Segurança hídrica exige capacidade técnica, decisão baseada em resultados duradouros e investimentos

"A origem da crise que o Brasil vive atualmente não tem uma causa simples. De forma ampla, é a falência de um modelo de política econômica que prevaleceu a partir de 2008 e que é a mãe de todos esses males. A crise nas contas públicas tem a ver com corrupção, com o capitalismo de compadrio, que prefiro chamar de capitalismo de quadrilha. É como se as autoridades quisessem confrontar cada pressuposto de boa política econômica. Parecem estar tentando nos convencer, o tempo todo, que o capitalismo não funciona. Obviamente, isso fracassou." Gustavo Franco, ex-Presidente do banco Central (1997-1998) e sócio da Rio Bravo Investimentos na Época, 26 de outubro de 2015, n. 907, p.68-70.

Pod Irrigar - Segurança hídrica exige capacitação técnica, decisão política e investimentos
Esta semana tanto o excesso de água, como a seca, que podemos resumir como insegurança hídrica, esteve no centro dos diferentes canais de comunicação. Primeiro na TV e aí vou até o jornal "Estado de Minas" e as cenas são fortes, com muito sacrifício humano e material e ficamos sabendo que em Belo Horizonte choveu 57 milímetros no intervalo de duas horas. Um especialista alerta que o volume de chuva representa quase a metade (46%) da média histórica de outubro, que é de 123 mm, sendo a chuva considerada forte e, concentrada da forma como foi, em curto intervalo de tempo, causa estragos em centros urbanos (A, Imagens aéreas). Pois bem, há muita informação e muito a ser interpretado nesta frase ou acontecimento. Falamos de volume e intensidade de chuva, que podem trazer consequências muito distintas. Também ficamos sabendo de valores porque medimos e medições sistemáticas, ou monitoramento das condições agrometeorológicas de uma região, são a base para o planejamento adequado da infraestrutura mitigadora de condições adversas.


Também nos informam que as termelétricas atingem o limite e há risco de escassez energética no verão, se as chuvas não vierem em grande volume, pois, há dois dias de novembro, o armazenamento dos reservatórios do Nordeste está em 9% da sua capacidade, do Sudeste e Centro-Oeste em 28%, Norte em 25% e apenas na região Sul existe abundância de água com 96%.


Usamos o exemplo de Belo Horizonte, porque Minas Gerais é um Estado chave para a "produção" de água, que pode seguir em direção ao Nordeste através do rio São Francisco (Usina de Três Marias volta a ter volume em situação preocupante e Sobradinho reduz a vazão) ou ter o destino o rio Paraná onde encontrará as 1a. e 3a. maiores Usinas Hidrelétricas do país e ao mesmo tempo em que esta água poderá passar por situações de uso conflitivo entre as diferentes atividades econômicas. 


Tudo isso para lembrar a todos que nas cidades impermeabilizamos o solo e potencializamos os efeitos da chuva intensa, enquanto que no campo, infiltramos e armazenamos água no solo para que possamos trazer a segurança hídrica tão desejada para o bem estar e desenvolvimento sócio-econômico das populações. E para dimensionarmos estruturas adequadas é fundamental capacidade técnica para avaliar alternativas e apresentar argumentos consistentes para que haja convencimento dos que decidem da real necessidade dos investimentos - em diferentes níveis - e que devemos fazê-los com resultados duradouros! Enquanto isso... as nascentes secam e o rio São Francisco agoniza e a Usina de Sobradinho apresenta o menor nível de armazenamento sua história. Conviver com os extremos e desenvolver ações mitigadoras que atendem demandas de médio e longo prazo é cada vez mais uma questão de sobrevivência! Como cada um atuará, além de rezar pelas chuvas? Esse foi o tema que desenvolvemos esta semana no Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores. 

Em Goiás, investimentos em barragens de terra garantem água para os irrigantes manterem suas atividades econômicas. Planejamento em médio e longo prazo é uma necessidade e o imediatismo mostra com grande frequência a sua fragilidade.

Recursos hídricos - Bacia hidrográfica - Gestão
Aos alunos de Recursos Hídricos sugerimos a leitura do artigo "O conceito de bacia hidrográfica e a importância da caracterização morfométrica para o entendimento da dinâmica ambiental local", interessante para conhecer em detalhes os elementos que compõe uma bacia hidrográfica. Sobre a gestão dos recursos hídricos, outro artigo interessante é "O processo de criação e consolidação dos comitês de bacias hidrográficas para gestão dos recursos hídricos" e a Dissertação "A trajetória do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Mogi Guaçu e suas contribuições para a gestão dos recursos hídricos". Um pouco mais perto de nós, dos trabalhos executados pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira destacamos "Ocorrência de macrófitas  aquáticas no córrego do Boi" e "Avaliação química da água do córrego do Boi para fins de irrigação".

Nas próximas aulas aprenderemos a delimitar uma bacia hidrográfica e determinar os elementos que a caracterizam. Faremos isso com o software Ilwis, gratuito, sugerimos que venham para aula com notebook e com o software instalado. Ele está disponível para download a partir da aba Downloads do Canal da Irrigação da UNESP Ilha Solteira. Também há tutorial do ILWIS na aba Atividades Acadêmicas.

Economia - Entrevista
Gustavo Franco, ex-Presidente do Banco Central (1997-1998) e sócio da Rio Bravo Investimentos concede entrevista à Época onde aborda com grande realismo a real crise pela qual o Brasil passa atualmente. Vale a pena a leitura!

SEMINÁRIOS - RECURSOS HÍDRICOS
Grupos de trabalho para os Seminários devem ser formados com até 3 elementos, tendo como Coordenador os alunos abaixo ASSINADOS. Todos os seminários devem ser acompanhados de monografias que devem ser entregues no momento da apresentação, que acontecerá em 08 de dezembro de 2015, não havendo limitação no número de páginas, ficando todos a vontade para aproveitar o trabalho para estudar o tema a fundo.

As apresentações, devem sempre durar aproximadamente 15 minutos. A nota da apresentação é feita em função da média de três critérios: APRESENTAÇÃO, MÍDIA e CONTEÚDO. Os temas a serem abordados nos seminários serão:
1 - Recursos hídricos e a sua gestão: uso, armazenamento e qualidade da água no Vale do Rio São Francisco
2 - Recursos hídricos e a sua gestão: uso, armazenamento e qualidade da água no Sistema Cantareira
3. Recursos hídricos e a sua gestão: uso, armazenamento e qualidade da água na Bacia do Rio Paraná
4. Recursos hídricos e a sua gestão: uso, armazenamento e qualidade da água na Bacia do Rio Paraíba do Sul
5. Recursos hídricos e a sua gestão: uso, armazenamento e qualidade da água na California
6. Recursos hídricos e a sua gestão: uso, armazenamento e qualidade da água no Estado de Nebraska.

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