E as chuvas abençoadas vieram

Ilustração de camisetas em uma das campanhas realizadas pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira.

Pod Irrigar - Emfim as chuvas chegaram ao noroeste paulista
Foram sessenta dias sem chuvas no noroeste paulista e finalmente a chuva chegou. Eram esperados na região apenas 9 mm para julho e chegou 81 mm e assim temos em 2014, um total de 702 mm ou 59% do esperado no ano inteiro, se aproximando da média histórica de 748 mm (63% das chuvas anuais).


Em Ilha Solteira, que possui registros desde 1967, eram esperados 18 mm, o ano mais chuvoso foi em 2007, quando choveu 44 milímetros e nesta longa série, em seis anos nada choveu em julho, mas até o momento recebemos abençoados 91 milímetros e assim totalizando em 2014, 764 milímetros, passando dos 749 mm históricos esperados e com isso já temos 60% do esperado para o ano.


Este período de seca se antecipou este ano quando registramos a maior das crises por água. No ano passado, começamos a contar o período prolongado sem chuva ao final de junho em todo o noroeste paulista e este ano abrimos contagem ainda em maio e o resultado vocês certamente já ouviram falar, leram  ou assistiram: baixa oferta de água afetando o abastecimento de cidades, a geração de energia e os irrigantes, que investiram em sistemas de irrigação, exatamente para terem a segurança de produzirem livres da instabilidade das chuvas.

Reservatório da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira no Rio Paraná, na chamada Praia Marina.

A boa notícia é que historicamente eram esperados apenas 9 milímetros em julho, já temos em média até oito vezes mais este volume, mas precisamos de muita chuva, algo como mais que 1000 milímetros para recompor nossos reservatórios.
A chuva que começou na noite de quarta-feira foi daquela que o solo agradece, de baixa intensidade não ultrapassando até agora os 20 mm/hora, o que significa que toda a água vai infiltrar ao invés de escorrer. Mas nem sempre é assim, chuvas intensas são frequentes, e já há algum tempo insistimos na comunicação e conscientização de que precisamos segurar a água na bacia hidrográfica, ou seja, a água precisa infiltrar ao invés de escorrer e assim sairá pelas nascentes tranquilamente, formando os córregos e alimentando os rios e garantindo água de qualidade e em quantidade para todos os usos, inclusive na estação seca.


Mas o trabalho é gigante, nossas nascentes estão desprotegidas, nossos córregos assoreados e degradados, nossas APPs precisam ser vegetadas, nossos solos em especial no noroeste paulista precisam de conservação através dos terraços e curvas de nível e somente recursos financeiros não são suficientes. É preciso trabalhos integrados de conscientização, constituição de projetos consistentes de monitoramento hidroagrícola e recuperação de nascentes, córregos e APP, boa vontade e ação. Bons exemplos existem e podem e devem ser copiados e melhorados através da adaptação a realidade de cada bacia hidrográfica. O projeto "Produtor de Água" defendido pela ANA e desenvolvido com êxito em Extrema - MG é um deles! Este foi o tema do Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores.

Consequências
As chuvas mesmo acima da média esperada ainda não resolve o problema da baixa oferta de água dos nossos reservatórios e grandes rios. Mas traz descanso para os equipamentos de  irrigação que quanto ainda em condições de funcionamento, operavam com desempenho fora do projetado, aplicando água com uniformidade abaixo do desejado e agora com a chuva uniforme, a baixa intensidade, não ultrapassando  os 20 mm/hora em nenhum momento, significa que toda a água infiltrou ao invés de escorrer, e isso é água para a zona radicular, uma boa notícia para a agricultura. Porém o volume ainda não é suficiente para o enchimento dos lagos das hidrelétricas, os quais não vão sofrer alteração de nível. 
Os córregos maiores que são afluentes dos rios Tietê, Paraná e Grande principalmente apresentaram alteração de vazão mas não devem apresentar mudança no cenário até agora registrados pois são dependentes dos lagos das hidrelétricas, já os córregos menores formadores de microbacias estes tiveram alteração sensível de vazão, mas as chuvas não são suficientes para manter suas vazões. 
Na sexta-feira, a Usina de Ilha Solteira turbinou 2.705 m/s e estava chegando (vazão afluente) 7.963 m/s, o nível do lago no rio Paraná estava em 321,80 metros (juzante em 280,53 metros) o que ainda representa -21,18% da sua capacidade. No rio Tietê o nível do lago da Usina Três Irmãos estava em 322,30 metros (juzante em 279,68 metros) e -12,38% da capacidade do lago. O canal de Pereira Barreto vertia do Rio Tietê para o Paraná a vazão de 248 m3/s à uma velocidade de 0,89 m/s.
Mas todos vibramos com as chuvas, que trará uma trégua especialmente aos irrigantes. Para a regiao foi o melhor que poderia se esperar para este momento. A chuva começou na quarta-feira por volta das 19 horas, mansa, infiltrando tudo no solo e iniciando a recarga do lençol e levou o solo para a capacidade de campo ou na linguagem popular "encheu o tanque"  na zona radicular, o que signifinica uniformizar a distribuição de água no solo que estava afetada pela alteração do desempenho dos sistemas de irrigação, garantindo o suprimento hídrico para a maior produtividade e mantendo desligados os sistemas de irrigação, o que é ótimo pois cessa a retirada de água dos mananciais. Ótimo também porque a água não escorreu e assim não causou mais erosão.




Esta situação de estiagem inflacionou preços de alimentos no interior de SP, pois afetou vários Estados. A seca na represa de Três Marias castigou moradores e prejudicou negócios, atrasou plantio de grãos, dizimou peixes, castigou o turismo e ameaça suspender a operação da usina em setembro. No Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha, a seca que dizima o gado expulsa as famílias do campo. Período crítico chegou mais cedo e lavouras da região já têm perdas de até 70%. E com o volume de água muito abaixo do normal na bacia do São Francisco, meio de transporte não pode ser usado e causa desabastecimento.

O sistema de plantio direto em áreas irrigadas na agricultura auxilia na diminuição da perda de água no solo, por evaporação, e nas plantas, por transpiração. A prática, conforme o presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp), Alfonso Sleutjes, pode reduzir o consumo de água em mais de 30% na irrigação.


Água e luz para manter a grama sempre verde


Apesar de muito difundido na Europa, o serviço é raro no Brasil. Até porque é mais recomendado para estádios construídos em formato de arena, que começaram a ser construídos agora no país por conta da Copa. Nesses locais, a cobertura montada em boa parte do local ajuda a sombrear bastante o campo e diminuir os focos de luz vindo do sol. Sem essa luminosidade, o tratamento de áreas castigadas do gramado e a germinação ficam prejudicadas. É para tapar essa lucuna que entram três máquinas importadas da Holanda. Uma grande, a MU360, que cobre 360 m² e possui 60 lâmpadas de 1000 watts, e duas menores, MU50, de 50 m² e 12 lâmpadas da mesma potência. Elas fazem a função do sol dando a luminosidade, não o calor, como muitas pessoas poderiam achar. Saiba mais sore a tecnologia adotada pelo Corinthians! E acompanhe em detalhe a construção da Arena Corinthians!


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