Aula Seis - Irrigando com pivô central

"O pensamento positivo pode vir naturalmente para alguns, mas também pode ser aprendido e cultivado, mude seus pensamentos e você mudará seu mundo." - Norman Vincent Peale

Pod Irrigar - Crise hídrica e as consequências para a agricultura irrigada
Nas duas últimas edições do [Pod Irrigar] - o Pod cast da Agricultura Irrigada - contamos com convidados. Em 20/04/2016, Presidente da Mexichem Brasil - Mauricio Harger - esclarece a relevância do IrrigaShow 2016 na Flórida, enquanto que acreditamos que todo trabalho de destaque merece reconhecimento e recompensa. E muitas vezes quando desejamos realizar um evento ou um trabalho, acreditamos que podemos fazer tudo sozinho e nos esquecemos que há profissionais especializados para cada atividade e assim, podemos dividir tarefas para obter sinergia entre os diferentes "atores" ou stakehorders de um processo. A Amanco reconhece seus parceiros de destaque a cada ano e promove, como prêmio, uma viagem técnica à um país em que a irrigação faz a diferença. Este ano foi na Florida, Estados Unidos e fomos convidados a acompanhar o grupo de profissionais que se destacou em vendas e contribuíram para aumentar a nossa área irrigada, distribuindo oportunidades e riqueza. Neste tour técnico com empresários de todo o Brasil contamos com os trabalhos de Luciana Carmo, especialista em administração de empresas e gestora da WE Viagens de Incentivo, que fez um trabalho excepcional, agregando muito valor a viagem e assim, a convidamos para a edição desta semana do [Pod Irriga] - o Podcast da Agricultura Irrigada - para destacar a relevância em reunir profissionais de diferentes regiões em uma viagem técnica internacional. Confira, inserido dentro de um contexto da irrigação e agricultura irrigada, as palavras de Luciana são ensinamentos para todas as áreas de atuação profissional! Menos de três minutos, mas com muita informação!

Aulas
Nas nossas aulas da semana que passou continuamos a discussão sobre onde a irrigação se faz necessária, desde a interpretação do balanço hídrico, que dirá se a irrigação é absolutamente necessária ou apenas uma segurança da produção. Discutimos o balanço hídrico exemplificando o noroeste paulista, regiões como Goiás, regiões semi-áridas, como o nordeste e ainda regiões áridas pelo mundo e mostramos as diferenças entre a captação de água na propriedade ("on farm") e sistemas coletivos de irrigação, chamados de Perímetros ou Distritos de Irrigação, como o São João em Tocantins. Aprendemos a diferença entre irrigação "on farm", onde apenas critérios econômicos são levados em conta e quando pensamos em desenvolvimento regional com o uso da água, onde critérios econômicos se associam à estudos de solos, disponibilidade de mão de obra, clima, análise de mercado regional, rede de escoamento da produção (rede aero, ferro, rodoviário e também pluvial e marítima da região) e que critérios sociais também são levados em consideração. Soubemos que a maior obra do Brasil atualmente é a transposição do Rio São Francisco, que se faz sobre uma grande controvérsia técnica, ambiental e financeira e frequentemente está na mídia, infelizmente muito mais pelos seus feitos negativos do que pelos positivos que pode representar (12infográfico). "A esperança para que o tempo se faça bonito - 19 de março é dia de renovar a esperança de que o ano não será de mais seca. A espera de muitos dos que dependem da chuva para as sementes brotarem é de enxada na mão, na confiança de que a água não tardará" é uma matéria ilustrativa de quem realmente precisa de água. Sob pivô central, os principais Estados que se utilizam desta tecnologia são Minas Gerais, Goiás, Bahia e São Paulo. 


Demos alguns exemplos e outros dois exemplos simples do uso do balanço hídrico para gestão ambiental: Marinópolis e Palmas no TocantinsO Baixo Acaraú no Ceará é um ótimo exemplo de Perímetro ou Distrito de Irrigação, conheça-oVeja a visita que fizemos a convite do Instituto Inovagri e também assista o vídeo com o depoimento do produtor "Doca"


Tratamos também dos métodos e sistemas de irrigação, ainda que já passamos por todos os métodos, o destaque até o momento está para a aspersão com o pivô central, carretel enrolador e aspersão convencional. Os sistemas de irrigação por aspersão foram visualizados e explicados, com ênfase no pivô central, com a possibilidade de aprender mais, através da visualização em campo.


