Aula DEZESSETE e o fim do semestre

"Na definição clássica, irrigação é a técnica de aplicação artificial de água que se utiliza para repor a água consumida pelas plantas no processo de transpiração das folhas e evaporação do solo, a chamada evapotranspiração. Todavia, uma irrigação não pode e não deve ser entendida, única e exclusivamente, como um procedimento artificial para atender às condições de umidade de solo visando à melhoria da produção agrícola, tanto em quantidade como em qualidade ou oportunidade. Na realidade, ela constitui um conjunto de operações (compondo em si um sistema) necessário ao atendimento das necessidades de água das plantas, bem como eliminar seus excessos, que transcendem à relação solo-água-planta-atmosfera, pura e simplesmente. Agrega-se, aí, o clima, o homem, além de outros campos do conhecimento da humanidade com grande abrangência. A ciência e a arte da irrigação, são abrangentes e interdisciplinares, passando pelo campo das ciências agrárias, das exatas (engenharia hidráulica, civil, elétrica, etc.), sociais (economia, sociologia, política, etc), mas nenhuma delas é mais importante que a outra, pois quando da decisão final quanto ao uso da água, todos esses fatores conjuntamente têm que ser levados em conta. Assim, são tantas as possibilidades que se tem com o uso da irrigação que a definição clássica é simplista demais pelo que ela pode oferecer. Melhor seria definir irrigação como um conjunto de ações e conhecimento eclético que pode levar o produtor a concretizar maiores produtividades e auferir maiores lucros. Lembre-se então sempre: a irrigação na agricultura deve ser entendida não somente como um seguro contra secas ou veranicos, mas como uma técnica que dê condições para que o material genético expresse em campo todo o seu potencial produtivo. " (HERNANDEZ, 2004 e 2013).

E chegamos ao fim de mais um semestre! Foram dezessete semanas de aulas, e ainda dois sábados onde completamos a informações ligadas ao uso de geotecnologias para a obtenção da Outorga do Uso da Água e fizemos visitas técnicas onde o "negócio da irrigação" pode ser conhecido na prática e completado com instruções sobre projetos e operação de sistemas de irrigação, e em especial, o pivô central visitado na Fazenda Manguinhos, cliente da empresa Irrigaterra, onde estivemos primeiro. Nossos Bolsistas PROEX preparam sítios e video sobre a atividade que fica devidamente registrada. Amanhã, esperamos ótimos seminários e que todos tenham se preparado para a prova final que versará sobre todo o conteúdo do semestre.


Nas aulas da semana trabalhamos com projeto de irrigação por gotejamento em citros, mas o gotejamento tem tido uma aplicação cada vez mais abrangente, que inclui diferentes culturas e cada vez mais se destaca o uso na área urbana, com jardins de diferentes naturezas e formatos. Trinta e duas casas em cada cinquenta casas americanas tem sistemas de irrigação para irrigar o gramado e as flores e assim, a paisagem é sempre muito bonita. A irrigação também é utilizado em áreas públicas em larga escala, pois nas cidades, o produto a ser "vendido" não é grão, mas a beleza que traz um conforto visual muito valorizado. Este movimento de irrigar áreas públicas ou coletivas já vem sendo observado no Brasil, especialmente em áreas institucionais de condomínios, cujos gestores já perceberam que o investimento compensa, pois além de valorizar prontamente o empreendimento, em menos tempo do que se esperava, a economia de mão de obra e da água desperdiçada com as mangueiras, amortiza o investimento feito nos sistemas de irrigação, que automatizados, permitem inúmeras combinações de tempo e horário de funcionamento e assim os resultados são reais e trazem satisfação aos moradores.

Gotejamento irrigando jardim em área pública.

Fertirrigação
Também conversamos sobre a quimigação, onde é preciso primeiro definir o alvo: planta ou o solo para definir a lâmina que acompanhará a injeção do produto desejado. Fertirrigação deveria ser uma prática obrigatória em sistemas de irrigação, especialmente as sistemas localizados e o pivô central, mas uniformidade de aplicação é um item obrigatório e depende de um bom projeto de irrigação. Sobre o tema fertirrigação, concedemos uma entrevista ao Portal Dia de Campo que está disponível integralmente na página do Portal, baseada no artigo de autoria de KANEKO, F.H.; HERNANDEZ, F.B.T.; SHIMADA, M.M.; FERREIRA, J.P. com o titulo de "Estudo de caso - Análise econômica da fertirrigação e adubação tratorizada em pivôs centrais considerando a cultura do milho". Agrarian, Dourados, v.5, n.161, p.161-165, 2012, disponível a partir de: http://www.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/agrarian/article/view/1528/1034
Trata-se de trabalho simples, mas com ótimo poder de convencimento aos irrigantes que não desejam fazer investimentos no sistema de injeção de fertilizantes e químicos por acreditarem terem de fazer mais um "gasto" e não percebem que trata-se de um investimento com retorno assegurado. 

