Aula TREZE - Definir o mais o sistema de irrigação mais adequado é o primeiro passo para o maior sucesso do investimento


Pod Irrigar - O desafio da escolha do sistema de irrigação
Quando falamos ou pensamos em agricultura irrigada temos alguns desafios a enfrentar! O primeiro deles é o convencimento do produtor de alimentos de que sistemas de irrigação, não é custo, e sim, investimento, que vai fazer com que ele possa tirar da terra uma rentabilidade muito superior à que ele teria, se não tivesse um bom projeto.
Sendo mais claro e objetivo, a agricultura irrigada se expande mais, onde os sistemas de irrigação já fazem parte da paisagem de um município ou região, do que em regiões onde estes não são percebidos e assim, parece óbvio, mas na prática, não é uma tarefa fácil convencer um produtor a sair da dependência das chuvas para a condição da agricultura irrigada, que, com seus efeitos multiplicadores, impõe a toda uma região, oportunidades e benefícios sócio-econômicos.
Por outro lado, muitos irrigantes ainda não perceberam a vantagem em investir em sistemas de irrigação adequados a sua situação de solo, clima, topografia, culturas a serem irrigada, qualidade e disponibilidade de água, nível de automação e por fim, disponibilidade de caixa, e configurando, após se decidir por um método ou sistema de irrigação, um bom projeto de irrigação.
Mas se levando em consideração as condições listadas acima que define bem o sistema mais adequado, o que seria então um bom sistema de irrigação?
Um bom projeto de irrigação leva em consideração cinco pontos-chave!
Primeiro deve ser capaz de entregar as reais necessidades de evapotranspiração das culturas de interesse, com uniformidade adequada, ou seja, a variação de vazão ou de precipitação deve ser inferior a 10%. Atendida esta condição, o irrigante tirará ainda mais proveito da técnica da quimigação, altamente vantajosa para diminuição dos custos de produção e aumento das receitas. O sistema de irrigação deve ser bem montado, preferencialmente com bons materiais e por fim, uma análise econômica entre lâminas de projeto e diâmetros da tubulação devem buscar o equilíbrio entre os custos operacionais e os investimentos necessários na aquisição e montagem do projeto, à luz da tarifa de energia diferenciada vigente no país!


Não existe solução milagrosa, em projetos de irrigação estão embutidos conhecimentos e estes tem um valor que precisa ser incorporado ao investimento para o seu sucesso pleno do investimento!

Aulas - Irrigação localizada
Nas aulas passadas finalizamos o projeto de aspersão, conhecemos em detalhes os materiais e conexões utilizadas em irrigação localizada e os conceitos envolvidos na elaboração de um projeto de irrigação. A irrigação é o método artificial de aplicação da água na agricultura que tem a finalidade de suprir as necessidades hídricas da planta, em caráter total ou suplementar. Isto quer dizer que a irrigação viabiliza o cultivo de espécies de plantas em locais onde, sem sua aplicação, seria impossível suprir as plantas com água. Através do desenvolvimento tecnológico e da criação de diferentes métodos de irrigação e metodologias de manejo, a irrigação tornou-se sinônimo de eficiência de produção, modernidade e de garantia de qualidade aos produtos. Em aulas reforçamos o manejo da irrigação, onde conceitos como evapotranspiração de referência e da cultura, coeficiente de cultura, CAD, água disponível, reserva de água no solo, umidade crítica, velocidade de deslocamento, lâmina aplicada, entre outros, foram ensinados.

Conhecemos os sistemas de irrigação localizada, onde a microaspersão e o gotejamento são os emissores mais utilizados. Conhecemos os detalhes do método de irrigação localizada (A) e as características dos emissores em relação ao comportamento da vazão em relação a pressão e assim reconhecemos em função do regime de fluxo (turbulento ou laminar) como se comportará o expoente da pressão na equação característica. Também souberam que existe os emissores auto-compensantes, que tem a vazão regulada por uma membrana. Ronaldo Santos em um dos seus trabalhos fez a avaliação de emissores, incluindo o gotejamento em sub-superfície, utilizado em culturas como por exemplo, a cana de açúcar ou o algodão. Também citamos o trabalho de Maurício Konrad que compara os de sistemas de irrigação localizada sobre a produção e qualidade da acerola na região da Nova Alta Paulista. Um bom video mostra as etapas da implantação e operação de sistema de irrigação por gotejamento em sub-superfície. Confira!

