XXV CONIRD: Oportunidades em agricultura irrigada e desenvolvimento sócio-econômico

"O clima de pessimismo que ronda nosso país precisa ser exorcizado. E depressa. Ele é extremamente danoso para o clima geral, e, mais especificamente, para o ambiente de negócios e de trabalho. É hora de superarmos essa situação. Aprendi com meu amigo e filósofo Mário Sérgio Cortella que ter esperança não é esperar. É esperançar! A diferença fundamental é que quem espera tem uma atitude passiva. Pensa, mas não age. Fala, mas não se mexe. E esperançar está associado a fazer. Fazer sua parte. Cada um de nós precisa melhorar naquilo que está executando. Um pouco que seja. A tal melhora gradual e constante que garante um progresso sensível ao final!" (Luiz Carlos Cabrera, Você S/A, Edição 201, março, 2015, p.94.)

Pod Irrigar - Análise das chuvas no noroeste paulista
Depois de um janeiro de menores volumes de chuva no noroeste paulista, fevereiro e março contaram com volumes expressivos, acima da média histórica para a região noroeste paulista, marcada pela presença dos grandes lagos das usinas hidrelétricas, foi o que registro a Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista, operada pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira.
Em janeiro de 2015, dos esperados 216 milímetros, em média, chegaram apenas 118 mm, ou 55% do esperado e em Ilha Solteira, apenas 34% do volume de chuvas esperado foi registrado, se configurando no janeiro mais seco desde 1992.

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Já o mês de fevereiro, eram esperados no noroeste paulista 162 mm e um volume de 210 mm foi registrado, mesmo 29% acima do previsto, no acumulado não foi suficiente para dar cobrir a baixa quantidade registrada nas chuvas de janeiro, fechando ainda com 87% do esperado, mesmo tendo chovido acima da média em todas as oito estações operadas pela UNESP Ilha Solteira. Em fevereiro, foi em Pereira Barreto (Estação São Adélia) onde menos choveu.

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Depois de um mês de janeiro sem chuvas, em que os irrigantes foram obrigados a ligarem seus equipamentos de irrigação, em fevereiro puderam contam com a água das chuvas.

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E o mês de março se foi, e com ele o verão e o que se espera é a diminuição do volume de chuvas. Dos 171 mm históricos em março, para abril, são esperados 78 milímetros e a expectativa é de que seja também um mês de chuvas acima da média, como o foi o mês de março, quando na região choveu 26% acima do esperado, com 216 mm e com isso igualando no acumulado dos três primeiros mês com o esperado para região, com o registro de um total de 544 mm, mas alguns municípios registraram chuvas abaixo do esperado, como por exemplo, Ilha Solteira, Pereira Barreto, Itapura e Marinópolis.

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Chuvas de grande intensidade, com ventos fortes foram registradas nos dias 30 e 31 de março em boa parte do Noroeste Paulista. De acordo com a Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira, que monitora o clima da região, o destaque foi no município de Paranapuã com 102,4 milímetros de precipitação chegando em alguns momentos a chuva a cair com intensidade de 180 milímetros por hora, após as 20 horas. O município de Populina, mesmo próximo de Paranapuã, registrou uma precipitação de 35 milímetros, fazendo com que estes municípios fechassem o mês de março com 354 mm e 259 mm de chuva, respectivamente, 36% e 45% acima do esperado.
Chuvas intensas sempre preocupam, pois muitas das estruturas, tanto no campo, como nas cidades, não estão preparadas para receber um volume tão grande de água em tão pouco tempo. No campo, erosão é a consequência destas chuvas, levando ao assoreamento dos córregos e rios e nas cidades, inundações tornam-se frequentes.



Estrada que liga a cidade de Paranapuã a Populina em 31 de março de 2015, após as chuvas intensas.

