BRASIL: rico, mas desigual

Potencia econômica, mas muito desigual, assim podemos definir nosso Brasil, o que prova que muito deve ser feito para minimizar esta diferença e as políticas de segurança alimentar deveriam ter um papel fundamental na inserção e preparação da população para o mercado de trabalho. 

Os problemas de empregabilidade são cada vez maiores e o absurdo é que muitas empresas, pequenas, médias e grandes não preenchem suas vagas para trabalho.

Juntos, os brasileiros que se encontram entre os 1% mais ricos do país possuem uma renda que, somada, supera o que é pertencente aos 40% mais pobres. Isso significa que para cada brasileiro que se encontra no topo da pirâmide de riqueza (média mensal de R$ 16.561,00), é preciso somar as rendas de 40 brasileiros do outro extremo (média mensal de R$ 393,00) para igualar os valores totais, segundo o IBGE.

Os 10% da população mais pobre ganham R$ 137,00 mensais, na outra ponta, os 10% mais ricos, tem  renda média mensal de R$ 5.345,00.  Já os 1% da população mais rica tem renda mensal de R$ 16.561,00.

Os números divulgados ontem, mesmo não sendo ainda comparáveis com os de 2000, deixam claro que ainda há muito a avançar na redução da desigualdade em seus vários aspectos. A desigualdade é verificada também entre homens e mulheres. Mesmo elas participando mais do mercado de trabalho e tendo escolarização maior que a média dos homens, seus rendimentos ainda representam 70% do registrado entre homens. Comparando unidades da Federação, o Censo mostra que o Distrito Federal é, ao mesmo tempo, o mais rico e o mais desigual. A desigualdade é maior que a média brasileira também em todos os Estados do Nordeste. Os menores índices de concentração de renda estão no Sul, com destaque para Santa Catarina, o Estado menos desigual.

Temos também boas notícias, o valor bruto da produção agrícola cresce ano a ano e distribui renda, como vimos em postagem anterior utilizando dados da FIRJAN. Veja a evolução:
2007 = R$ 163 bilhões
2008 = R$ 187 bilhões
2009 = R$ 178 bilhões
2010 = R$ 183 bilhões
2011 = R$ 204 bilhões
2012 = R$ 214 bilhões (projeção AGE/MAPA)

Renda agrícola voltará a ser recorde em 2012
O Valor Básico da Produção brasileira deverá atingir o recorde de R$ 214,2 bilhões no próximo ano, 5% mais do que neste ano, que também terá o maior valor da série histórica até agora. Essa é a primeira estimativa para 2012, feita por José Garcia Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura.

Já os dados de produção deste ano devem ficar em R$ 204,1 bilhões, 11% mais do que em 2010. A pesquisa acompanha o faturamento das 20 principais lavouras do país.

A renda dos produtores continua caminhando em direção aos Estados produtores de soja, milho, café, algodão, mas São Paulo volta a liderar o Valor Básico de Produção do país. Nos dados deste mês, Gasques aponta que os paulistas deverão ter renda de R$ 33 bilhões neste ano, 2% inferior à de 2010, mas ainda superior aos R$ 31,8 bilhões que serão obtidos por Mato Grosso, líder em setembro. Mesmo perdendo a liderança, Mato Grosso terá evolução de 46% na renda.

Em São Paulo, as maiores rendas deste ano virão da cana-de-açúcar (R$ 14,9 bilhões) e da laranja (RS$ 10,4 bilhões). Em Mato Grosso, a soja continua com bom desempenho (R$ 14,5 bilhões), mas o grande destaque foi o algodão, que trará renda de R$ 12,3 bilhões aos produtores -evolução de 105% no ano.
Volumes e preços recordes de soja e de algodão colocaram a região Centro-Oeste como a que registra o maior crescimento de renda no ano.

Os dados do Ministério da Agricultura apontam R$ 51,6 bilhões, 34% mais do que no ano anterior. No Sul, o mau desempenho de Santa Catarina - devido à queda nas rendas do arroz, da batata e da cebola- permitiu evolução de somente 8% para a região no ano. Paraná e Rio Grande do Sul, devido à soja e ao milho, vão ter crescimento no valor de produção.

A maior evolução de renda do campo em 2012 deverá vir da cana-de-açúcar. Na avaliação da Agricultura, essa cultura renderá R$ 44,2 bilhões, 34% mais do que neste ano.

O Valor Básico da Produção com soja recua para R$ 49,5 bilhões no próximo ano, 8% menos do que o recorde de R$ 53,9 bilhões deste ano, segundo a Agricultura. O algodão deverá render R$ 11,3 bilhões, 66% mais do que neste ano.

As receitas com café ficam praticamente estáveis no próximo ano, atingindo R$ 22,1 bilhões.



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