Aula SETE: seminários e prova e mais um projeto finalizado


Pod Irrigar - E a irregularidade das chuvas continua em janeiro
Recebemos de um agricultor tradicional uma foto acompanhada do seguinte texto: "Enchendo a carreta de amendoim. É Professor Tangerino, janeiro sempre foi mês de perder amendoim com muita chuva!!! Isso quando eu era menino novo! Agora é mês bom de colher! Os tempos mudaram!"

Fotos cedidas pelo produtor Carlos Missiagia.

Na sequência envia outra foto com os seguintes dizeres: "Mas em outra fazenda em José Bonifácio, olha a situação com a seca!". A distância em linha reta entre as duas fotos, portanto, entre as duas áreas de produção são 106 km apenas.
O que está acontecendo! O produtor de alimentos em uma fazenda apostou e plantou nas primeiras chuvas, enquanto que na outra esperou um pouco mais. Colherá produtividades diferentes, mas colhendo em janeiro está tendo produtividades semelhantes ao produtor irrigado. Resumindo: será um bom negócio ter plantado amendoim nas primeiras chuvas!
Repete-se o que vem acontecendo já há algum tempo e tem sido tema dos nossos comentários e análises, que a dispersão das chuvas, no tempo, no espaço e na intensidade.
No tempo, chove hoje e não chove amanhã e assim, não é mantida a regularidade de entrada de água no solo e recomposição da umidade e dos nossos reservatórios, ou barragens!
No espaço, chove aqui, mas nada chove ali. Ilha Solteira e a parte noroeste de Pereira Barreto na quinta-feira registravam em pleno janeiro, 22 dias sem chuvas. Em Pereira Barreto, mas no lado leste do município, estava com 15 dias sem chuvas e distante 9 km, mas já em Sud Mennucci, eram apenas 3 dias sem chuvas e ainda Populina está há apenas 2 dias sem chuvas. No geral, neste ano, o noroeste paulista tem variação no total de chuvas em pleno janeiro entre 3,3 mm e 118 mm.


A variação na intensidade também é grande. Com o predomínio de chuvas convectivas, quando chegam, muitas vezes deixam como resultado transtornos como alagamentos, inundações e erosões. No dia 15 de janeiro no início da noite ventos fortes acompanhados de chuvas intensas e muitos raios trouxeram muitos transtornos na região, mas o saldo de água foi pouco, 16 mm em Ilha Solteira e alguns lugares, quase nada de água.

Chuva no noroeste paulista em 15 de janeiro de 2015.

 
Chuva e raios em Ilha Solteira na noite de 15 de janeiro de 2015.

 Ventos fortes atingiram o noroeste paulista em 15 de janeiro de 2015. As árvores das fotos estavam em Ilha Solteira.
 

Ainda, com taxas de evapotranspiração, que é a transferência de água para a atmosfera, chegando a 6,4 mm/dia, a situação preocupa muito em diferentes setores da economia.
Aos produtores de alimentos, investimentos em sistemas de irrigação passam a ser cada vez mais necessários, bem como os investimentos na conservação do solo e no armazenamento da água, através de barramentos.

Pivô central irrigando milho em Sud Mennucci em 14 de janeiro de 2015. Foto cedida pelo Engenheiro Agrônomo Danilo B. Fávaro.

Nenhuma gota pode ser desperdiçada em tempos como estes que vivemos. E aí em relação a água, vem a pergunta: vai esperar acabar para economizar ou reservar? Pensem nisso! Este foi o tema do Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores

Seminários e prova
Na semana que passou tivemos os primeiros seminários da disciplina de Irrigação e Drenagem com os seguintes temas: "Água: vai esperar acabar para economizar?", "Comitês das Bacias Hidrográficas: caracterização e sua importância", "Outorga do direito do uso da água" e "Reservação de água: vantagens e limitações".
Já no período da tarde aconteceu a primeira prova do semestre, totalmente conceitual visando avaliar a compreensão dos alunos nas aulas e o empenho nos estudos em material didático complementar.

Primeira Prova de Irrigação e Drenagem na UNESP Ilha Solteira, com "lembrete" na lousa.

