Aula TREZE: Agricultura irrigada e recursos hídricos em destaque

"Dedico este manual Filtros de Areia na Irrigação Localizada aos agricultores brasileiros, principalmente aos irrigantes, que contra todas as adversidades possíveis, suprem com seu trabalho e suor, a mesa de milhões de brasileiros. Brava gente brasileira!" (Roberto Testezlaf, abril de 2014)

Nesta semana tivemos mais três seminários: "Desenvolvimento com agricultura irrigada: o exemplo na região Centro-Oeste", "Desenvolvimento com agricultura irrigada: o exemplo na região Nordeste" e "Fabricantes de sistemas pivô central no Brasil e sua atuação técnica e comercial". Foram ótimos seminários e complementaram com outros olhares os temas desenvolvidos em salas de aula. Na parte da tarde aconteceu a segunda prova, agora tendo a parte de cálculos com uma ênfase um pouco maior. Sendo prova com consulta, exigiu um conhecimento prévio para que o tempo fosse otimizado. Vamos aguardar a correção e ver o desempenho da turma.


Ontem, dia 31 de maio de 2014, estivemos em campo, com a visita técnica. Foi um dia ótimo! O tema foi a agricultura irrigada, começamos na Irrigaterra onde fomos recebidos com um café da manhã pelo Engenheiro Marcelo Akira Suzuki que falou inicialmente sobre a trajetória de 20 anos da empresa, qual os princípios seguidos, onde a Irrigaterra foi inovadora e trouxe um deferencial para o mercado, especialmente em irrigação localizada, onde foi pioneira na região da Nova Alta Paulista.


Marcelo deixou claro que a atuação da empresa se pauta principalmente pelo atendimento regionalizado, atendendo à um raio preferencial de 250 km a partir de Pereira Barreto ou Votuporanga onde está a filial. Acreditam que assim podem fazer trabalho diferenciado junto aos seus clientes, especialmente no mercado agrícola. Já o mercado de landscape, que trata da irrigação em parques, jardins e campos esportivos como o relacionamento é com incorporadoras e construtoras, que mantem equipes próprias, este atendimento pode se dar em distâncias maiores.


Informações sobre o negócio da irrigação, incluindo o mercado e técnicas de negociação foram abordadas, como a formação e retenção de mão de obra, treinamento da equipe. A parte técnica foi enfocada tanto em irrigação localizada como na irrigação por aspersão e um projeto de irrigação em faixa foi usado como exemplo e bem detalhado aos alunos da Agronomia da UNESP Ilha Solteira.


Toda a estrutura da Irrigaterra foi mostrada aos alunos e a seguir seguiram para o campo, onde os Engenheiros Agrônomos Mauro Takao Suzuki da Irrigaterra e Danilo Fávaro da Fazenda Manguinhos esperavam para enfocar o tema produção de grãos com pivô central e o problema da possível falta de água pelo rebaixamento do nível do reservatórios e rios. A solução não é somente ligar canos na tubulação de sucção, a solução passa pela checagem das folgas na curva da bomba e novas simulações no cálculo do NPSH disponível. 

 Inana é Bolsista PROEX no projeto de Extensão "Planejamento e Gerenciamento Hidroagrícola e Ambiental" e fez o registro da visita, incluindo o registro fotográfico. Em breve haverá detalhes da visita no Canal da Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira e também na Fan Page no Facebook.


Já Fazenda Manguinho fomos recebidos pelo Engenheiro Agrônomo Danilo Fávaro e sua esposa, que após os boas vindas, deixou claro que após três frustrações de safra por falta de chuva decidiu que não mais plantaria na região oeste paulista sem contar com sistemas de irrigação.
A seguir deu detalhes sobre o projeto do seu pivô central, relatando os problemas que tiveram que ser vencidos, desde o fornecimento de energia elétrica, a otimização da área para a máxima irrigação, escolha da marca que forneceria o equipamento, atendimento da revenda, lâminas e operação do equipamento.


No campo e sob o pivô central, o Engenheiro Agrônomo Mauro Takao Suzuki da Irrigaterra explicou detalhes do funcionamento e operação do sistema de irrigação, começando pela última torre e chegando na base do pivô.


 Engenheiros Agrônomos Danilo Fávaro e Mauro Takao Suzuki.




 Este foi o time de alunos que enfrentaram o sábado no campo, saindo da sala de aula para aprender mais e de outra forma. E estão de parabéns!