Paisagismo e campos esportivos
Em várias ocasiões temos incentivado nossos alunos e também os Engenheiros Agrônomos a se interessarem mais pela área de irrigação de parques, jardins e campos esportivos e abraçarem também o paisagismo com o respaldo dos sistemas de irrigação. Somos da opinião de que Engenheiros Agrônomos reúnem qualificações que podem qualificar o trabalho desenvolvido, afinal, conhecem plantas como ninguém, recebem ensinamentos específicos sobre paisagismo, topografia, hidráulica e irrigação, entre outros, e assim, podem agregar ainda mais valor ao projeto e à sua implantação e ao seu perfeito funcionamento. Nesta direção, a Folha de São Paulo em 30/11/2013 - p.A.3, pergunta: " A profissão de paisagista deve ser autônoma?" SIM é a opinião de Eliana Azevedo, Cecília Herzog e Julio Pastore no artigo "Paisagens que queremos ter", enquanto que NÃO é o pensamento de José Armênio de Brito Cruz no artigo "Profissional generalista".


Ficamos devendo um projeto completo irrigação de campo esportivo e apenas discutimos as questões inerentes aos cuidados com a definição dos critérios técnicos. Deve-se prestar atenção na escolha do bocal e as vazões correspondentes para que se mantenha a mesma precipitação. O lay-out do sistema, a definição de como os aspersores serão alimentados e o número de setores e o entendimento de que a perda de carga deve ser calculada trecho-a-trecho é o diferencial dos demais sistemas aprendidos. Utilizamos aspersores tipo gear-drive devido ao alcance dos jatos, mas os aspersores de última geração chamado MP-Rotator, da fábrica Hunter são cada vez mais utilizados em parques e jardins. Ambos são aspersores tipo pop-up (escamoteáveis) e o Rotator usa jatos "giratórios", enquanto que o gear-drive se apresentam em jato único. Catálogos diversos estão disponíveis no na aba "Atividades Acadêmicas" do canal de conteúdo da AHI e além dos livros-textos já recomendados, o de Pete MELBY vale a pena consultá-lo. Isabella Baesso fez uma ótima postagem sobre o tema neste blog. Conheça também os sistemas de drenagem utilizados na Copa do Mundo FIFA. Relembrem sempre os conteúdos de Hidráulica Agrícola relativos à Golpe de Ariete, escolha de mobo-bomba e NPSH.

As Arenas preparadas no Brasil para a Copa tiveram destaque no Google Street View e é possível conhecê-las AQUI! Que tal começar pela Area Corinthians?

Arena Recife com a irrigação no intervalo do jogo e observa-se o setor de irrigação (by Michel Siqueira).

Pod Irrigar - Situação de oferta de água se tornando cada vez mais crítica para os irrigantes também no noroeste paulista
Já temos mais de 30 dias sem chuvas no noroeste paulista e a situação é crítica para os irrigantes em termos de vazão nos córregos e rios, com os reservatórios expondo áreas raramente vistas pela população da nossa região, que repete o problema de restrição de oferta de água encontrada em Goiás mesmo tendo incentivado a reservação de água através de barragens para irrigação, em Minas Gerais na região do reservatório de Furnas e ainda no nordeste de São Paulo na região do Sistema Cantareira.
A estiagem ocorrida neste ano virou tema importante entre pesquisadores, produtores, comunidade e está em evidência na imprensa em geral, o que acabou resultando em uma seca antecipada, reduzindo o nível dos reservatórios afetando não apenas a vida urbana, mas também prejudicando e muito a vida no campo, como produtores que fazem uso da irrigação afim de garantir sua produtividade e que em 2014 estão passando por uma situação difícil com a falta de chuvas.
Mas a análise não é tão simples assim! Devemos atentar para a variabilidade da chuva no tempo e no espaço, dentro de uma mesma região. Em 2014 a diferença entre o local onde mais choveu e onde menos choveu foi de 316 mm e houve uma grande variação entre os meses na expectativa das chuvas. Estamos fechando o mês de junho com a média no noroeste paulista de apenas 7 mm, quando esperávamos 81 mm. Em junho do ano passado recebemos 30 mm.
Esta situação também já impactou diretamente os irrigantes que estão fazendo investimentos não previstos para mudar o seus sistemas de captação da água e podem ainda enfrentar maires problemas futuros se a chuva não voltar a aparecer, mesmo que fora de época e comprometendo a captação de água dos sistemas de irrigação, sendo necessário já em muitos casos o prolongamento da válvula de pé e do crivo, podendo em muitas destas situações afetando o desempenho do sistema de irrigação, seja na lâmina máxima que pode ser aplicada como a sua distribuição na área irrigada, porque ao prolongar a sucção se altera a relação altura manométrica e vazão, podendo no limite a bomba até mesmo cavitar, que seria o não funcionamento da mesma.
Tivemos esta semana o Solstício de Inverno e os dias ficarão mais longos e as taxas de evapotranspiração irão subir o que representará mais exigências hídricas.
A estimativa é de que cinco em cada oito pessoas no mundo serão atingidas pela falta de água, até o ano de 2025. Este panorama evidencia a necessidade de ações urgentes, sobretudo no que tange à gestão deste recurso tão precioso para toda a humanidade. Neste contexto, o monitoramento continuado da oferta de água em sua quantidade e qualidade e das atividades que, de alguma forma, causem impactos aos recursos hídricos, deve ser constante. 

