Aula SEIS onde irrigar e as consequências da oscilação do nível dos reservatórios


Aulas - Onde irrigar e a influência da variação do nível de água no sistema de bombeamento
A crise por água afetou em 2014 os irrigantes posicionados em grandes reservatórios que tiveram que mudar suas captações de água devido à problemas de NPSH disponível nas instalações que passaram que ser menores que o exigido levando a cavitação de bombas ou no limite, à inoperância. A geração de energia foi seriamente afetada e a oferta teve que ser feita pelas termoelétricas e pelo mercado livre levando à um aumento do preço da energia para o consumidor. O artigo "Oferta de água deixa irrigantes em situação crítica no noroeste paulista" e a reportagem - com video - "Seca traz reflexos para agricultura irrigada e piscicultura no interior de SP" de julho de 2014 já traziam a análise da situação que se agravou ao longo dos meses. 
E assim, nas aulas passadas discutimos em detalhes que, em áreas que serão irrigadas posicionadas ao longo de reservatórios de acumulação (vimos também que em reservatórios de usinas hidrelétricas a fio d´água, não há problemas para a captação da água), a escolha da cota onde será instalada a válvula de pé e o crivo não deve ser mais uma decisão do projetista. O futuro irrigante deve definir e assumir o risco que deseja correr, e portanto qual o impacto no investimento e custeio do seu sistema de irrigação. Usamos como exemplo os lagos de Ilha Solteira (rio Paraná) e de Três Irmãos (rio Tietê) que tem nível máximo na cota 328 metros, volume morto para a Hidrovia em 323 metros, volume morto para a geração de energia em 314 metros e registrou em 05 de março de 2015 a cota mínima de 318,73 metros. Nestas condições, a variação do nível de captação de água afeta diretamente o NPSH disponível, que é uma característica local, da instalação, que depende da pressão atmosférica, da perda de carga na tubulação de sucção, da diferença de nível entre o nível da água e o eixo da bomba e ainda da pressão de vapor da água. Bombeamento em série com bombas submersas, canal de chamada de água, reservatórios intermediários, são algumas das opções, cuja decisão deve seguir critérios econômicos confrontando investimentos versus custeio.


Em São Paulo a crise pela água vai além e ganhou a primeira página da FSP com a manchete "Alckmin rebate Cabral e diz que água em disputa é dos paulistas. Tucano sobe tom contra governador fluminense e diz que o rio Jaguari pertence ao Vale do Paraíba. Projeto de Alckmin para transpor água de represa do Paraíba do Sul ao sistema Cantareira foi criticado." E em 25/03/2014 o Editorial da FSP "Represar as palavras" destaca que "Abastecimento de água, um bem escasso, é problema nacional que requer solução técnica e planejamento; disputa retórica é inútil" e Vladimir Safatle assina o artigo "Sem água" em que começa lembrando que "há várias maneiras de você dar a impressão de resolver um problema. Uma delas é deixando de nomeá-lo." Conheça o Sistema Cantareira em video feito pelo Google Earth e em texto descrito. Por outro lado, cresce o senso de que devemos aumentar a área ocupada com a agricultura irrigada como forma de garantir a produção de alimentos e se adaptar às mudanças climáticas. Enquanto isso, Órgãos federais tentam evitar que disputas cheguem à Justiça, ao mesmo tempo em que São Paulo e Rio de Janeiro elevam o tom na maior disputa por água de que se tem notícia no país, órgãos federais tentam apaziguar os ânimos e evitar que o conflito chegue aos tribunais. O temor é que uma radicalização do embate encoraja outros Estados a também recorrer à Justiça para resolver disputas hídricas com vizinhos. "Nosso papel é estimular um debate técnico e evitar a politização", diz à BBC Brasil Rodrigo Flecha, superintendente de regulação da Agência Nacional de Águas (ANA) (no Terra). Mas é fato também que esta maior crise hídrica de São Paulo expõe lentidão do governo e a fragilidade do sistema de abastecimento de água das grandes cidades

