Chuva e irrigação:como convivem?


PodIrrigar: a convivência entre as chuvas e os sistemas de irrigação
A semana começou com todos os canais de televisão e rádios dominados por um tema somente: os elevados volumes e em alguns locais recordes de chuva. A população já começa a entender bem e muitos sentem nos pés, nas casas, nas ruas, no corpo, a diferença entre volume e intensidade de chuva.
Volume tem a ver com a quantidade total de água que vem do céu e encontra como destino inicial coberturas vegetais, solos expostos, corpos d´água e superfícies impermeáveis, enquanto que intensidade é a relação entre este volume por uma unidade de tempo e neste caso, as consequências das chuvas atingem diferentes níveis de impacto, podendo ser positivos ou trazer transtornos.
As chuvas são sempre necessárias e por isso dizemos que são abençoadas!
Mas e na agricultura, especialmente a irrigada, como é a relação entre elas e os sistemas de irrigação e a produção de alimentos.
Primeiramente lembramos que somente há irrigação se houver fonte de água para alimentar os sistemas, portanto precisamos antes de tudo, que a água se infiltre ao máximo ao solo, para que recarregue o lençol freático e tenhamos água "brotando" com fartura na estação seca. Diminuir a diferença entre a vazão máxima (nas chuvas) e a vazão mínima (nas secas) é o desejável, e para isso é preciso segurar a água na bacia hidrográfica, usando todas as técnicas de conservação de solo, incluindo a construção de açudes.
Um outro ponto a ser abordado é que em um mesmo período, normalmente, as espécies produtoras de alimentos cultivadas não são as mesmas em ambiente irrigado e o de sequeiro e, se, foram as mesmas, não se encontram em uma mesma fase fenológica, portanto, o impacto das chuvas se dá de maneira distinta.
Exemplificamos com a soja cultivada na região Noroeste Paulista, de onde falamos. Estas chuvas intensas e volumosas dos primeiros dez dias de fevereiro trouxeram dificuldades de colheita em ambientes irrigados, enquanto que proporcionaram efeitos distintos aos cultivos semeados após as primeiras chuvas e aos realizados dias depois, com um volume acumulado de chuva maior, exatamente pelas plantas estarem em diferentes estádios fenológicos.
Já em relação à hortaliças, o impacto das fortes é grande nos cultivos à céu aberto, enquanto que minimizados no cultivo protegido, ou seja, dentro das estufas.
Conhecer o histórico e a dinâmica das chuvas de uma região é a base pára o planejamento e decisão da escala de plantio e tudo começa com um pluviômetro. Cada propriedade deve ter o seu e o Produtor deve manter uma base de dados sistematizada para o seu planejamento.
Este foi o tema do PodIrrigar - o podcast da agricultura irrigada - de 14 de feverejro de 2020. Outras edições, pressione AQUI!

  Exemplo de manejo da irrigação realizado em planilha eletrônica: poderosa ferramenta de gestão e sustentabilidade do negócio de produzir alimentos sob irrigação.


Na edição de 6 de fevereiro de 2020 do PodIrrigar - o podcast da agricultura irrigada -, comentamos e explicamos os aspectos que ainda levam irrigantes a não utilizarem adequadamente o manejo da irrigação, essencial para se ter menores custos de produção com maior produtividade e consequentemente, maiores lucros. Rapidinho: são só três minutos, mas com muita informação!


Pivô central irrigando soja no Noroeste Paulista.

Agricultura irrigada: É preciso vencer as amarras do presente para crescer com sustentabilidade e segurança
Lineu Rodrigues é um craque! Daqueles que todos gostam de sentar ou pé mesmo, escutar sua visão para a agricultura irrigada! Nós da Academia, nos debruçamos com afinco nos seus artigos, já esperando o próximo, sempre escritos em inglês e de grande repercussão, dado o rigor científico com que trabalha! 

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