72 dias sem chuva no Noroeste Paulista

Em média já são 72 dias sem chuvas no Noroeste Paulista, com início do período seco em abril. Em 2017, de acordo com os registros da Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista operada pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira, em média foram 86 dias sem chuvas maiores que 10 milímetros e o ciclo de seca começou em maio, em 2016 o início foi em junho com 76 dias. Se voltarmos um pouco mais no tempo, em 2010 o recorde ficou para Marinópolis, com 177 dias sem chuvas, com o período de seca iniciando em abril.
Do início de 2018 até hoje (13) a Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista registrou 4158 milímetros de chuva, contudo o mesmo período no ano de 2017 foram registrados 6344 milímetros, aproximadamente 35% a mais. 
Consulta ao Canal CLIMA da UNESP, onde são divulgados os registros feitos pelo monitoramento climático do Noroeste Paulista, mostra que as chuvas no mês de maio foram de 8 milímetros em média na região, sendo apenas 11% dos 71 mm previsto. Já no mês de junho, a média esperada é de 43 mm, entretanto até o momento os registros mostram valores médios de chuva de apenas de 6 mm, sendo a estação Santa Adélia, localizada no município de Pereira Barreto com maior volume total, equivalente a 12,4 milímetros.


Distribuição do volume de chuva mensal histórico e em 2018 até o mês de junho no Noroeste Paulista.

Devido à estiagem que ocorre na região Noroeste Paulista, é possível observar as pastagens secas, o que aumenta os riscos de incêndios consideravelmente. O período de longos dias sem chuva já é conhecido da região, o que acontece são apenas mudanças na intensidade e os meses de ocorrência. Também é sabido que a região Noroeste Paulista apresenta as maiores taxas de evapotranspiração do Estado de São Paulo, contudo muitas vezes esquecemos que há déficit hídrico em todos os anos. 
Com base no período seco notório até o momento, segundo Professor Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez da UNESP Ilha Solteira em entrevista na TV TEM “o setor canavieiro deve apresentar uma queda na produtividade e ainda sofrer consequências no próximo ano, devido a impossibilidade na renovação dos canaviais”, aproveite e confira a entrevista na integra a partir dos 03:51 min.

Imagem da entrevista para TV TEM.
Imagem da entrevista para TV TEM.
Evapotranspiração

Nos últimos dias os registros da Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista mostram aumento das temperaturas e também da evapotranspiração na região, neste mês a média até o momento é de 2,5 mm/dia, contudo ontem (12) a estação Santa Adélia (Pereira Barretos) apresentou evapotranspiração igual a 4,7 mm/dia. Neste cenário de aumento de evapotranspiração somado ao déficit hídrico os sistemas de irrigação devem trabalhar a plena carga, de acordo o Professor Dr. Fernando Braz Tangerino Hernandez “lavouras, como por exemplo de feijão e milho, não tem condições de suportar produtividades econômicas com um déficit hídrico grande no solo". Sendo assim, a solução para os agricultores nesse período de seca é a Irrigação.


Dados de evapotranspiração de 01/06 a 12/06.
Dados de temperatura média de 01/06 a 12/06.
SERVIÇO: 

- Informações sobre agricultura irrigada e agroclimatologia no noroeste paulista são publicadas regularmente BLOG da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira em http://irrigacao.blogspot.com
- Números e gráficos das estações agrometeorológicas no noroeste paulista estão em http://clima.feis.unesp.br
- Canal da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira: http://www.feis.unesp.br/irrigacao/irrigacao.php
- Canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira: http://clima.feis.unesp.br
- Pod IRRIGAR - O Pod Cast da Agricultura Irrigada: http://podcast.unesp.br/podirrigar

- Informações também em (018) 3743-1959 

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