O papel da agricultura irrigada na segurança alimentar da população


PodIrrigar - O papel da agricultura irrigada na segurança alimentar da população
Esta semana, nossa Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina Correa da Costa Dias, participou de duas video-conferências, uma no domingo, aberta, promovida pelo AgroSaber e outra como convidada do Conselho Superior do Agronegócio - COSAG da FIESP, com o tema "Os Efeitos do Coronavírus no Desenvolvimento do Agronegócio Brasileiro", em que com muita segurança deixou o recado de que mudanças significativas no agronegócio serão percebidas durante e principalmente pós-coronavírus. Elencou os efeitos da crise nos diferentes grupos de culturas ou atividades e também divulgou as medidas que foram e estão sendo tomadas por parte do Governo Federal para mitigar a crise que atinge todos os setores da sociedade.
A Ministra Tereza Cristina colocou duas questões ligadas à 2a. Onda que virá, a primeira "Como fazer para o Brasil continuar sendo um grande supridor mundial de alimentos" e "Qual será o tamanho do agronegócio pós-coronavírus" e para isso o desafio será escrever o que chamou simbolicamente de Plano Pós-Guerra para que o Brasil possa diminuir seu problemas na atividade de produção de alimentos, e assumir o protagonismo na segurança alimentar. 
Sobre segurança alimentar Marcos Jank, amplia a discussão, para além do quantitativo, para a sanidade vegetal e animal, que exigirá novos procedimentos. Concorda com a Ministra mostrando números de que a crise não chegou em países pobres, como África e Índia e metade da população mundial, não foi afetada. No momento em que gravamos esta edição, a Africa tem apenas 7.647 infectados e 326 mortes e os países que compõem este continente são compostos por países importadores de alimentos e portanto mercado potencial para o Brasil.
Se desejamos ser protagonistas nesta cenário pós-coronavírus devemos ampliar nossas áreas irrigadas para que tenhamos a sustentabilidade do negócio de produzir alimentos proporcionada pela segurança hídrica garantida pelos diferentes sistemas de irrigação. Nossa safra deste ano poderia ser maior, se contra a seca no RS e os veranicos em parte do MS, contássemos com mais áreas irrigadas.
Causa nos tristeza, constatar que para irmos além dos 200 mil novos hectares irrigados incorporados anualmente, não é preciso inventar a roda e sim por em prática o que já foi elencado há décadas. Dois exemplos: uma releitura no livro "Irrigação: momento atual e perspectivas" publicado em 1987 pela UNESP Jaboticabal e "Diretrizes ambientais para o setor de irrigação" publicado pelo IBAMA / SENIR / PNUD e OMM em 1992, parece atual frente a demanda de crescimento da agricultura irrigada brasileira, este sim, o nosso desafio, diferente do que se passa nos países do velho continente, na China, na Índia e nos Estados Unidos, cujo desafio é não diminuir área irrigada.
Mas para ficar na atualidade, parabenizamos a Jornalista Denise Saueressig pela excelente reportagem publicada semana passada e terminamos reproduzindo o "abre" da sua matéria: "Embora apareça na relação dos dez países com maior área equipada com irrigação, o Brasil tem muito a avançar no uso da água nas lavouras. O grande potencial identificado para a expansão, no entanto, precisa ser buscado com base em critérios técnicos capazes de cumprir a esperada função de sustentabilidade econômica, ambiental e social da tecnologia. Desafios como legislação, energia elétrica e gestão dos recursos hídricos estão no caminho do crescimento no País. Entre os produtores que adotam a irrigação, o relato é de que os benefícios gerados pela maior segurança e ´pelo incremento nas produtividades suplantam os altos investimentos de implantação dos sistemas". Constatação de Jornalista!
Esta foi a edição de 9 de abril de 2020 do PodIrrigar - este que é o podcast da agricultura irrigada. Demais edições podem ser acessadas a partir de https://podcast.unesp.br/canal/13/pod-irrigar

Água é contabilizada e déficit hídrico apontado requer investimentos em irrigação
IBGE e ANA mostram déficit de água em lavouras brasileiras de até 50% em relatório detalhado sobre água. O estudo inédito tem informações estratégicas para o planejamento do uso da água e para o aperfeiçoamento de políticas agrícolas. Todas elas serão incorporadas às contas econômicas ambientais da água (CEA) - um sistema do ministério do Meio Ambiente que permite contabilizar os recursos naturais envolvidos na produção de bens e serviços. As culturas mais atingidas foram a do milho, em geral, plantado em regiões e períodos de maior risco climático e a cana de açúcar, que sofreu com o clima mais desfavorável que a média histórica, apesar de ser mais resistente ao déficit de água.
Saiba mais: Contas econômicas ambientais da água: Brasil - CEAA,  Contas Ambientais da Água: Brasil (2013-2015)- ResumoContas Ambientais da Água: Brasil (2013-2015) Completo, Água passa a ser contabilizada no Sistema de Contas Nacionais do Brasil e publicação inédita apresenta a relação entre o sistema de recursos hídricos e o sistema econômico e de acordo com a ANA, é o início do chamado "PIB Verde".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por que a água evapora sem estar a 100° C ?

A Importância da DBO

Pivô central: história e características