[Pod Irrigar] A irregularidade das chuvas exige cada vez mais conhecimento técnico e planejamento





[Pod Irrigar] Irregularidade das chuvas continua em janeiro - tradicional período chuvoso
Na edição anterior fizemos o balanço das chuvas do difícil e instável ano de 2016 no Noroeste Paulista. Chamamos a atenção que para o fato de que estas análises devem ser analisadas com muita cautela, com definição clara da escala - no tempo e no espaço - que atenda aos nossos interesses profissionais para que se tenha sustentabilidade do nosso negócio.

Lembramos que se olharmos para o ano inteiro de 2016, em média, registramos no Noroeste Paulista 1251 mm, o volume de chuva anual esperado, afinal, representa apenas 3% acima da média histórica para a região. Contudo, mostramos a grande variação no volume de chuvas nos diferentes municípios, variando entre 83% à 112% do esperado. Também tivemos verdadeiras anomalias dentro dos meses, como em média na região, o agosto, o mais chuvoso da história, com um volume 451% superior ao esperado, e em setembro e novembro, tivemos pouco mais de 54% do esperado, com consequências pesadas para a agropecuária.

Depois de um dezembro também muito irregular em chuvas, esta semana integrantes da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira foram ao campo para saber a situação neste início de janeiro que em média esperamos 203 mm e temos até o momento desde 29 mm e 84 mm entre os limites sul e norte do município de Pereira Barreto e ainda 136 mm em Populina.

Nas condições de sequeiro o que vimos foi uma grande irregularidade nos cultivos, com muitas pastagens que devido à falta das chuvas, não aproveitaram a radiação que chegou e assim, não cresceram, apontando para um cenário não animador, pois estamos saindo logo mais do verão e o sol caminha para o Hemisfério Norte. Também a soja, vimos que alguns produtores acertaram a data de plantio em relação às chuvas, enquanto outros, com plantio mais tardio há pouca altura e muitas falhas, o mesmo acontecendo com milho, muitos pendoados a baixa altura.

Já nas áreas irrigadas, o predomínio é da soja, mas deveria ser produzida sem o uso da irrigação, mas elevadas produtividades serão alcançadas com um custo maior de produção devido ao uso dos sistemas de irrigação. A dica é, fazer o manejo da irrigação, controlando dia a dia o estoque de água no solo e esticando no limite o armazenamento de água no solo pra tentar fugir da demanda daquele mês que se encerra, e se necessário, recompondo no mês seguinte o estoque de água no solo. Também, há uma diversidade grande de variedades e híbridos no mercado, conhecer suas características é fundamental e por fim, sistemas de irrigação não representam custos e sim, investimentos, e absolutamente necessários para ter sucesso na missão de produzir alimentos.

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