Visitas


Revistas especializadas e escassez de água e energia

 Reencontramos o Analista de Sistemas Alex Palombo que já trabalhou conosco na AHI e é sempre uma satisfação saber que quem já passou pelo nosso Lab está bem posicionado profissionalmente.

A seguir o registro de alguns dos locais visitados, todos na margem direita do Rio Tietê.



 Neste ponto em 31 de maio de 2014 estava a captação de água para o pivô central com 0,4 metros de água. Em 27 de junho de 2014 já não havia mais água.

 Rio Tietê ao fundo em Sud Mennucci.

 A vazão que desce pelo córrego é muito baixa. Pouca chuva é uma das razões, mas a pastagem degradada, a falta de conservação do solo, a erosão e o assoreamento leva à maior predominância do escoamento superficial em detrimento do escoamento de base, essencial para a recarga do lençol freático e vazões altas na estação seca.


seca paralisa navegação na hidrovia Tietê-Paraná e multiplica prejuízos. Com restrição parcial desde fevereiro e total desde o dia 30, perdas são estimadas em R$ 100 milhões. Expectativa é que não chova até novembro, mantendo a situação; transporte com carretas é cerca de 12% mais caro. O presidente do sindicato que representa as empresas que fazem a navegação na hidrovia, Luiz Fernando Horta de Siqueira diz que "pior que o prejuízo financeiro é o moral. Você faz todo um trabalho para incentivar o transporte pela hidrovia, dizendo que é mais barato, mais vantajoso, aí surge um problema desse, que arranha a credibilidade desse modal." Já Edeon Vaz Ferreira, diretor do Movimento Pró-Logística e da Aprosoja-MT e os envolvidos com a navegação, do produtor ao exportador, pedem o cumprimento da Lei nº 9.433 (Lei das Águas), que criou a Política Nacional de Recursos Hídricos. Ela prevê "o uso múltiplo das águas", ou seja, por todos os setores: consumo humano e animal, irrigação, turismo e lazer, transporte e geração de energia. "É preciso haver equilíbrio. Hoje o governo prioriza a energia em detrimento ao transporte. Outras alternativas [para geração de eletricidade] devem ser pensadas."  A Hidrovia Tietê-Paraná transporta produção de grãos de cinco Estados, possui 2.400 km de extensão, conecta os cinco maiores Estados produtores de grãos. A safra é levada por comboios descendo das zonas produtoras, principalmente Mato Grosso e Goiás, até Pederneiras (SP). De lá, segue de trem até o porto de Santos. Em 2013, foram transportados 6,1 milhões de toneladas de cargas como milho, soja, óleo e madeira. Segundo o DH (Departamento Hidroviário), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Logística e Transportes, a restrição na navegação ocorre em razão da crise do setor energético. O diretor do DH, Casemiro Tércio dos Reis de Carvalho, disse que o Estado já propôs à União mudança no sistema para que a navegação flua. "Tivemos uma seca parecida em 2001. De lá para cá o setor elétrico teve tempo de sobra para investir." Saiba mais sobre o planejamento da Bacia dos Rio Tietê-Paraná interligadas pelo Canal de Pereira Barreto e o transporte de cargas pela Hidrovia. 