Pod Irrigar
Depois das participações como convidados do [Pod Irrigar] - o Pod Cast da Agricultura Irrigada de Devanir Garcia (Coordenador de projetos da ANA aponta os impactos da agricultura e drenagem na economia dos recursos hídricos) e de Helvécio Mattana Saturnino (Presidente da ABID destaca a relevância do CONIRD dentro da agricultura irrigada no Brasil), chegou a vez de Antonio de Pádua Nacif fazer a sua avaliação das atividades em que esteve envolvido no XXV CONIRD, que aconteceu em Aracaju. São somente três minutos, mas acreditem, de muita informação. Vamos saber mais sobre culturas tidas como "alternativas", mas de alta rentabilidade e que pode se apresentar como ótimas oportunidades?
O [Pod Irrigar] - o Pod Cast da Agricultura Irrigada (http://podcast.unesp.br/podirrigar) é uma parceria entre a ACI - UNESP e a Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira que oferece mais sete canais de comunicação baseados na Internet como oportunidades para engrandecimento técnico, capacitação e atualização em temas ligados à agricultura irrigada. Visite-nos!


GIS - Irrigação - Agricultura irrigada




Combinando pesquisa, ensino e extensão
Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira desenvolve trabalhos que unem a base de equipamentos e infraestrutura preparada para a pesquisa, com atividades de ensino e de extensão, que permite a otimização de recursos, formação de profissionais mais qualificados e ainda fornece a base referencial para o uso eficiente da água e o desenvolvimento de diferentes projetos que dependem ou são influenciados pelas condições climáticas. A Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista composta por oito estações agrometeorológicas automáticas instaladas entre as margens direita do rio Tietê e a esquerda do rio Grande foi implantada como a base necessária para a realização de pesquisas que combinam sensoriamento remoto (ou imagens de satélite) com dados obtidos por estações agrometeorológicas para estimar a evapotranspiração - a perda de água para a atmosfera - em escala regional, até então inexistente na região.

No entanto, os dados coletados pelas estações agrometeorológicas não ficam restritos a pesquisadores e são disponibilizados de forma livre e gratuita no canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira em http://clima.feis.unesp.br a qualquer interessado. Dados livres, significa que o acesso aos dados pode ser feito diretamente pelo Internauta sem que haja a necessidade de contactar previamente alguém da UNESP e gratuito porque não paga pelos dados coletados e disponibilizados. Assim, alunos e pesquisadores podem ampliar suas pesquisas que dependem de informações climáticas e ainda em aulas, podem realizar exemplos com informações reais da região noroeste paulista, onde estamos inseridos. São disponibilizadas dados tanto em tempo real, como a base histórica, permite uma infinidade de aplicações, cada dia mais relevante face às mudanças climáticas e eventos extremos cada vez mais frequentes. E agora já estamos falando de outro componente do trabalho, que é o de extensão universitária. A infraestrutura permite que a UNESP receba a visita de alunos do ensino fundamental, médio e superior, que são instruídos de como os elementos do clima interferem no dia a dia e ainda, ao divulgar a evapotranspiração a intervalo de uma hora, permite que irrigantes tenham a possibilidade de realizar a aplicação de água pelos sistemas de irrigação de forma controlada, de modo a suprir apenas o que foi perdida para a atmosfera. Isso feito ele tem economia de água e de energia e ainda maiores lucros.

Canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira é dividido em três núcleos básicos de busca e acesso: (A) é possível definir a estação agrometeorológica e acompanhar em gráficos e tabelas tudo o que acontece na região de interesse; (B) é permitido ao Internauta acessar toda a base histórica e ainda fazer comparações entre as variáveis climáticas e ainda cálculos no banco de dados obtendo valores extremos e ainda o (C) acesso aos produtos oferecidos, que são gráficos e mapas de acompanhamento em tempo real de todas as estações e as principais variáveis climáticas, tais como temperatura, umidade do ar, velocidade e direção do vento, chuva, evapotranspiração, pressão atmosférica e radiação global e líquida. E assim, as possibilidade de uso dos dados são imensas.

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