Há diferentes emissores no mercado e alguns deles podem ser melhor conferidos através dos seus catálogos, que inclui os emissores para irrigação localizada (as principais empresas, os conceitos hidráulicos de cada tipo de emissor), conheceram os conceitos do sistema, alta frequência, baixa vazão e pressão, além de como as propriedades físico-hídricas do solo interferem na escolha ou manejo de cada sistema de irrigação.
O pivô central foi construído primeiramente em 1948. Seu inventor, Frank L. Zybach, submeteu o invento para ser analisado e finalmente foi patenteado em 1952, no Colorado - Estados Unidos. O pivô girava acionado por mecanismos de pistões movidos hidraulicamente pela água. O inventor produziu unidades até 1954, quando vendeu os direitos de fabricação para empresa americana Valley. O sucesso da agricultura irrigada começa com um bom e adequado projeto de irrigação, mas é necessário efetuar manutenção em um equipamento tipo pivô central, composto de inúmeros mecanismos mecânicos e elétricos, seja preventiva ou corretiva. Atualmente no Brasil os principais fabricantes são: AsperbrásBauerFockinkIrrigabrásKrebsLindsay - ZimmaticRomeiraValmont - Valley. Para evitar problemas futuros e percalços que podem comprometer a esperada produtividade da safra recomenda-se a cada 2 anos verificar a vazão do conjunto moto-bomba, dos aspersores, pressão dos aspersores e a uniformidade de distribuição de água no sistema. Muitas fazendas contam com pivôs centrais, mais ainda é raro no Brasil com o sistema de "corner", ou seja, irrigam toda a área quadrada (12). 


Há uma grande diversidade de emissores no mercado, desde aspersores de impactos até os emissores mais modernos do mercado para a distribuição uniforme da água sobre o solo. Sobre pivô central veja mais no video institucional da Lindsay (12), leia também um pouco de história em "Making Circles into Squares" e "Corner system addition for a center pivot irrigation system". Em 2013 visitamos a região de produção de grãos em Minnesota onde muitas fazendas contam com pivôs centrais, a maior parte deles com o sistema de "corner", ou seja, irrigam toda a área quadrada (12) . Este sistema ainda é raro no Brasil, o investimento é muito alto ainda se comparado ao preço da terra. Lá em Minnesota muitos dos equipamentos são bastante antigos, mas ainda funcionam bem, pois há uma boa manutenção e a mecanização é total, é raro ver pessoas no campo. Há uma grande diversidade de emissores, desde aspersores de impactos até os emissores mais modernos do mercado para a distribuição uniforme da água sobre o solo.

Pivô central equipado com sistema "corner" e aproveitamento de toda área até a estrada. A grama tem a função de proteger a área de drenagem. 

Com a neve nos Estados Unidos, é possível apenas um plantio de grãos por ano e assim mesmo, os equipamentos de irrigação são utilizados em parte do ciclo, como logo após o plantio, o solo tem alta umidade e assim, os pivôs não são ligados, mas são essenciais para garantir altas produtividades e os fazendeiros investem em irrigação. Em várias regiões brasileiras, o déficit hídrico é maior que seis meses e ainda assim, a maioria dos produtores preferem arriscar com a sorte e esperar a chuva, ao invés de investir em sistemas de irrigação e trabalhar com segurança em 2,5 safras por ano.

Esta é a "esquina dos pivôs", com vários equipamentos.


Pivôs muito antigos usados em Minnesota, ainda usando aspersores de impacto. A manutenção frequente garante vida longa ao equipamento.

Mas com um déficit hídrico crescente, seja sazonal, ou por veranicos, há um aumento do interesse pelos sistemas de irrigação, como pode ser verificado a cada semana, com exemplos do bom uso em todos os Estados brasileiros e assim, é muito comum a dúvida sobre qual seria o melhor sistema de irrigação. A resposta não é tão simples, pois não existe um melhor sistema de irrigação e sim aquele que melhor se adapta às condições de solo, topografia, clima, cultura a ser irrigada e ainda disponibilidade financeira e para avaliar e escolher o melhor sistema de irrigação o interessado deve procurar um Engenheiro Agrônomo ou Agrícola que saberá reunir as informações técnicas necessárias para a melhor decisão. A UNESP Ilha Solteira em seus canais de comunicação oferece informações que pode ajudar na tomada de decisão sobre agricultura irrigada oferecendo conteúdo sobre como produzir alimentos com o uso da irrigação. Também no Pod Irrigar, que é o Pod Cast da agricultura irrigada, semanalmente há novas dicas de como melhor entender os processos envolvidos em agricultura irrigada.

Área de drenagem totalmente protegida, produção com pivô central com sistema "corner" para aproveitamento total da área e ainda o escoamento da produção direto na estrada asfaltada.

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