Aula DEZ - Recursos hídricos e sua qualidade e o manejo da irrigação

Aula de Hidrometria e Qualidade da água em 30 der maio de 2016 na UNESP Ilha Solteira.

Pod Irrigar - Como começar o manejo racional da água na irrigação
A EMBRAPA investe também no ensino a distância com 594 alunos participando do IRRIGAWeb e hoje participamos das gravações sobre o tema "Água na Agricultura e Agricultura Irrigada: um serviço estratégico para um tema estratégico” com colegas discutindo a agrometeorologia e geotecnologias na espacialização e otimização dos recursos hídricos na agricultura irrigada, com coordenação técnica do Dr. Reinaldo Lúcio Gomide.


É fato de que os técnicos e gerentes de recursos hídricos estão hoje diante de diversos desafios, tais como a competição entre os diferentes usuários da água, mudanças climáticas, alterações de uso da terra, poluição, erosão e sedimentação. Todos estes fatores afetam e estão relacionados com os recursos naturais solos, vegetação e água. A política dos recursos hídricos tem que ser baseada em estratégias para o manejo integrado da água, o qual requer fortemente um conhecimento das condições climáticas, físicas (solos/vegetação) e hídricas das bacias hidrográficas e assim discutimos estes temas e ao final respondemos perguntas vindas de todo Brasil.


À nós da UNESP Ilha Solteira coube fazer a apresentação da experiência e resultados de pesquisa, aliada ao ensino e extensão alicerçada na Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista e no Canal CLIMA da UNESP de Ilha Solteira, de modo a estabelecer e definir estratégias de manejo adequado de irrigação de algumas culturas anuais e perenes, com base em parâmetros agrometeorológicos de superfície e também alguns relacionados ao contínuo solo-planta-atmosfera, que afetam os recursos hídricos, as bacias hidrográficas e a demanda hídrica das culturas, fazendo uso de rede de plataformas automáticas de coleta de dados climáticos, de sensores, de alguns métodos para determinar a evapotranspiração de culturas.



E quanto ao manejo da irrigação, um das perguntas feitas foi "qual o primeiro passo para eu iniciar o manejo da água na agricultura?". Se você produtor de alimentos ainda não está convencido de que isso é importante, a dica é simplesmente anotar o volume de chuva que cai sobre a sua lavoura e o tempo de irrigação utilizado em cada dia. Ao final da safra, ao analisar os custos de energia associados estamos convictos que você já terá uma outra visão do seu negócio de produção de alimentos com o auxílio dos sistemas de irrigação. Pense nisso e boa colheita!

Aulas
Estivemos na Microbacia do Cinturão Verde de Ilha Solteira e abordamos planejamento dos recursos hídricos considerando a microbacia como unidade de gestão, a qualidade e disponibilidade da água para irrigação. As aulas são sempre no mesmo lugar e com isso, a partir do registro fotográfico é possível verificar as transformações que o manancial passa a cada semestre, "sentindo" os efeitos das chuvas sobre o córrego e o seu entorno. A erosão tem aumentado e a calha do córrego está se aprofundando e as condições para a realização da prática de hidrometria já não são as melhores, ou seja, deveríamos procurar um trecho mais uniforme para que a vazão seja determinada com mais representatividade. Por outro lado, a realização da prática no local expõe todas as dificuldades e erros que podem ocorrer em uma medição de vazão, que se bem entendidas pelos alunos se constituem em um grande aprendizado, incluindo a discussão sobre o reservatório escavado tomado de Egeria densa (Elodea - 1, 2, 3. 4, 5, 6), um dos maiores problemas ambientais que afeta a operação da Usina Hidrelétrica de Jupiá (e também reservatórios em vários países) e base para várias pesquisas sobre o seu controle e ainda o completo assoreamento da represa, este tomado de taboa (Typha sp, 1, 2, 3), considerada espécie problema e indicador de degradação ambiental, proveniente de erosão e assoreamento. Discutimos os problemas decorrentes da ausência de conservação do solo, erosão assoreamento e como isso afeta a qualidade da água que pode ser classificada por fatores físicos, químicos e biológicos. As aulas deste semestre e dos demais são registradas e ganham uma página especial na aba "Atividades Acadêmicas" do canal de conteúdo da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira.





 Em campo complementaremos a teoria - das condições globais dos recursos hídricos às condições locais - e lembramos uma ferramenta poderosa e gratuita que é o software ILWIS para delimitação de bacias hidrográficas, informação necessária para a obtenção da vazão regionalizada, como alternativa para a obtenção da área da bacia hidrográfica, e depois a realização da Outorga do Uso da Água. Já sabemos a diferença entre Q7,10, Q1,10 e Q95, mas usaremos sempre o SIGRH, que é um portal de acesso às bases de consultas, comunicações e conhecimento acumulado, voltado para a comunidade de gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Se o aluno desejar conhecer a fundo a teoria que envolve a regionalização de vazão a leitura pode ser feita na publicação "DAEE. Manual de cálculos das vazões máximas, médias e mínimas nas bacias hidrográficas do Estado de São Paulo. São Paulo, 1994, 64p." Em Ilustrações utilizadas em aulas, há alguns tutoriais sobre o ILWIS que será a base das aulas. Confira! Há também uma postagem específica neste Blog sobre a aplicação do software ILWIS na agricultura irrigada.





Molinete hidrométrico utilizado na aula prática.

Tanto a disponibilidade ou vazão, como a qualidade da água encontrada dependem de como tratamos o solo na bacia hidrográfica, que é a região delimitada por divisores de água, que são os pontos mais altos do terreno. Ausência de conservação do solo, que envolve, por exemplo, terraceamento, cobertura do solo, presença de matas ciliares, causa erosão e com as chuvas, resulta em assoreamento dos córregos e rios, e como isso afeta diretamente a qualidade da água que pode ser classificada em fatores físicos, químicos e biológicos e pode afetar o homem, a cultura de interesse ou os equipamentos de irrigação. Conforme o interesse pelo uso da água, cada elemento assume importância diferente. No caso da irrigação, os principais problemas decorrentes de uma água de má qualidade estão relacionados com a obstrução física de equipamentos, contaminação de alimentos e toxicidade iônica específica, popularmente chamada de “queima” das plantas.

Represa assoreada na microbacia do Cinturão Verde e totalmente tomada por Typha sp (tabôa).
Demos inicio aos projetos de irrigação por aspersão. Em aulas anteriores revisamos os conceitos envolvidos com o uso das equações de perda de carga e treinamos a Universal e a de Hazen-Williams. Como não há novidades a serem ensinadas, fizemos apenas uma abordagem geral e foi solicitado aos alunos que relembrem os conteúdos de Hidráulica Agrícola relativos à Golpe de Ariete, escolha de mobo-bomba e NPSH. Já em relação ao dimensionamento da linha lateral vimos - como critério de projeto - que devemos escolher um diâmetro cuja perda de carga não passe de 20% da pressão de serviço do emissor escolhido.

Que saber mais sobre projetos assistindo uma vídeo-aula sobre pré-requisitos básicos para projetos de irrigação!

Vento e chuva máximo
Dia 1 de junho de 2016 tivemos chuva, ventos de mais de 90 km/hora, granizo e muito estrago e apreensão na região e os detalhes podem ser conferidos no Canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira. Compilamos no video abaixo imagens recebidas deste dia, que impressionou a muitos.



Dicas de leituras - Downloads - FAO - Coeficiente de culturas - Evapotranspiração

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