Com chuvas médias acima do esperado, a dispersão das chuvas e seu volume, no tempo, no espaço e na intensidade foi mais uma vez uma realidade nestes dois últimos dois dias de março. Mesmo com ao final de março com volumes médios acumulados de chuva iguais ao esperado, não foi possível recompor o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas da região noroeste paulista, que operam com nove metros abaixo do nível máximo. Este tema foi abordado pelo Professor Fernando Tangerino na última edição do Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada - em que afirma que "este nível de água é considerado muito baixo para alguns setores da economia - como a agricultura irrigada e a aquicultura -, pois impõe limitações técnicas para a captação de água - o chamado NPSHdisponível - somente superadas com novos investimentos no sistema de sucção, que provavelmente ficarão obsoletos se amanhã conseguirmos recompor o nível dos nossos reservatórios e temos uma situação comprovadamente crítica de oferta de água para os diferentes setores econômicos e devemos olhar para frente e iniciar ações agora para que a água da chuva seja melhor aproveitada e por mais tempo: conservação do solo, recuperação de mananciais degradados, construção de barragens de terra, usar água com inteligência - sem desperdício - e um forte trabalho de treinamento, conscientização e convencimento são absolutamente necessários.
Os dados climáticos da região noroeste paulista são coletados e atualizados a cada cinco minutos a partir do Canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira em http://clima.feis.unesp.br e qualquer Internauta pode ter acesso e acompanhar as variações do tempo sua região. Esse foi o tema que desenvolvemos esta semana no Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores

Falecimento
O Prof. Dr. Nilson Augusto Villa Nova nos deixou em definitivo em 06 de abril de 2015, aos 82 anos. Fez sua carreira na ESALQ-USP, onde "palpitou" em quase todas as áreas do conhecimento, tendo sido um dos Baluartes da Agrometeorologia Brasileira. Nilsão, mesmo aposentado desde 1989, atuou como colaborador Sênior do Depto. de Engenharia de Biossistemas (LEB) e Bolsista de Produtividade de Pesquisa pelo CNPq. Em 2008 recebeu o Prêmio Fundação Bunge, na área de Agrometeorologia, na categoria Vida e Obra.


Nasceu em São Paulo, em 1933, era casado com a senhora Roselis Jose Schiavon e deixa quatro filhos: Nilson, Marcos, André e Victor, além de quatro netos. Era Engenheiro Agrônomo, pós-graduado em Meteorologia Agrícola e Doutor em Agronomia pela USP (Universidade de São Paulo).
Quem teve o privilégio de desfrutar seus ensinamentos, sabe e valoriza este profissional! Grande Mestre, nos ensinou, muito! Inclusive sobre a dificuldade em se equilibrar na gangorra da profissão e vida pessoal! Merece descansar em Paz! Obrigado! Simples assim, como o era!

Treinamento - CATI
Estamos em Bragança Paulista ministrando treinamento na CATI, capacitando extensionistas das Casas da Agricultura em técnicas de irrigação e uso racional da água. A capacitação com o tema "ATUALIZAÇÃO EM SISTEMAS E MANEJO DA IRRIGAÇÃO" que acontece de 7 a 9 de abril de 2015. Com uma carga horária de 24 horas, na sistemática adotada, neste primeiro dia foi abordado os fundamentos envolvidos com a agricultura irrigada e uso da água. No dia 8 estão previstas duas visitas à irrigantes com diferentes sistemas de irrigação para avaliação do uso da água na propriedade, enquanto que no dia 9 de abril, será dedicado à interpretação dos levantamentos feitos em campo.


Este é o primeiro curso promovido pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e tem o objetivo de preparar os técnicos do órgão sobre como avaliar as propriedades do agricultor quanto ao tipo de irrigação que está sendo aplicada. “A nossa preocupação é a de poder capacitar o nosso técnico para que ele possa avaliar como o produtor rural vem aplicando a sua irrigação, principalmente em tempos de crise hídrica, quando a necessidade de se trabalhar de forma eficiente e com economia de água é fundamental para evitar maiores transtornos ao próprio produtor rural”, explica José Carlos Rossetti, coordenador da CATI. A programação será voltada a temas ligados à atualização em sistemas e manejo da irrigação e vai abordar questões como a identificação e caracterização da propriedade, caracterização dos sistemas de irrigação e turno de rega, caracterização da captação da água e do conjunto motobomba, identificação e qualificação de vazamentos, avaliação da vazão e pressão dos emissores no campo, lâmina líquida, bruta e média de irrigação, uniformidade de distribuição de água e eficiência. Os Instrutores responsáveis pelo curso são o Engenheiro Agrônomo e Professor Titular em Irrigação e Drenagem da Universidade Estadual Paulista (UNESP Ilha Solteira), Fernando Braz Tangerino Hernandez e o Engenheiro Agrônomo da CATI Regional Botucatu, Júlio Cesar Thoaldo Romeiro.

XXV CONIRD - de 8 a 13 de novembro de 2015
Totalmente remodelado está o sítio da ABID - Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem que abriga as notícias do XXV CONIRD - Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem que acontecerá de 8 a 13 de novembro em Aracajú - SE.