O verão atípico com menos chuva que o histórico ou o esperado tem trazido grandes problemas para diferentes segmentos da sociedade. Um deles são os irrigantes, quem em muitas regiões não tem como buscar a água para mover seus sistemas de irrigação. Danilo Fávaro está apreensivo, com o abaixamento médio entre 2-3 centímetros por dia do nível do Rio Tietê, sobre a válvula de pé e crivo há apenas 50 centímetros de água. O córrego que deveria ajudar na recomposição do nível do está com vazão zero e a cena é desoladora. Foram discutidas as alternativas ao irrigante para manter seu equipamento em funcionamento.
   
Sem vazão no córrego que é o afluente do Rio Tietê,  é urgente a necessidade de proteção das nascentes.

Agradecimento especial ao Marcelo e Mauro Suzuki e à Danilo por nos receberem com tanta disposição e alegria em pleno sábado.


Depois de tanta informação e troca de experiência é a hora da recompensa, churrasco delicioso e cerveja gelada foi oferecida aos visitantes na área de lazer da Fazenda Pentágono, momento que foi aproveitado para ainda trocar informações e curiosidades ligadas à agricultura irrigada e produção de alimentos.


 Os anfitriões tecem suas palavras finais com uma mensagem de otimismo na agricultura, especialmente na agricultura irrigada.



Por fim registramos que nossos alunos superaram a expectativa na participação e os anfitriões Marcelo Suzuki, Mauro Suzuki e Danilo Fávaro deram um show de otimismo, conhecimento e hospitalidade e ainda proporcionaram um delicioso churrasco preparado pelo Irque e Thaís Monção Neves Suzuki, que estava sensacional. Nosso muito obrigado a eles e também ao Zú, administrador da Fazenda Pentágono que nos ofereceu a sua confortável área de lazer para a confraternização! 

Chuva e frio
Hoje tivemos o dia inteiro com chuva fina, insuficiente para recuperar o nível dos nossos córregos, rios e represas que agonizam e trazem preocupação, em especial aos irrigantes. Em Ilha Solteira tivemos ao longo do dia apenas 5,6 mm, mas Paranapuã teve mais "sorte" e recebeu 22,6 mm. A baixa temperatura derruba a evapotranspiração e assim, o consumo e a necessidade de água pelas culturas fica menor. Mas precisamos de muita chuva para recompor nos estoques de água. Ó monitoramento climático do noroeste paulista é feito pela Área de Hidráulica e Irrigação da UNESP Ilha Solteira com atualização a acada cinco minutos a partir do Canal CLIMA em http://clima.feis.unesp.br
Mais do isso, precisamos também proteger nossas nascentes e córregos e todas as ações para conservação do solo, desde recomposição da mata ciliar, terraços ou curvas de nível, plantio direto, combate à erosão,  represamentos, etc, devem ser envidados para manter a água na bacia hidrográfica e garantir a oferta constante de água em qualidade e quantidade! Chega de erosão! Chega de assoreamento! 

O que causa o cheiro de chuva? Segundo a ciência, três fontes podem fazer você sentir esse aroma. O primeiro deles é o ozônio, que faz as pessoas sentirem a fragrância de limpeza no ar após uma tempestade.  Ozônio - A chuva faz com que a partícula de ozônio se forme no ar e seja levada até o solo. O cheiro dessa substância lembra muito o do cloro. Por isso, muitos dizem sentir aquela fragrância de limpeza. Há quem sinta o aroma do ozônio antes da tempestade chegar. Não é premonição. Isso acontece quando os raios “rasgam” as moléculas de nitrogênio e oxigênio, o que gera o ozônio. Esse feito também pode acontecer por causa da luz ultravioleta da atmosfera. Apesar do cheiro de limpeza, o ozônio puro é extremamente perigoso em concentrações relativamente altas e pode até destruir as células dos pulmões. Mas, felizmente, a concentração de ozônio antes ou depois de um temporal não causa nenhum dano. Terra - Aquele cheiro de terra molhada também costuma ser considerado como aroma de chuva. Quanto mais forte for a chuva, mais intensa será essa sensação. Essa fragrância é resultado de uma bactéria muito comum no solo. Alguns micróbios, em especial os Streptomyces, produzem esporos durante períodos de estiagem. Mas o aroma não é causado pelos esporos. Pelo contrário, é causado por uma substância química excretada durante a produção dos esporos conhecidos como geosmina. Óleo de plantas - A terceira causa do cheiro de chuva está nos óleos secretados por várias plantas. Estes óleos acumulam-se no meio ambiente e, quando chove, determinadas substância químicas que compõem os óleos são liberadas na atmosfera (geralmente junto com geosmina). A liberação desses óleos é que causa um cheiro familiar e acolhedor. Cientistas acreditam que esses óleos são mantidos durante períodos de estiagem para evitar que a planta produza sementes em épocas de seca.

