Segurança hídrica se consegue com conhecimento do meio físico e do clima e práticas sustentáveis


[Pod Irrigar] - Uso e ocupação do solo, hidrologia, recursos hídricos e agricultura irrigada devem ser melhor entendido e compreendido por todos para que se tenha a desejada segurança hídrica
Certa vez um aluno de Doutorado me fez a seguinte pergunta: "Qual tema das pesquisas é mais importante para a Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira?" Estranhei a pergunta, respirei fundo e calmamente disse "Todos, não há um tema mais relevante que o outro, todos os projetos estão todos conectados!" e aí precisei explicar porque quem fez agora "Cara de paisagem" foi meu aluno!
Trabalhamos com agricultura irrigada, que depende de grandes volumes de água para suprir a "sede" das plantas - no processo chamado de evapotranspiração - para que se tenha elevada produtividade. Produzir mais alimentos com menos água é o grande desafio de todos. Para que isso aconteça precisamos eliminar desperdícios, ter adequados projetos de irrigação, aplicar água no momento e na quantidade certa e para isso devemos ter o monitoramento climático e são apenas alguns dos temas e atividades que desenvolvemos aqui na UNESP.
Mas temos que ter a fonte da vida - que é a água - e quanto melhor a sua qualidade, menor o custo para utilizá-la, pois podemos ter que investir em sistemas de filtragem, mas precisamos contar com abundância para alimentar os sistemas de irrigação e assim, entender o o uso e a ocupação do solo, os dispositivos de conservação da água na bacia hidrográfica e a sua fisiografia é fundamental para a compreensão dos limites de atuação e uso da água pelo homem. A Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira já teve uma atuação forte neste tema de monitoramento e caracterização de microbacias de interesse sócio-econômico aqui no Noroeste Paulista e há dezenas de artigos publicados e eventos realizados.
Nesse sentido, destacamos o trabalho de Lucia Catherinne Oliveira Santos que defendeu sua Dissertação Mestrado na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia no Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais com um importante, necessário e atual tema. Com o título de "Influência dos usos consuntivos da água e do uso e cobertura da terra na vazão da bacia hidrográfica do rio Pardo" e sob a Orientação de Cristiano Tagliaferre estudaram o rio Pardo que nasce no município de Montezuma, na Serra do Espinhaço, no Estado de Minas Gerais e termina seu curso no município de Canavieiras, no Estado da Bahia, desaguando no Oceano Atlântico. A vegetação da região vem sendo desmatada constantemente devido às práticas de uso e cobertura da terra, sendo substituída por pastagens e pela agricultura. Os recursos hídricos estão sendo utilizados, principalmente, nas práticas de irrigação, abastecimento público urbano e rural e dessedentação de animais. Como conclusão, a análise quantitativa mostrou que existe relações entre a porcentagem de floresta e o comportamento hidrológico, indicando que esta categoria influencia positivamente no comportamento das vazões mínimas e médias dos rios. Temos defendido em todas as oportunidades possíveis a necessidade de recompor no mínimo as matas ciliares e o combate à erosões e todas as práticas de conservação do solo para aumentar o tempo de residência da água na bacia hidrográfica. É fundamental a infiltração da água no solo, a recarga do lençol freático e como consequência, o aumento do escoamento de base sobre o escoamento superficial. E assim, teremos uma sustentável oferta de água para todos os usos o tempo todo. 

O serviço australiano de meteorologia, Bureau of Meteorology (BOM, na sigla em inglês), reforçou em informativo divulgado em 19 de dezembro a incidência do fenômeno climático La Niña e sua persistência para até o início do outono de 2018 no Hemisfério Sul. Os modelos climáticos, no entanto, seguem apontando que o evento será fraco e de curta duração. O climatologista Luiz Carlos Molion destacou a incidência do La Niña, no entanto, disse que "não vê problemas para a produção no Brasil" com o fenômeno climático.


O Açude Público Padre Cícero, mais conhecido como Açude Castanhão, foi construído no leito do rio Jaguaribe, no Estado do Ceará. O açude está localizado em Jaguaribara, embora atinja outros municípios. O volume de água no Açude do Castanhão, no Ceará, responsável pelo abastecimento de água da região metropolitana de Fortaleza, onde vive quase metade da população do Estado, atingiu o seu volume morto em 13 de novembro de 2017, quando o nível da água fica abaixo da captação normal. O reservatório tem capacidade para acumular 6,7 bilhões de metros cúbicos (m³) de água. Foto enviada em 20 de dezembro de 2017 por George Freitas no grupo Leite e Negócios em Foco. Veja mais fotos sobre fontes de água.

Renda do campo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por que a água evapora sem estar a 100° C ?

A Importância da DBO

Pivô central: história e características