Necessidades hídricas do milho e escolha de época de plantio

PodIrrigar - Quanto custa irrigar milho e o papel das chuvas

A dica de hoje é sobre manejo da irrigação e começamos com a seguinte pergunta: se plantarmos milho aqui em Ilha Solteira em 1 de fevereiro em um ciclo de 130 dias e se durante o ciclo da cultura chover 363 mm, seria necessário irrigação? A dica é que a evapotranspiração ao longo do ciclo do milho nesta época ficou em 344 mm.

E agora, se o plantio fosse feito em 1 de março, hoje estaríamos com 111 dias de plantio e a cultura teria recebido dos céus apenas 58 mm, precisaríamos da irrigação?

Podemos informar com convicção que em ambas as situações, sim, precisaríamos irrigar para buscar a produtividade potencial. Mas agora, nestes dois plantios, se for realizado o manejo da irrigação com cálculos diários da evapotranspiração sendo contabilizada ao lado das chuvas e da irrigação, qual plantio, eu irrigaria racionalmente mais?

Você ficaria surpreso, se dissermos que o plantio de fevereiro, mesmo com 363 mm de chuva no ciclo exigiria mais irrigação?

Sim, ao realizar o balanço hídrico diário,  a cultura seria irrigada com 252 mm se plantada em 1 de fevereiro e 244 mm se plantada em 1o. de março! Mas, por que? Essencialmente porque a CAD do solo, a Capacidade de Água Disponível, limita o aproveitamento da água das chuvas na zona das raízes e ainda, devido a dispersão e volume de chuvas durante a safra!

Plantio em fevereiro teve chuvas volumosas de 95 mm em um único dia, enquanto que o plantio em março, ainda que tenha recebido apenas 58 mm ao longo do ciclo, o maior volume de chuva diário foi de 25 mm e outros eventos de chuva pequenos, mas distribuídos evitaram algumas irrigações.

A evapotranspiração média da cultura, que é a perda de água para a atmosfera e que deve ser reposta por chuva ou irrigação ficou igual em 2,6 mm/dia e o coeficiente de cultura variando entre 0,4 e 1,2 teve média no ciclo de 0,8.

Resumindo, nem toda água da chuva é aproveitada na zona das raízes e como uma conta bancária, devemos somar as chuvas e as irrigações e subtrair a evapotranspiração da cultura que é calculada a partir de uma estação agrometeorológica, e o nosso "banco", chama-se CAD, que varia em função do tipo de solo. No exemplo, usamos um Argissolo, com CAD média de 1,0 mm/cm de solo. Percebeu a importância do manejo da irrigação!

Esta foi a edição de 22 de junho de 2020 do PodIrrigar - este que é o podcast da agricultura irrigada. Demais edições podem ser acessadas a partir de https://podcast.unesp.br/canal/13/pod-irrigar

PodIrrigar - Programa de Pós-Graduação da UNESP desenvolve projeto inovador que transforma materiais orgânicos em energias benéficas para solos, melhorando o armazenamento de água no solo e favorecendo a irrigação
O Engenheiro Agrônomo Fábio Gregory de Andrade Moreira, Doutorando Irrigação e Drenagem na UNESP explica seu  projeto de pesquisa "Reforma termo-catalítica para Conversão de Lodo em Energia e Aplicações Agrárias" que conta com parceiros internacionais na inovação relacionada aos benefícios dos materiais orgânicos na geração de energias benéficas para solos do setor da irrigação no Brasil.
Esta foi a edição de 11 de junho de 2020 do PodIrrigar - este que é o podcast da agricultura irrigada. Demais edições podem ser acessadas a partir de https://podcast.unesp.br/canal/13/pod-irrigar

Investimentos com recursos do FCO para o MS

Os investimentos possíveis meio do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste) e do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) foram apresentados  em coletiva feita pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Sebrae, Fiems, Faems e Banco do Brasil. “Mato Grosso do Sul tem uma base forte de agronegócio e indústria o que permitiu que um impacto um pouco menor que os demais estados, mas os pequenos empresários do comércio, serviços e turismo foram os mais afetados com queda no fluxo de caixa e essas linhas de crédito vem para ajudar no capital de giro dessas empresas”, afirma o secretário Jaime Verruck, titular da Semagro.

Em abril de 2019, o Estado do MS anunciava seu plano plano para expandir agricultura irrigada, uma das dificuldades para a efetivação é a concessão das Outorgas, que ganharam nova dinâmica e se tonou modelo para o país. 
O Mato Grosso do Sul deu importante passo para reduzir os impactos da estiagem e aumentar a produtividade agrícola de modo sustentável, com o início da elaboração de um plano diretor para a agricultura irrigada, que diagnosticará a situação no Estado e definirá as ações para expandir a técnica. Através do plano, que integra a Política Nacional de irrigação, a área irrigada sul-mato-grossense, hoje em 117 mil hectares, pode aumentar em dez vezes, chegando a 1,2 milhão de hectares. E em abril de 2018, matéria destacava que o MS seria responsável por 21% da áreas irrigadas no Centro-Oeste.

Transposição ou Integração do Rio São Francisco

A Transposição ou Integração do Rio Francisco aconteceu no seu segundo tramo levando água ao Ceará e o Terra Negra explica criticamente esta obra cercada de polêmicas e elogios, mas indiscutivelmente consumiu mais que três vezes o orçamento previsto, com o prazo de finalização ainda mais elástico! Saiba mais também sobre o Velho Chico, na expedição Caatinga, que o Terra Negra foi até Santa Maria da Boa Vista, no Pernambuco.
O Rio São Francisco tem 2.830 quilômetros de extensão, conta com 168 afluentes (99 perenes e 69 intermitentes) e é  responsável pelo abastecimento de cinco usinas hidrelétricas e pelo sustento de muitos ribeirinhos do Vale do Velho Chico, que passa por Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia, até a sua foz, na divisa entre Alagoas e Sergipe.

A EMBRAPA em "Caminho das Águas - A Transposição do Rio São Francisco" também explica esta que é o maior investimento do Governo Federal.
O Tribunal de Contas da União também fez seu vídeo muito didático e também alerta para os problemas - o que inclui a necessidade de investimentos na revitalização -  na obra que começou em 2005, deveria ser inaugurada em 2010 e as comportas de Jati foram abertas somente em 26 de junho de 2020, possibilitando que as águas cheguem até o açude do Castanhão ao Ceará.

Próxima participação pública - 9 de julho de 2020 - 9:00 horas
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Próximo Webinar INOVAGRI - 9 de julho de 2020 - 19:00 horas

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