Recursos hídricos, armazenamento de grãos, logística de transporte e mais
"Na crise de 2001 (racionamento), as geradoras ajudaram em obras emergenciais, como 'esticar' canos para pegar água em lugares mais distantes à medida que os lagos das usinas estavam mais vazios. Hoje, a situação é mais delicada porque essas empresas não têm caixa." (Marcos Freitas, na Folha de São Paulo, em 10 de fevereiro de 2015).
Pod Irrigar - Crise hídrica, uso e reservação da água
Estamos diante da maior crise hídrica já enfrentada no Brasil, com reflexos em todos os setores econômicos, a partir dos problemas ligados especialmente na produção de energia, de alimentos e suprimentos de água para a população.
Com chuvas escassas ou abaixo do esperado em muitas regiões brasileiras e ainda com um sistema de armazenagem ou reservação de água que muitos supunham adequados - e que agora se mostrou frágil - temos de fato uma situação que se configura de insegurança hídrica e o uso da água por diferentes setores econômicos passa a ser conflitivo em algumas regiões e assim, discussões sobre a priorização imediata do uso da água e ações de médio e longo prazo são fundamentais para se chegar à segurança hídrica, base para o desenvolvimento sócio-econômico e o bem estar da população.
Um dos setores afetados economicamente é o sucroalcooleiro, que enfrenta há alguns anos uma crise que tem origem em problemas estruturais e conjunturais. Entre os conjunturais, está a perda de produtividade média das safras, grande parte devido ao déficit hídrico resultante da instabilidade das chuvas e elevadas taxas de evapotranspiração, o que levou à inviabilização econômica de muitas usinas, gerando não somente preocupação ao setor, como também ao desemprego em muitas cidades brasileiras.
Neste cenário, o uso de sistemas de irrigação é um dos caminhos para a elevação das produtividades médias dos canaviais, mas que exige novos investimentos em setor que passa por crise financeira, ao mesmo tempo em que a oferta de água em superfície e energia se mostra em situação crítica.
Acreditamos que os profissionais de diferentes áreas ligados ao setor sucroalcooleiro, assim, como os demais setores ligados a produção de alimentos devem iniciar debates sobre os diferentes aspectos que envolvam o uso da água e efluentes para a irrigação sob as condições climáticas atuais e históricas.
No caso específico da cana, os debates devem conter estratégias para a execução de pesquisa aplicada em irrigação da cultura e estratégias de comunicação de modo a aumentar o alcance do conhecimento técnico já acumulado e ainda informar a população em geral importância sócio-econômica deste setor.
Mas não se enganem, o aumento da produtividade da cana é fundamental para a produção de açúcar e energia (álcool e elétrica, produzida pelo bagaço) e o uso da irrigação é uma imprescindível ferramenta para fugir da vulnerabilidade imposta pela falta das chuvas e estes debates técnicos consistentes - sem paixões ou ideologias - devem apontar os caminhos para se sair ou mitigar as diferentes crises que afetam o desenvolvimento sócio-econômico de todas as regiões, quais sejam, a produtividade de um setor estratégico como a cana, a instabilidade climática e a segurança hídrica para geração de energia, para a população e para a produção de alimentos. Esse foi o tema que desenvolvemos esta semana no Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores.
Recursos hídricos: água para beber, produzir alimentos e para gerar energia
Temos trabalhado com muita insistência na capacitação dos nossos alunos no entendimento dos diferentes fatores ligados aos recursos hídricos, o que inclui em ferramentas computacionais e o entendimento dos elementos do clima. Água que chega pela chuva, que infiltra e que é armazenada, que corre pelos talvegues, a sua qualidade e os seus diferentes usos exigem planejamento de curto, médio e longo prazo e ainda a elaboração de planos de contingenciamento. A notícia de que a Sabesp encontrou nova reserva de água no Cantareira e que pode representar mais uma cota de volume morto no sistema somente poderá ter a sua extensão dimensionada após estudos topográficos que exigirão trabalhos em campo e em ferramentas computacionais, mas não deixa de ser uma evidência de que estudos anteriores menosprezaram as cotas de fundo, ou seja, não deram a importância para o volume morto estabelecido após a instalação das captações de água.
Para Marcos Freitas, ex-Superintendente da Aneel, Governo criou confusão no setor durante a renovação das concessões que gerou desequilíbrios financeiros, deixando a Eletrobras "mal das pernas", "depauperou as geradoras" e reduziu sua capacidade de investimento - inclusive em obras conjuntas para mitigar problemas de abastecimento de água.
Carlos Heitor Cony nos ensina em "Ad petendam pluvium". Vale a leitura! E o UOL criou um link exclusivo para a divulgação das últimas notícias sobre a crise hídrica. E Alckmin cria Comitê de Crise Hídrica e propõe a divulgação de informações sobre a falta de água e o debate de propostas.
