Pod Irrigar - Variabilidade das chuvas em janeiro continua e deve exceder o histórico
Chuva e sol convivem com frequência cada vez maior em um pequeno espaço de terra.
Pod Irrigar - Variabilidade das chuvas no tempo e no espaço exigem planejamento e estruturas de armazenamento de água e de irrigação
Semana passada falamos da variabilidade das chuvas no início de janeiro e que o comportamento dos diferentes cultivos realizados na região Noroeste Paulista refletiam esta diversidade, considerando também o volume de chuvas no mês de dezembro, que em parte da região ficou abaixo do esperado, como o caso por exemplo de Itapura, Pereira Barreto e Ilha Solteira. Ou seja, um cultivo de milho plantado no mesmo dia em municípios diferentes de uma mesma região tem expectativas diferentes de produtividades, ao passo que em um mesmo município, um mesmo híbrido de milho, plantado 30 dias após o outro, também tem expectativa de diferentes produtividades nesta região monitorada pela UNESP através da Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista, onde estão inseridos 60 municípios.
Passamos do meio do mês e a variabilidade das chuvas se mantém e tudo indica que teremos um janeiro com volume médio total de chuva superior aos 203 mm historicamente previstos para o Noroeste Paulista, pois em média, já registramos na região 184 mm, ou seja, 91% do previsto.
Contudo, o volume de chuva registrado varia entre 60% do previsto em Pereira Barreto e Ilha Solteira até 121%, como no caso de Populina, onde já choveu 284 mm.
A situação de Populina é emblemática, porque em apenas 3 dias foram registrados 162 mm, ou seja, 69% do esperado para o mês e 57% de toda a chuva registrada, com elevada intensidade das chuvas, que se não houver na propriedade uma boa infra estrutura de conservação do solo, resulta em erosão, assoreamento e diminuição de vazão média dos córregos e rios, especialmente no período seco.
Outro aspecto importante que precisa ser considerado, é que em todas regiões, o que inclui o Noroeste Paulista, há muitas represas que foram construídas há décadas e que não adequadamente utilizadas para fins econômicos e muitas delas se encontram em avançado estado de assoreamento e infestação de macrófitas, como principalmente a Typha - popularmente chamada de tabôa - e aguapé, que diminuem a sua capacidade de armazenamento de água.
Assim, é preciso pensar na melhor utilização da infra estrutura de armazenamento de água existente, com trabalhos de desassoreamento de represas e córregos, recomposição ciliar, como o exemplo de Minas Gerais, a construção de barragens de terra e terraços ou curvas de nível para que a água possa ficar mais tempo na bacia hidrográfica e ter a oportunidade de, infiltrando, recarregar ao máximo o lençol freático e aumentar a proporção do escoamento de base em relação ao escoamento superficial da água e dessa maneira proporcionar a segurança hídrica para os investimentos em sistemas de irrigação que garantem a uniformidade das elevadas produtividades de alimentos pelo adequado suprimento de água às plantas e a consequente geração de riquezas para toda a região.
Ahhh, e se chover bem! Sem problemas, mantemos os equipamentos desligados e guardamos a água para tempos depois!
Esse foi o tema que desenvolvemos na edição de 19 de janeiro de 2017 no Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada. Ouça também os anteriores.
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A Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista, operada pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira é composta de oito estações agrometeorológicas automáticas que fazem leituras a cada dez segundos e a cada cinco minutos disponibiliza os dados no Canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira, onde o Internauta tem acesso a toda a base histórica dos dados coletados, sendo útil tanto trabalhos de planejamento como de manejo de atividades hidro-agrícolas.Abaixo, dois exemplos de informação útil a partir da divulgação dos dados coletados. Giulia Peron faz a compilação e comparação das chuvas no Noroeste Paulista na primeira quinzena de janeiro ao longo dos últimos anos.
Fonte: Canal Clima da UNESP llha Solteira |
O quadro abaixo mostra que na média, o mês de janeiro de 2015 foi o menos chuvoso dos últimos 6 anos, e ainda observa-se que em Marinópolis e Populina, em 2014, tiveram o inicio de ano mais seco deste período.
Fazendo um comparativo histórico entre os dados de chuva dos últimos 6 anos, pode-se se observar na tabela abaixo que o ano de 2016 está sendo até o momento o mais chuvoso entre os anos analisados.
Outra aplicação é a realização do balanço hídrico histórico de uma região, onde se confronta as chuvas com a evapotranspiração histórica e assim, se verifica qual o risco ou o esperado déficit ou excesso de água em cada novo mês, como abaixo no trabalho de Josué Ferreira da Silva Júnior.
Balanço hídrico histórico de municípios do Noroeste Paulista. Fonte: Canal Clima da UNESP Ilha Solteira.
Recuperando áreas degradadas e APPs
Acontecerá entre 6 e 10 de março de 2017, o "Workshop de recuperação de áreas florestais degradadas" tem como objetivo fundamentar em conhecimento científico e em experiências práticas, ações de recuperação e reflorestamento de áreas degradadas, Contará com a participação de especialistas experientes e é uma iniciativa da Biosfera Júnior - Consultoria e Educação Ambiental e os Profissionais do Departamento de Zoologia e Botânica do IBILCE - UNESP São José do Rio Preto. Entenda a importância no vídeo abaixo.
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