Agropecuária
Safra crescente fortalece avanço da agroindústria. Alta da produção de soja e algodão e custo mais baixo de matéria-prima atraem investimentos ao Mato Grosso. No rastro do maior produtor de soja, milho e algodão do país floresce em Mato Grosso uma agroindústria que tem o desafio de agregar valor ao que brota dos campos para continuar a crescer. A montagem do parque agroindustrial no Estado é recente, mas já fincou bandeira em mais da metade das 141 cidades de Mato Grosso. O principal entrave em agregar valor à produção está na China - destino de 73% da soja exportada na última safra -, que prefere o grão "in natura" ao processado industrialmente. O outro é a logística. "As estradas são ruins. É um grande problema levar o grão das fazendas aos armazéns." No Centro-Oeste, o desafio é sofisticar produto e driblar gargalo da logística. Conheça no Infográfico o raio-x da região Centro-Oeste.


Economia, capacitação e política
No Editorial da Folha "Fim da fantasia" a triste realidade de como está indo mal o nosso Brasil: "Estagnação econômica solapa algumas das últimas ilusões da administração Dilma Rousseff e governo se apega a discurso do progresso social". Avalie você mesmo lendo a análise inteira!



Voluntariado
A semana foi bem cheia, além das aulas e pesquisas, recebemos Técnicos do ITESP, a TV Tem para entrevistas, fomos ao campo verificar as condições das microbacias hidrográficas e participamos de eventos de entidades. No dia 27 de junho de 2014 empossamos José Marcondes Vaz dos Santos no Cargo de Presidente da ARBLS Arquitetos da Pirâmide No. 1972 e tivemos o precioso auxílio de Sérgio Azevedo, Joaquim Xavier Negrão e Carlos Goto e somos gratos pela colaboração e dedicação.

Amigos Negrão, Goto e Sérgio, que nos auxiliaram esta semana.

Um dos principais feitos meus pela comunidade de Ilha Solteira foi ter aceito o convite do então Presidente do LIONS José Nelson Venâncio Alves para organizar a fundação do LEO Clube de Ilha Solteira. Desafio aceito, missão cumprida e depois de oito meses com jovens já servindo à comunidade desinteressadamente e ainda na informalidade, mas já usando a camiseta azul, era fundado o LEO Clube de Ilha Solteira. Conheça os Sócios-Fundadores, a Primeira Diretoria e a Comissão de Fundação e em seguida mais oito jovens seriam empossados. Quando o LEO completou 10 anos criamos um álbum especial comemorativo e nele já aparecia a minha filha Júlia, ainda pequena e com a camisa dos Escoteiros, participando das atividades na companhia do pai.
Para a nossa alegria, Júlia cresceu se tornou uma Companheira LEO sendo empossada em 19 de junho de 2011. A semente plantada pelo LIONS vingou, deu frutos e em 28 de junho de 2014 foi fundado o LEO Clube Júnior de Ilha Solteira e agora crianças a partir dos sete anos podem já participar de atividades voluntárias e também servirem desinteressadamente, sendo orientadas pelos jovens Companheiros do LEO Clube, que por sua vez recebem o apoio e aconselhamentos do LIONS Clube.


Para nossa satisfação, pudemos participar da fundação do LEO Clube Júnior de Ilha Solteira e presenciar nossa fila Ana Clara, de apenas onze anos, sendo empossada como sua primeira Presidente. Na mesma cerimônia foi empossada também a Diretoria 2014-2015 do LEO Clube que agora tem como Presidente Jean Ferrari Gomes, que da mesma maneira, seu pai Antonio Gomes, lá do Oriente Eterno deve estar muito satisfeito com o desenvolvimento e envolvimento do seu filho. Antonio sempre colaborou com o LEO, LIONS e demais entidades de nossa cidade e foi um ótimo amigo

 Diretoria do LEO Clube 2014-2015.

 Presidente do LEO Clube de Ilha Solteira Jean Ferrari Gomes.

Companheiros LEO Júnior de Ilha Solteira empossados em 28 de junho de 2014.

Juramento da Presidente do LEO Clube Júnior de Ilha Solteira Ana Clara Cubo Hernandez. É legal ver tão jovem assim já se comprometendo com algo bom.

Parabéns LIONS Clube de Ilha Solteira, LEO Clube, LIONS Clube Cibernético e agora LEO Clube Júnior. Vocês com o seus trabalhos dedicados e desinteressados ajudam, e muito, a fazer da nossa Ilha Solteira, uma cidade ainda melhor! Tenho orgulho de ter sido um dos Companheiros Leão de nossa cidade!

Entretenimento e exercícios

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