Filtragem - Novo livro a disposição
Roberto Testezlaf é um dos gigantes da irrigação. Fez carreira na Unicamp onde é Professor Titular e acaba de publicar o manual "Filtros de Areia na Irrigação Localizada" que já é uma referência para o setor, pois traz a público 56 páginas que consolida anos de pesquisa em sistemas de filtragem, onde a teoria encontrou a prática e dessa união teremos a oportunidade de operar de forma mais eficiente nossos sistemas de irrigação. Foi Testezlaf que em julho de 1987 como Gerente Regional da ABID me franqueou um estágio na Codevasf e proporcionou as condições para que eu acreditasse no potencial da agricultura irrigada e me apaixonasse por esta área do conhecimento. Acostumado a ser avaliado por ele, ao longo da carreira também tive a oportunidade de avaliá-lo em vários momentos e assim, o parabenizo pelo trabalho e por este livro, além de agradecer o Roberto pela amizade e dizer que não gostamos da ideia de se aposentar. É um grande Irmão! A Biblioteca da UNESP Ilha Solteira já conta com este livro, por doação do próprio Autor!



Pod Irrigar - Pivô central se consolida como opção para irrigação de grandes áreas
O Brasil acordou para os efeitos multiplicadores da agricultura irrigada e tem expandido a presença dos equipamentos de irrigação no campo, gerando e distribuindo oportunidades e riqueza, parte delas possibilitado pelo investimento crescente em sistemas de irrigação. Em 2012 incorporamos 212.380 hectares, 21% a mais que em 2011. Já em 2013 incorporamos 284.175 hectares, 34% mais do que em 2012.
Nestes dois últimos anos se consolidou a presença dos sistemas de irrigação tipo pivô central que abocanhou 40 e 44% das novas áreas irrigadas, reduzindo a participação relativa da irrigação localizada que até 2011 registrou crescimento.
O desempenho da irrigação localizada é fortemente dependente das culturas de citros e café que tiveram uma retração devido aos baixos preços destes produtos no mercado e outras frutas não tem uma área de cultivo tão expressiva e assim, o crescimento se deveu essencialmente devido à produção de hortaliças e fruticultura de menor expressão econômica global.
Já os grãos (milho, feijão e soja) tiveram um ano de preços altos e ainda a pastagem se consolidou como uma cultura que alcança grandes resultados quando sob irrigação, e assim, a aspersão, incluindo o pivô central é uma das melhores opções para sua irrigação, especialmente a de grandes áreas, fazendo com que a irrigação por aspersão convencional também aumentasse a sua participação no mercado. Por outro lado, os sistemas tipo carretel enrolador reduziram sua participação no incremento de novas áreas irrigadas fortemente influenciado pela crise enfrentada pelo setor de cana-de-açúcar.
Mas não se enganem, ainda que haja uma preferência por um sistema ou outro de irrigação para uma determinada cultura, a melhor opção deve ser decidida em função de uma análise conjunta de fatores ligados à cultura, ao solo, a qualidade da água, a topografia e ainda econômico para que se possa tirar o melhor retorno do investimento no sistema de irrigação. Esse foi o tema que desenvolvemos esta semana no Pod Irrigar - o Pod Cast da Agricultura Irrigada desta semana. Ouça também os anteriores.

UNESP no topo
A boa notícia da semana, pouco explorada pela comunidade UNESPIANA é que a UNESP passou da 11a. para 9a. posição no Ranking de Melhor Universidade da América Latina, divulgado pelo grupo Quacquarelli Symonds (QS). É isso mesmo pessoal da UNESP: somos a nona universidade da América Latina. Vamos comemorar? Um brinde a quem se destacou em reputação acadêmica (30%), reputação dos graduados no mercado de trabalho (20%), número de alunos por professor (10%), publicações por professores (10%), citações por publicação (10%), proporção de professores com PhD (10%) e presença digital (10%). Não é fácil estar nas Top 10! Parabéns a todos que ajudaram a compor o nosso índice! Brasil tem 6 universidades entre as 10 melhores, segundo ranking do grupo QS. A USP perdeu a liderança pela primeira vez para a Universidade Católica do Chile. Confira os detalhes deste Ranking!


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