Com crise de credibilidade, instabilidade climática e divisões, até que a expansão da agricultura foi bem

Pólos de agricultura irrigada brasileira de acordo como o Atlas da Irrigação da ANA


Pod Irrigar - Com crise de credibilidade, instabilidade climática e discussões, até que a expansão da agricultura foi bem
Chegamos ao fim do ano e a pergunta é "como foi a expansão da agricultura irrigada em 2018 e o que esperar de 2019?"
Quando faço esta pergunta à um Diretor de fabricante de sistema de irrigação, ele nos devolve: "qual o seu sentimento, ou percepção?" Digo que se baseado na minha região, a percepção é de desalento, pois morando em uma região que enfrentou o maior déficit hídrico dos últimos anos, os investimentos em sistemas de irrigação foram modestos, menores que em 2017. A cana sofreu grande queda de produtividade, da ordem de 12-15%, e sem cana esteira, investimentos, que eram apostas, foram postergados. As áreas irrigadas, com até 165 dias sem chuvas, tiveram custo de produção altos, dada a total dependência da energia elétrica para acionamento dos motores.
E o Brasil? Como se comportou? Três movimentos tiveram impactos significativos no negócio de produzir alimentos sob irrigação: 3 anos de boas chuvas no RS, a greve dos caminhoneiros e a crise de confiança, ou a falta dela durante o ano, com a indefinição política.
Ninguém acorda com vontade de investir em sistemas de irrigação sendo esta uma decisão amadurecida e assim, no RS, produtores de sequeiro que tiveram boa rentabilidade apostam que na safra 2018/2019 manterão a sorte grande com chuvas regulares e seguraram os investimentos em um Estado que representa nos últimos anos cerca de 20% das vendas de pivô central. Na direção oposta, com chuvas regulares na safra 2017/18 no Oeste da Bahia, os Produtores que tem suas propriedades bem estruturadas, investiram em máquinas e irrigação.

Potencial de expansão da agricultura irrigada brasileira. Fonte: Atlas da Irrigação da ANA

Na irrigação localizada, o bom momento da citricultora garantiu investimentos, seguidos do café e cana em Usinas que já entenderam o papel estratégico da irrigação, notadamente em GO e MG e mantiveram seus investimentos.
Assim, pivô central perde um pouco de participação em relação à 2017 e a irrigação localizada deverá apresentar aumento de área seguindo a tendência de investimentos nos sistemas de gotejamento em sub-superfície e tudo somado, a expansão da área irrigada deve ficar entre 200-210 mil novos hectares, o mesmo número do ano passado, podendo dizer que foi uma ano bom, especialmente se considerarmos o número de amizades desfeitas em função do processo eleitoral.
Mas uma coisa todos com que conversamos concordam: o otimismo para o ano que entra é grande e é preciso investir em inteligência de mercado regional para entender as tendências dos produtores de alimentos e seguir promovendo a modernização da agropecuária irrigada e assim expandir seus efeitos multiplicadores na sócio-economia brasileira.
Que venha 2019! Fé e obra e vamos nos reinventar ainda mais e colher o sucesso que cada um almeja.
Este foi o tema da edição de 21 de dezembro de 2018 do [Pod Irrigar] - o Podcast da Agricultura Irrigada -, mas o Internauta também pode ouvir as outras dicas que estão disponíveis semanalmente a partir de http://podcast.unesp.br/podirrigar.

Cooperação com a Universidade do Nebraska
O projeto “Modelagem da Produtividade da Água em Bacias Hidrográficas com Mudanças de Uso da Terra”, financiado pela FAPESP (Processo 2.009/52.467-4) foi um grande marco para a Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP e teve por objetivo introduzir estudos que combinam sensoriamento remoto e o conceito de rede de estações agrometeorológicas para estudos de evapotranspiração em escala regional, até então inexistente na região. Nesta conceito, ao rodar os modelos, as informações climáticas obtidas pelas estações não entrariam com valores estanques e sim, com mais um plano de informação obtido por interpolação, onde cada pixel teria um valor diferenciado. Para tanto, foi implantada a Rede Agrometeorológica do Noroeste Paulista, e seus dados e informações disponibilizados no Canal CLIMA da UNESP Ilha Solteira.
A partir de 2010 iniciamos viagens por vários países mostrando os resultados produzidos na região Noroeste Paulista e ampliando a nossa rede de relacionamento. 
Contudo somente em dezembro pudemos concretizar o desejo de ver nossos Orientados tendo a experiência de interagir com profissionais de outros países e assim, a Doutoranda Regiane Carvalho já se encontra no frio de Lincoln - Nebraska onde ficará por seis meses.
Agradecemos a Otávio da ESALQ-USP e Carlos Antônio (UFCG) que prontamente se dispuseram à receber Regiane no aeroporto e dar as primeiras dicas e apresentar os locais de trabalho que  terá como Tutor o Prof. Christopher Neale e contará também com a colaboração do Dr. Babak Safa, ambos lotados no Water for Foof Institute. 


Os trabalhos a serem realizados serão sobre o balanço de energia e manejo da irrigação em cana de açúcar, tendo como base informações colhidas pelo sistema Eddy Covariance e imagens de satélite. Ótimo trabalho e muito aprendizado à todos.

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