Os critérios de projeto continuam os mesmos. A perda de carga deve ser de no máximo 20% da pressão de serviço, mas como na irrigação localizada há a linha lateral e a linha de derivação, a perda de carga deve ser dividida entre estas linhas e assim, 55% dos 20% da pressão de serviço deve ser perdido na linha lateral (11% da pressão de serviço) e outros 45% dos 20% devem ser o máximo na linha de derivação (9% da pressão de serviço), sem esquecer do ganho de ganhar pela diferença de nível. A perda de carga pode ser calculada por Hazen-Williams ou pela Equação Universal. A escolha do diâmetro da tubulação deve ser pelos critérios de dimensionamento de adutoras (linha principal) e da tubulação de sucção que devem ficar em torno de 2,0 e 1,0 m/s a velocidade do fluido, respectivamente, por razões econômicas (vimos os impactos do diâmetro da tubulação sobre os custos e investimentos anuais) e também por não proporcionar condições favoráveis ao impacto do Golpe de Ariete. Importante relembrar os ensinamentos da disciplina de Hidráulica em relação a perda de carga localizada e as questões ligadas à cavitação, onde o NPSHd deve ser sempre maior que o NPSHe, o primeiro uma característica do local e o outro uma característica do equipamento. Importante deste ponto do curso para frente é sempre trazer a apostila de Hidráulica com os coeficientes técnicos utilizados nas equações e em casa, relembrar a escolha do conjunto moto-bomba a partir de catálogos dos diferentes fabricantes. Um bom video mostra as etapas da implantação e operação de sistema de irrigação por gotejamento em sub-superfície. Confira!

Fizemos o lay-out, escolhemos o emissor, vimos o critério de perda de carga na linha lateral, também aprendemos a contornar as situações em que a escolha do emissor e da sua vazão resulta em perda de carga acima do limite permitido em critério de um bom projeto e as opções possíveis para que a perda de carga (Hf) na linha lateral seja menor que a permita e por fim chegamos a pressão no início da linha lateral. Fizemos as checagens da pressão no último emissor e os cálculos necessários para se conhecer a pressão em qualquer emissor, lembrando que neste caso, o cálculo da Hf deve ser feito trecho a trecho entre cada emissor porque a vazão vai se alterando, diminuindo a cada novo emissor ao longo da linha lateral.

Projeto de Extensão - Que tal saber mais sobre esta oportunidade?


Assista o vídeo sobre o que se espera e quais qualidades se pode desenvolver atuando no Projeto e os detalhes do Processo de Seleção! Curta também a Fan Page da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira.

Água para todos os fins
A água é a base de uma sociedade agrícola. Uma das primeiras coisas que os seres humanos tinham que fazer quando começavam a cultivar lavouras era encontrar maneiras de controlar o fluxo de água. A Mesopotâmia e o Egito antigos foram as primeiras culturas que desenvolveram métodos de irrigação. Um dos métodos eram os canais, mas quando não funcionavam, os egípcios precisavam inventar ferramentas para bombear água do Nilo e de outras fontes. Saiba mais sobre ferramentas do Egito Antigo para bombear a água para irrigação.

IrrigaWeb com inscrições abertas
As inscrições para o segundo semestre deste ano do IrrigaWeb já estão abertas. Todos os interessados em aperfeiçoar seus conhecimentos no uso e manejo da irrigação devem se inscrever em embrapa.br/ead até o dia 31 de julho. Nesta segunda edição de 2016 a capacitação será gratuita, pois terá o patrocínio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo Frederico Durães, Gerente Geral da Embrapa Produtos e Mercado e Coordenador Geral da capacitação, as fontes de água para irrigação por região hidrográfica, a engenharia da infraestrutura no ambiente irrigante e o dimensionamento dos sistemas de irrigação, aliados aos métodos de irrigação mais adequados para cada atividade agropecuária, podem ser gerenciados e demonstram o potencial e os riscos da irrigação. “O conhecimento aplicado nesta área faz toda a diferença entre irrigação e molhação”, afirma.

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