Safra - Exportações - Agronegócio
Mauro Zafalon informa que o agronegócio exporta mais, mas recebe menos, pois os preços médios dos produtos exportados pelo agronegócio continuam caindo, mas o desempenho das exportações deste mês, em volume, surpreende e é melhor do que o de há um ano. Um dos destaques é o milho, cujas exportações estão bastante aceleradas. Em média, as vendas externas deste bimestre somam 130 mil toneladas por dia útil, 40% acima do que ocorreu nos primeiros dois meses de 2014. O café, que vem obtendo bom desempenho nos últimos meses, mantém aceleração média nas vendas. Mas, por ser fevereiro um mês curto para as exportações, o volume ficará abaixo do de janeiro, quando as vendas totais somaram 3 milhões de sacas, segundo dados do Cecafé. Mesmo com a queda de 51% nos preços médios do produto no período, as receitas atingem US$ 91 milhões por dia, 128% mais do que as de fevereiro de 2014, segundo a Secex. O setor de silvicultura exportou produtos no valor de US$ 7,4 bilhões no ano passado, 1% mais do que em 2013 e as importações foram de US$ 1,8 bilhão, 4% menos. A Fibria, com fábrica em Três Lagoas e líder mundial em celulose de eucalipto, produziu 5,3 milhões de toneladas e exportou 4,8 milhões e foi responsável por 45% do volume total de celulose de eucalipto exportado pelo Brasil em 2014.
Soja supera minério de ferro e lidera exportações do país em 2014: Pela primeira vez desde 2009, a soja superou o minério e liderou as exportações da balança comercial. Enquanto o complexo soja (grãos, farelo é óleo bruto) obteve US$ 31,3 bilhões em 2014, as exportações de minério de ferro renderam US$ 25,8 bilhões no período. Mesmo com a liderança da soja, o agronegócio não conseguiu impedir o primeiro deficit comercial desde 2000. Se açúcar em bruto e milho não tivessem exportado US$ 4,2 bilhões a menos em 2014, o país teria evitado o deficit, que foi de US$ 3,9 bilhões. O grande desempenho da balança foi o café em grão, que rendeu US$ 6 bilhões para o país, um valor financeiro 30% superior ao de 2013. Mais sobre as carnes e açucar...
"A agricultura brasileira e a China" é o artigo de Marcos Caramuru que profecia "... Queiramos ou não, o mercado chinês é essencial para a sobrevivência de nossas contas externas." Vale a leitura inteira.
Zafalon também informa que o Brasil "perde" US$ 54 bi ao não industrializar soja exportada em 2014: Ano novo, recomeço de governo e muitos planos. Até agora, boa parte do que foi dito pelos novos ministros soou como música para o agronegócio. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, promete baixar custos e elevar as exportações, principalmente as de maior valor agregado. Quer, ainda, um acerto entre as alíquotas interestaduais do ICMS, o que seria um alívio para as indústrias do setor. Kátia Abreu, da Agricultura, promete a busca de novos mercados e a colocação de mais produtos nos atuais. Armando Monteiro (Desenvolvimento) tem a agregação de valor no DNA, já que vem da CNI (Confederação Nacional da Indústria). As exportações totais do Brasil somaram US$ 242 bilhões no ano passado. Desse valor, US$ 31,4 bilhões vieram do complexo soja.
Infra estrutura - Logística
Ricardo Amorim discute quais regiões mais crescem no Brasil. É o agronegócio novamente fazendo a diferença!
Empresas exportadoras de grãos tentam restringir fusão na logística e o acordo ALL-Rumo é questionado por tradings, pois nova empresa terá 45% da capacidade de embarque em Santos. Responsáveis por ao menos 15% das exportações brasileiras, as tradings de grãos tentam impor restrições à fusão entre ALL e Rumo (empresa de logística do grupo Cosan) e os setores de celulose e combustíveis também temem perdas. E o Canal da Cana também dá destaque à esta fusão.
Segurança alimentar
Economia
Economista Ricardo Amorim prevê, em palestra, crescimento do mercado imobiliário na região Norte do Brasil. Adivinhem por que?
Vinicius Torres Freire em "Confiança baixa vai derrubar PIB ainda mais" afirma que "...Desânimo misturado a medo diz mais sobre os dias que virão do que sobre o atual estado da economia do país...".
Carreira - Para quem já está na hora de procurar emprego
Exame dá a dica de como não sair da entrevista de emprego sem fazer perguntas essenciais. Estão relacionada com a empresa, com a vaga, com o gestor e com a equipe.
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