A data limite para submissão de trabalhos ao XXV CONIRD é 31/05/2015. As normas para envio de trabalhos e as datas importantes estão disponíveis. O e-mail utilizado para enviar trabalhos é: trabalhos.conird2015@gmail.com
Na programação de visitas técnicas pretende-se discutir a questão da oferta e uso da água aliada à uma programação que mostra a convivência da agricultura irrigada com a belezas naturais oferecidas pela natureza complementada pela obras de infra estrutura no rio São Francisco, que recebe em suas águas os congressistas. Você vai aproveitar mais esta esta oportunidade para se aperfeiçoar tecnicamente, certo? Confira: http://www.abid.org.br

Cana
Na Revista RPANews, o balanço da crise da cana feito pela RPA Consultoria que contabiliza até março o seguinte saldo de usinas canavieiras do Brasil atingidas: 11,6% em Recuperação Judicial, 9,5% paradas, 2,5% falidas e 1,4% tendo sido vendidas como UPI (Unidade Produtora Isolada).

Uma das opções para a alavancar a produtividade dos canaviais é o uso de sistemas de irrigação que garantem o armazenamento de água no solo para o desenvolvimento das plantas. O 20º Encontro do GIFC - Grupo de Irrigação e Fertirrigação em Cana será realizado no dia 16 de abril de 2015, na Usina Cerradinho Bio, em Chapadão do Céu, Goiás. Com o tema "Manejo de Canaviais Irrigados", o encontro promoverá palestras de especialistas do setor sobre ambientes de produção, nutrição entre outros temas, e de representantes da usina, que falaram sobre cana de alta produtividade e fertirrigação, além de visita às áreas irrigadas da Cerradinho. Confira a programação! Para mais informações e inscrições, acesse o site www.gifc.agr.br ou entre em contato pelo telefone: (16) 3602-0900/ 3610-0444, com Carolina Gil.

A cana ajuda a renascer nascentes: a agricultura passa a ter um papel fundamental nesse cenário de escassez hídrica, por isso, é necessário estabelecer programas rigorosos de gestão ambiental e de recursos hídricos. Porém, o mais importante é que o agricultor já sabe que uma propriedade rural só tem valor se tiver uma boa água e a forma de garantir isso é com a recuperação da mata ciliar ou com a regularização ambiental dela. Saiba mais...

Conheça a edição especial (número 19) da revista CanaOnline sobre "A cana e a água".

Agricultura irrigada e Agronegócio
Irrigação muda a produção de leite no noroeste do Rio Grande do Sul. A Farm Show - feira agropecuária de Primavera do Leste (MT) terá início neste dia 7 de março de 2015 e terá palestra sobre governança pública no primeiro dia. Mesa redonda sobre infraestrutura e logística encerra o evento no dia 10. A irrigação através de pivô central é outra atividade em franco desenvolvimento no município, hoje a região conta com aproximadamente 30 mil hectares irrigados. Durante a feira, o destaque será para um novo software que monitora toda a automatização do sistema de irrigação, com a praticidade de ser acionado através de celular ou computador. Conta, também, com a instalação de uma estação meteorológica que indica o nível de água a ser dispersada, com base no clima da região.

Falta d'água altera rotina e produção nos perímetros irrigados do Ceará e pela primeira vez, áreas de plantio irrigado sofrem com a falta d'água. Para manter produção, produtores utilizam técnicas de racionamento.

A história de Goiás está ligada à tradição de acolher migrantes. Foi de São Paulo que saíram os bandeirantes que desbravaram todo o Centro-Oeste e instalaram lá as primeiras vilas e estradas. Nos anos 60 e 70, como resultado das políticas de expansão da fronteira agrícola e de integração nacional, levas de migrantes de todo o Brasil se estabeleceram no estado. Ainda hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Goiânia é, ao lado de Brasília, a cidade com maior saldo migratório do país. Isso quer dizer que mais pessoas vão viver nesses municípios do que se mudar deles. Nos últimos anos, em especial, tem crescido a proporção de profissionais qualificados que fazem esse movimento. Com isso, o agronegócio atrai executivos para Goiás. saiba mais...

Deputado propõe construção de reservatório em Área de Preservação Permanente. Autor do projeto avalia que legislação é pouco clara e quer mudança no artigo do Código Florestal que traz a definição de APP.

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