coloca a cidade no patamar de desenvolvimento moderado. Segundo o estudo, quanto mais próximo de 1, melhor é a situação do município. Essa avaliação colocou a cidade na 225ª no ranking estadual. No último IFDM divulgado, com dados referentes a 2010, o índice de Ilha Solteira era de 0,8216, colocando a cidade na 217ª no ranking nacional e 121ª no estadual. E a população de Ilha Solteira cresceu 8,9% em 13 anos.

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