Próxima aula
Pela manhã vamos ao Cinturão Verde de Ilha Solteira. Abordaremos planejamento dos recursos hídricos considerando a microbacia como unidade de gestão, a qualidade e disponibilidade da água para irrigação. As aulas são sempre no mesmo lugar e com isso, a partir do registro fotográfico é possível verificar as transformações que o manancial passa a cada semestre, "sentindo" os efeitos das chuvas sobre o córrego e o seu entorno. Acima, verifica-se que a calha está se aprofundando. Discutiremos os problemas decorrentes da ausência de conservação do solo, erosão assoreamento e como isso afeta a qualidade da água que pode ser classificada por fatores físicos, químicos e biológicos. As aulas dos semestres anteriores podem ser visualizadas a partir do canal "Atividades Acadêmicas" do Canal da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira. Videos destas aulas podem ser vistos no Canal da AHI no YouTube. Esperamos que os alunos aprendam e se motivem ainda mais.
A recomendação é participarem da água com "roupa de ralo" como dizem os Escoteiros, ou seja, botina, roupa velha e protetor solar são altamente recomendados.

Projeto da Microbacia do Córrego Boa Vista em Votuporanga foi finalizado
Nesta terça-feira, dia 13 de janeiro de 2015 finalizamos com a entrega ao Secretário de Planejamento de Votuporanga - Arquiteto Jorge Seba - e sua equipe, o Projeto de Recuperação da Microbacia do Córrego Boa Vista. O projeto prevê a intervenção em três trechos do córrego, revertendo a enorme voçoroca que toma conta do local atualmente.


Para este trabalho montamos uma equipe multidisciplinar formada pelos Engenheiros Agrônomos Fernando Braz Tangerino Hernandez e José Mauro de Lima Pedroso, pelo Engenheiro Civil Milton Dall´Agrio Sobrinho, pelo Engenheiro Florestal José Orlando Mastrocola Lopes, pelo Biólogo Renato Alberto Momesso Franco e pelo Desenhista José Aldir Pereira e contemplaram os estudos hidrológicos, ambiental e de macrodrenagem para adequação do leito em canal aberto, recomposição florestal no entorno e harmonização do ambiente e ainda a estabilização de leito e revegetação das margens de cursos d’água urbanos.


As alternativas estudadas para suportar vazões de até 127,1 m3/s são compatíveis com as novas tendências para a drenagem urbana, que buscam projetos mais sustentáveis, como as seguintes vantagens: preserva a sinuosidade e aspecto natural do leito, não diminui o percurso e não acelera o escoamento, entrada gradual em serviço (leito maior e leito menor, preservação do patrimônio paisagístico com valorização dos vales, tratamento integrado do fundo de vale e não uma simples tubulação e custos menores de implantação.
Em contrapartida, a solução requer maior cuidado na implantação, devido à necessidade de obter velocidades compatíveis e acompanhar a sinuosidade natural, resultando em projetos mais complexos. A implantação da obra requer também maior cuidado com a implantação dos revestimentos naturais, que não devem entrar em serviço antes de completa consolidação e, finalmente, resulta em canais com maior necessidade de manutenção em relação aos com revestimentos artificiais.



A solução apresentada harmoniza o uso de gabiões, grama e recomposição florestal com a formação de bosque arbóreo às margens do leito e ficamos muito satisfeitos com a oportunidade e com o resultado final, pois conseguimos impor um conceito de recuperação de mananciais degradados em que as principais características são a manutenção do córrego - defendendo-o das vazões intensas -, recomposição florestal nas duas margens, possibilidade de implantação de dispositivos de lazer e ainda harmonizando com o ambiente peri-urbano na área de intervenção.

Visita ao LHI
Quem nos deu a honra da visita esta semana foi Engenheiro Agrônomo Adriano da Silva Lopes e Professor de Irrigação e Drenagem na UEMS - Aquidauana e que foi nosso Orientado de Iniciação Científica e Bolsista da FAPESP por quase três anos, trabalhando no projeto Efeitos do Manejo da Irrigação na Cultura da Pupunha no Noroeste Paulista, que teve financiamento da FAPESP e Prodetab - Embrapa.

Disponibilidade de água

Lei nº 15.648 de 14 de janeiro de 2015 - Programa de Regularização Ambiental - PRA
O Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin sancionou no dia 14 de janeiro de 2015 a Lei nº 15.648 que regulamenta o Programa de Regularização Ambiental - PRA - em todo o Estado. Houveram vetos em sete artigos. Para a consultora jurídica ambiental, Samanta Pineda, alguns vetos retiram do Estado a oportunidade de detalhamento das disposições da lei federal, pois dela não discordavam mas diferiam no nível e profundidade de informação. "O balanço, no entanto, é positivo uma vez que a nova lei estadual trará mais clareza na forma de cumprimento da lei federal", concluiu a consultora. Ainda de acordo com a consultora, a nova lei tem vários pontos importantes. Entre eles, a possibilidade de início da recuperação de aproximadamente 1,6 milhão de hectares de vegetação em São Paulo e a segurança jurídica de produtores no procedimento de regularização ambiental de suas áreas. Conheça os artigos vetados no Programa Ambiental!

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